segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O urbanismo contra-ataca


Juliana Sayuri
Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá - Felipe Caicedo/Reuters
Felipe Caicedo/Reuters
Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá
Notícias de uma guerra "não declarada": mais de 200 mortos, entre civis (com ou sem ficha criminal) e policiais militares desde o início de outubro. Mas nem adianta passar a régua, pois a conta não fecha aí. Na madrugada seguinte, mais um punhado de gente cai na vala comum das páginas da metrópole e vira estatística. De um lado, o "salve geral" disparado pelo Primeiro Comando da Capital em agosto. De outro, a tropa do governo. No fogo cruzado, a cidade.

Difícil dizer que se trata de um confronto "velado" entre PM e PCC. Nessa semana, observadores da imprensa internacional miraram São Paulo como uma "cidade sangrenta". Foram reportagens no Clarín, El País, Le Monde, The Economist, The Guardian, The Wall Street Journal. Até a Al Jazeera reportou a onda de violência paulistana, ao passo que The New York Times questionou a garantia de segurança no Brasil durante o mundial de 2014, um provocativo "imagine na Copa..." para gringo ler.

"Mas segurança não é só assunto de polícia. Tem a ver com urbanismo, mobilidade e cultura", critica Enrique Peñalosa, economista e historiador colombiano formado pela Universidade Duke, na Carolina do Norte, e P.h.D. pela Universidade de Paris. Para Peñalosa, para conter a violência urbana é preciso articular inteligência policial e intervenções nos campos do planejamento urbano e projetos socioculturais.

Prefeito de Bogotá entre 1998 e 2011, o urbanista transformou a capital colombiana com ações focadas em mobilidade e sustentabilidade, reduzindo drasticamente o índice de homicídios na cidade, antes considerada uma das mais violentas da América Latina. Já fez conferências em universidades como USP, PUC-RJ, Princeton, London School of Economics, Harvard, Chicago e Colúmbia, e assessorou governos na Ásia, África, Américas e Europa com estratégias e políticas urbanas. Neste ano, visitou São Paulo e Porto Alegre, onde participou do Fronteiras do Pensamento, em junho.

"Uma cidade se expressa, vibra, vive. É feita de gente na rua", diz ao Aliás. "O papel do Estado é estar presente, em todos os cantos da cidade. Que não haja rincões que fiquem à margem. Se o Estado não respeita a vida humana, por que os bandidos o fariam?", questiona. "Devemos mostrar símbolos de igualdade e de democracia. São bibliotecas, ciclovias, colégios, parques, ruas iluminadas. E, principalmente, gente ocupando esses espaços públicos", destaca. Seguindo as ideias de Enrique Peñalosa, talvez falte mostrar, sem pieguice, que ainda existe amor em SP.

São Paulo está vivendo uma onda de violência que obteve repercussão internacional. Que paralelo podemos traçar com Bogotá, que já foi considerada uma das cidades mais violentas da América Latina?

Posso comentar a experiência de Bogotá, onde a segurança melhorou desde o fim da década de 1990. Essa melhoria ocorreu na capital, antes de ocorrer no país como um todo. Não foi consequência de uma mudança diretamente relacionada às políticas do presidente Álvaro Uribe, mas de uma série de medidas do poder municipal. Não há fórmulas fechadas, mas posso propor teorias: é a cidade. A chave é a própria cidade.

Como assim?

A cidade se expressa, vibra, vive. E uma cidade só se faz com gente na rua. Mas, para isso, as pessoas precisam se sentir seguras nas ruas. Os cidadãos precisam sentir que há legitimidade - o que é muito importante, mas altamente subjetivo. Explico: o Estado precisa ser considerado legítimo pelos cidadãos. É corrupto? É íntegro? Está dedicado a atender às necessidades dos mais vulneráveis para construir, de alguma maneira, uma sociedade mais igualitária? Se há legitimidade, os cidadãos tendem a compreender e cumprir determinadas normas, reportar e pedir punição aos que violam essas normas. Prefiro ilustrar essa história assim: há 15 anos, dizia-se muito a expressão "cójalo, cójalo, suéltelo, suéltelo" em Bogotá. Exemplo: um ladrão roubou a carteira de uma senhora. Aí toda a gente gritava: cójalo, cójalo! Uma vez preso, porém, muita gente começava a dizer: no, suéltelo, suéltelo! Deixe-o ir. Isto é, de alguma maneira, a sociedade sentia que a situação era tão injusta que a polícia não tinha nem autoridade moral nem legitimidade para poder prender e castigar esses delinquentes. Mas a atitude mudou nestes últimos tempos. As pessoas precisam respeitar um governo, e não temê-lo. Nesse sentido, o papel do Estado é estar presente, em todos os cantos da cidade. Que não haja rincões que fiquem à margem. Essa presença não se refere só à polícia, mas a projetos de educação, saúde e demais serviços sociais, atendendo a todas as tarefas que deve atender. Afinal, segurança não é só assunto de polícia.

