quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Desemprego em São Paulo recua pelo terceiro mês consecutivo


Renan Carreira, da Agência Estado - Agencia Estado
SÃO PAULO - A taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) recuou para 10,3% em novembro, de 10,9% em outubro, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), nesta quinta-feira, 20. É o terceiro mês consecutivo de queda no índice.
A redução do desemprego no mês passado se deve à expansão do emprego nas áreas de Construção Civil (9,6% ou criação de 66 mil postos de trabalho) e da Indústria de Transformação (0,7%, ou 12 mil postos) e relativa estabilidade nos Serviços (1 mil postos) e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (0,1% ou 2 mil postos).
O total de desempregados na RMSP em novembro foi estimado em 1,158 milhão de pessoas, 67 mil a menos do que em outubro. A taxa de participação, ou a proporção de pessoas com idade a partir de 10 anos incorporadas ao mercado de trabalho como ocupadas, variou de 63,6% para 63,5%.
Ainda de acordo com a PED, o rendimento médio real dos ocupados na RMSP em outubro cresceu 0,7% em relação a setembro, passando para R$ 1.746. Já a renda média real dos assalariados subiu 0,6%, para R$ 1.744.
Regiões
No conjunto das sete regiões metropolitanas onde a Fundação Seade e o Dieese realizam a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), a taxa de desemprego caiu em novembro em relação a outubro, passando de 10,5% para 10% no período. De acordo com o Seade e o Dieese, o nível de ocupação nas regiões apresentou alta de 0,7%, com a criação de 148 mil postos de trabalho. A PED é realizada nas regiões metropolitanas do Distrito Federal, de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, do Recife, de Salvador e São Paulo.
De acordo com a Seade e o Dieese, o nível de ocupação se elevou em Salvador (1,7%), no Distrito Federal (1,1%), em Porto Alegre (0,7%), no Recife (0,7%), em São Paulo (0,7%) e Belo Horizonte (0,5%), e manteve relativa estabilidade em Fortaleza (0,1%).
Entre os setores avaliados, o nível ocupacional subiu na Construção (7,1% ou 106 mil postos de trabalho) e na Indústria da Transformação (0,7% ou 21 mil postos) e manteve relativa estabilidade no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (0,1% ou 5 mil postos) e nos Serviços (0,2% ou 27 mil postos).
O rendimento médio real dos ocupados nas sete regiões subiu 1% em outubro ante setembro, para R$ 1.574. Já a renda média real dos assalariados avançou 0,8%, na mesma base de comparação, para R$ 1.603. 

Câmara pode dar asilo a condenados do mensalão, diz Marco Maia


Débora Bergamasco - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputado, Marco Maia (PT-RS), não descartou nesta quinta-feira, 20, a possibilidade de abrir as portas Casa para dar asilo aos parlamentares condenados no processo de mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Como a Polícia Federal não tem autorização para entrar no Parlamento, os parlamentares estariam "a salvo" da prisão.
Apesar de não negar esta hipótese, Maia disse que não acreditar que o presidente do Supremo, ministro Joaquim Barbosa, acate o pedido do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, de prender imediatamente os parlamentares já condenados na ação penal 470. "É uma suposição tão vaga que nem acredito que isso possa acontecer. (E se acontecer), aí teremos que pensar no que fazer", concluiu Maia. 

Varejo terá desoneração da folha, anuncia Mantega


Adriana Fernandes, Renata Veríssimo e Eduardo Rodrigues, da Agência Estado
Texto atualizado às 19h30
BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, nesta quarta-feira, a desoneração da folha de pagamentos do comércio varejista. A mudança entra em vigor em abril de 2013, com renúncia fiscal de R$ 1,27 bilhão em 2013. Já em 2014, a renúncia de arrecadação será de R$ 2,1 bilhões.
No lugar da contribuição sobre a folha, o setor pagará alíquota de 1% sobre o faturamento. Com mais o comércio varejista, sobe para 42 o número de setores beneficiados pelo desoneração da folha de pagamentos.
Segundo Mantega, o grande beneficiário da desoneração da folha de pagamentos do comércio varejista será a inflação. "A inflação vai crescer menos", disse ele.
Ele destacou também que o consumidor será beneficiado com a redução dos preços. "A medida tem que beneficiar o consumidor. Significa redução de custo para o comércio varejista e redução dos preços", disse. Ele destacou que o governo quer que o setor contrate mais trabalhadores e venda mais.
IPI prorrogado
O ministro anunciou ainda a prorrogação das desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, linha branca e móveis. "Fizemos desonerações temporárias em 2012 e temos resultados muito bons", afirmou.
A partir de janeiro, o desconto para os automóveis vai ser menor. Para carros de até mil cilindradas (cuja alíquota normal é de 7%), a cobrança deixará de ser zero e passará para 2% entre janeiro e março, e para 3,5% de abril até junho. Para os carros com motores flex de mil a 2 mil cilindradas (cujo IPI normal é de 11%), a alíquota passará dos atuais 5,5% para 7% no primeiro trimestre de 2013 e chegará a 9% no trimestre seguinte. Já os automóveis com essa potência movidos a gasolina (cuja cobrança normal é de 13%), passarão de 6,5% para 8% até março e para 10% até junho.
"Em julho, todas essas alíquotas voltam ao seus patamares normais", garantiu Mantega. Já para caminhões, cuja cobrança era de 5%, o IPI continuará zerado por tempo indeterminado. "Essa alíquota permanecerá em zero, porque estamos desonerando um bem de capital", completou.
Segundo Mantega, as medidas deram resultado e o setor automotivo aumentou o emprego durante 2012 e está fazendo investimentos. "As vendas de automóveis estavam deprimidas até junho e se intensificaram a partir da redução de IPI, em julho. As vendas vem se mantendo em um patamar cerca de 30% superior ao do primeiro semestre", acrescentou o ministro.
Linha branca
A desoneração da linha branca com eficiência energética também foi prorrogada. No caso dos fogões (cuja alíquota normal é de 4%), a cobrança deixará de ser zero a partir de fevereiro e será de 2% até junho. O mesmo patamar será aplicado aos tanquinhos, cuja taxa normal é de 10%. Já os refrigeradores e congeladores (cujo IPI normal é de 15%), deixarão de pagar 5% a partir de fevereiro, passando para 7,5% até junho. "Se não tivéssemos feito desoneração, as vendas de linha branca teriam sido de 30% a 40% menores do que foram este ano", disse o ministro.
A desoneração das máquinas de lavar (cujo alíquota normal era de 20%), continuará em 10% por tempo indeterminado. "Essa taxa não volta mais, será permanente em 10%. Trata-se de um objeto de desejo das famílias de renda menor e média e não pode ser mais classificada como um bem de luxo. Metade dos lares brasileiros não possuem máquina de lavar, então existe uma demanda aquecida pelo produto", explicou Mantega.
Por fim, os descontos de IPI para móveis e painéis (cujas alíquotas normais são de 5%), passarão de zero para 2,5% de fevereiro a junho. Os mesmos patamares serão aplicados aos laminados, cujo IPI normal é de 15%. Já para as luminárias (cuja cobrança normal é de 15%), a taxa passará dos atuais 5% para 7,5% entre fevereiro e junho. Já a queda de 20% para 10% no IPI de papéis de parede será permanente.