Que outros campos estão envolvidos?

É muito mais. Tem a ver com urbanismo, mobilidade urbana e cultura. Ao construir uma biblioteca imensa e maravilhosa, queremos dizer: o conhecimento é mais importante que o dinheiro. É complicado, porém, ver um jovem numa moto, com joias, roupas e tênis caros, talvez vindos do tráfico, entrando com uma gangue em um bairro. Que símbolos são esses? Expressam valores dos narcotraficantes: você pode ostentar riqueza, independentemente da origem do dinheiro. Devemos mostrar outros valores. É preciso ter conhecimento e cultura, como a arte e a música. Então devemos ter bibliotecas lindas e colégios espetaculares nos bairros mais pobres, para que aquelas crianças saibam que elas importam - nas periferias, muitas crianças nem sabem a identidade do pai, então é essencial que saibam que elas importam. Outro exemplo são os ginásios esportivos. Em Bogotá, assim como em São Paulo, imagino, as crianças gostam de futebol. Bogotá e Londres têm 8 milhões de habitantes. Mas os londrinos têm mais de 1.500 campos de futebol públicos. Nós só temos 20. Vi que uma das ações mais eficazes para melhorar a segurança num bairro periférico é um campo de futebol, comunitário e iluminado. Que pode fazer um jovem de 16 anos às 8 horas da noite na periferia? É preciso ter opções de lazer. É preciso ter mais e melhores centros culturais e esportivos comunitários, ciclovias, parques arborizados, ruas iluminadas. Mas também é preciso ter a polícia. Sociedades ricas e avançadas socialmente, como França e Suíça, têm mais policiais por milhão de habitantes que Bogotá e São Paulo. Mas eles são bem treinados e bem pagos. Na Colômbia e no Brasil também há muita impunidade para os delitos considerados "menores". Isso porque não investimos em policiais, juízes, presídios e leis que se voltem para esses delitos "menores". Essa sensação de impunidade é terreno fértil para o crime organizado.

Nessa linha, que medidas foram adotadas em Bogotá?

Nas zonas mais marginais da cidade, construímos bibliotecas, colégios de luxo, jardins sociais, programas de nutrição, projetos de infraestrutura. Uma das principais ideias era levar escolas, tão boas quanto os melhores colégios particulares, para os cantos mais pobres da cidade. Queríamos mostrar respeito pela dignidade humana. Se o Estado não respeita a vida humana, por que os bandidos o fariam? É uma questão de igualdade, o que é muito diferente de simplesmente dar esmola aos mais pobres. Uma cidade precisa de símbolos de igualdade e de democracia. Numa sociedade como a nossa, muitos cidadãos não têm carro, mas precisam se deslocar diariamente para trabalhar, por exemplo. Então adotamos o TransMilenio, um sistema de ônibus inspirado no modelo de Curitiba, e construímos centenas de quilômetros de ciclovias.

Por quê?

Para dizer que um cidadão numa bicicleta de US$ 30 é tão importante quanto um cidadão num carro de US$ 30 mil. Outro exemplo: a duas quadras do palácio presidencial, tínhamos 23 hectares da pior degradação humana possível e imaginável, um inferno de casas abandonadas por décadas e dominado pelo tráfico de drogas, com os mais altos índices de homicídio do mundo. A cracolândia de São Paulo? É um paraíso comparado ao que existia ali. Não é nem remotamente parecido. Desapropriamos essa área, demolimos mais de 600 construções, iniciamos um megaprojeto de reabilitação. O inferno virou um imenso parque.

Mas Bogotá não é uma cidade ideal...

Não. Fizemos muito, mas ainda falta muito, muito, muito. Ainda sobre segurança, o índice de homicídios é de 17 para 100 mil habitantes. (Segundo o relatório das Nações Unidas de 2011, São Paulo tem 10 homicídios por 100 mil habitantes). Mas em capitais europeias, são 3 ou 4. Em cidades japonesas, talvez 1 ou 2. Em Bogotá, ainda há muitos delitos, como os assaltos, muitos à mão armada, que continuam com índices altos e se agravaram nos últimos tempos. Segundo as estatísticas, uma em quatro pessoas já foi vítima de um delito no último ano. Há muitas gangues e muita violência entre os jovens. Mas a cidade está aí para ser ocupada. Não dá para viver com medo, sem sair de casa, dentro dos carros e dos shoppings. Infelizmente, os shoppings nas grandes cidades do mundo em desenvolvimento, inclusive Bogotá e São Paulo, foram substituindo o espaço público como lugar de encontro. Isso é gravíssimo, pois os espaços públicos acabam abandonados. Segurança tem a ver com o desenho urbano, com uma melhor integração entre o público e o particular. O interesse público deve prevalecer sobre o particular, para mostrar que há democracia. Uma cidade deve se destinar especialmente aos mais vulneráveis - as crianças, os velhos, os pobres - e não aos carros, aos privilegiados, aos ricos.

No Brasil, cidades de São Paulo e Santa Catarina estão assistindo a ações atribuídas ao PCC. Que espaço tem o crime organizado nas cidades colombianas hoje?

Vivemos uma guerra de muitos anos contra megaorganizações criminosas. Mas a guerrilha não conseguiu penetrar nas cidades - exceto nos tempos de Pablo Escobar com os grandes cartéis de Medellín e Cali. A guerrilha e o crime organizado, apesar de muito poderosos, ficaram na zona rural e na selva. Para estar alerta contra o terrorismo do narcotráfico, os serviços de inteligência do Exército e da polícia colombiana devem ser extremamente sofisticados. Além disso, os cidadãos colaboram com a polícia nos bairros. Há muitos informantes, o que é essencial para os serviços de inteligência: ter olhos em cada bairro, em cada rua. As comunidades dos bairros populares são organizadas, com líderes importantes, que impedem a entrada fácil de líderes delinquentes.

No Brasil, muitos assaltos e crimes são cometidos em motos, tanto que há quem defenda o fim das garupas, como em Bogotá...

Não gosto dessas medidas, pois me parecem preconceituosas. Sim, as motos devem cumprir as normas de trânsito, com sanções drásticas se não o fizerem. Em Bogotá tivemos essa restrição de passageiros nas garupas por um tempo, mas não mais.

Por que a violência urbana é tão forte nas cidades latino-americanas?

A criminalidade e a violência urbana são fenômenos principalmente latino-americanos. Não de toda a América Latina - no Chile, não é assim. Também há cidades africanas muito violentas. Mas na Europa, no Canadá e na Ásia, por exemplo, não há. É óbvio que há crimes, mas jamais na mesma escala. A violência urbana é um reflexo da falta de legitimidade do Estado e da ausência de uma sociedade forte. Em muitos países latino-americanos, a sociedade se resignou a tolerar a criminalidade. Então, a lei praticamente a tolera. Mas há muitas metrópoles mundiais muito seguras: Copenhague, Tóquio, Toronto, Zurique.

Que sugestões o sr. teria para São Paulo?

É preciso olhar para a cidade. Como disse, a cidade precisa priorizar o humano, em todos os sentidos. Parece muito óbvio, eu sei. Mas, infelizmente, isso não é feito. Já visitei São Paulo muitas vezes. É uma cidade com uma energia maravilhosa, mas há muito a melhorar. Aliás, com todo o respeito, não me parece que tantos helicópteros particulares sobrevoando São Paulo sejam úteis para construir legitimidade e coesão social. Em cidades como Londres e Nova York, os ricos usam transporte público e vão aos parques. São Paulo precisa de bibliotecas, ciclovias, parques. Conheci uma iniciativa ótima de vocês: o Sesc, um exemplo de integração comunitária. O Sesc Pompeia é ótimo. Mas um certamente não basta. Em uma cidade do tamanho de São Paulo, é preciso ter mais de 300 Sescs.


* ENRIQUE PEÑALOSA: ECONOMISTA E HISTORIADOR COLOMBIANO, PH.D. PELA UNIVERSIDADE DE PARIS. FOI PREFEITO DE BOGOTÁ (1998-2001)

Vivendo com o lixo


RIO DE JANEIRO - Há dez anos, dei-me conta de que o aparelho de fax em minha bancada de trabalho só estava servindo para ocupar espaço --suficiente para acomodar os quatro volumes do "Lello Universal", os três do "Webster's Dictionary" e os nove da "História da Literatura Ocidental", de Otto Maria Carpeaux. Sei disso porque foi o que botei no lugar quando me livrei do bicho.
Custei a perceber que há muito ninguém me mandava mensagens por fax nem eu para ninguém. Não havia motivo para conservar o objeto que, apesar de meio úmido de maresia, ainda funcionava bem. Assim, dei-o para minha faxineira, que o aceitou empolgada -até concluir que, também para ela, aquele aparelho já era inútil, derrotado pelo e-mail. Perguntei-lhe outro dia o que tinha feito com o fax. Não se lembrava.
É o que vivo me perguntando: para onde vão esses aparelhos depois que morrem? Com os eletrodomésticos, é diferente: antes de ir para o ferro-velho, um liquidificador pode atravessar gerações, mesmo que bata abacate, amendoim e gelo de hora em hora. Mas celulares, torres, teclados, monitores, notebooks, mouses, baterias, pilhas têm de ser regularmente jogados fora, destino que também já atinge iPods, Kindles, Nooks etc. -esses, não por desgaste, mas por já superados. E para onde vão as embalagens de plástico disso tudo?
Por mais que os órgãos do ambiente lutem para que as empresas que produzem ou vendem lixo eletrônico o recebam de volta e lhe deem um fim adequado -chama-se a isto de "logística reversa"-, parte de seus componentes tóxicos continua entre nós, no ar ou na água. Donde não se espante se, numa dessas, seu café ou limonada vier temperado com mercúrio, chumbo, berílio, cádmio ou arsênico.
Afinal, para onde quer que se mande esse veneno -reciclado ou não-, ele não tem como deixar o planeta.
Ruy Castro
Ruy Castro, escritor e jornalista, já trabalhou nos jornais e nas revistas mais importantes do Rio e de São Paulo. Considerado um dos maiores biógrafos brasileiros, escreveu sobre Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda. Escreve às segundas, quartas, sextas e sábados na Página A2 da versão impressa.

domingo, 18 de novembro de 2012

Engenharia para o desenvolvimento, por Arnaldo Jardim




O Brasil tem pela frente um conjunto de desafios para se consolidar no rol das maiores economias do planeta. Além de aumentar os investimentos públicos e privados, o País não poderá abrir mão de tecnologia e inovação para alcançar o desenvolvimento econômico e social.

Os investimentos anunciados para destravar o nó logístico por meio de concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos dependerão da capacidade de planejamento do próprio governo, da iniciativa privada e de profissionais capacitados para a execução e a elaboração dos projetos.

Somam-se ainda a necessidade de exploração do pré-sal, a realização da Copa do Mundo de 2014, das Olimpíadas de 2016 e o fato do Brasil ser o destino de fluxo significativo de recursos. Tudo isso vai demandar mão de obra qualificada, especialmente de engenheiros, para atender as oportunidades de expansão dos mais diversos setores da nossa economia.

Portanto, investir em educação e na formação profissional será essencial para nos firmamos como potência econômica. Para tanto, vamos precisar de mais engenheiros, carreira diretamente relacionada com a infraestrutura e o crescimento econômico do país.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) estima que, até 2014, o Brasil vai demandar 90 mil engenheiros para se somarem aos 854 mil profissionais atualmente inscritos no Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia).

Se não conseguir aumentar o contingente de engenheiros, o país continuará importando mão de obra, mesmo tendo duplicado o número de formandos em engenharia, que passou de 18 mil para 41 mil entre 2001 e 2010. Desse total, porém, apenas um terço atua na parte técnica. A Coréia do Sul, com um quarto da população brasileira, forma anualmente 80 mil engenheiros.

Na Rússia, o número de engenheiros formados a cada ano chega a 120 mil, na Índia 300 mil e na China ultrapassa dos 400 mil. Talvez pela quantidade de profissionais é que cinco construtoras chinesas estão no ranking das maiores empresas do mundo do setor, conforme aponta reportagem da revista The Economist. Até 2003, de acordo com a publicação, nenhuma construtora da China figurava neste seleto grupo.

Segundo dados do Censo da Educação Superior (Inep/MEC), no ano de 2000, 77.633 pessoas ingressaram na graduação de algum curso superior na área de engenharia, produção e construção. Em 2009 o número aumentou para 198.593, o que ainda se mostra insuficiente.

É preciso também atenção à qualidade na formação desses profissionais neste momento em que surgem condições para termos políticas públicas estáveis e planejamento de curto, médio e longo prazo.

Motivado por essas convicções, apresentei emenda à Medida Provisória 582/2012 para permitir a inclusão de empresas de consultoria e projetos das áreas de engenharia e arquitetura entre as beneficiárias da desoneração prevista na proposta.

Hoje a realidade é que essas empresas trabalham com baixa rentabilidade, contratando profissionais na figura jurídica de “PJs”, além de enfrentarem uma desleal e crescente disputa com consultorias estrangeiras cada vez mais presentes no País.
Como o apoio do Sinaenco (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia) e da ABCE (Associação Brasileira de Consultoras de Engenharia), estamos trabalhando pela aprovação dessa emenda que significará o fortalecimento de nossa engenharia e arquitetura consultiva e de projetos.

O engenheiro é um profissional indispensável. Na condição de engenheiro politécnico, me empenho pelo reconhecimento da qualidade de nossos arquitetos e engenheiros. O Brasil não pode prescindir desses profissionais.

Arnaldo Jardim é deputado federal pelo PPS-SP, engenheiro civil (Poli/USP) e 
Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura Nacional 
E-mail: arnaldojardim@arnaldojardim.com.br
Site oficial: www.arnaldojardim.com.br