"Me levantarei como uma leoa para defender nossos valores conservadores, verdade e justiça." Com essa frase típica de palanque, Michelle Bolsonaro admitiu ao jornal britânico The Telegraph a possibilidade de concorrer à Presidência, em 2026. Bem avaliada nas pesquisas de intenção de voto, mais até que os filhos de Bolsonaro, com os quais não tem um bom relacionamento, a ex-primeira-dama acrescentou que, caso saia candidata, será pela "vontade de Deus".
Certamente é a vontade do pastor Silas Malafaia, que poderia formar a chapa com Michelle ou virar a eminência parda de um regime teocrático, da senadora Damares Alves, que se imagina com poderes de superministra, e, não por último, do maquiador Agustin Fernandez, cujo sonho é criar looks deslumbrantes para a futura presidente do Brasil.
Bolsonaro só aceita que a mulher dispute uma cadeira no Senado. Ele, e somente ele —hoje um leão doente, inelegível e condenado a 27 anos de cadeia—, reúne condições de enfrentar Lula na corrida ao Planalto. Até seu último suspiro de liberdade, terá esperança na anistia-zumbi.
Ao receber Tarcísio de Freitas no condomínio onde cumpre prisão domiciliar, o capitão ouviu que o governador de São Paulo será candidato à reeleição. Pode ter ficado satisfeito com a visita de cortesia, mas se acreditou na declaração são outros quinhentos. Ele sabe que Tarcísio, com apoio do centrão de Arthur Lira e Ciro Nogueira, não desistiu de Brasília. Está apenas dando um tempo.
O filho 03 não esconde sua ambição presidencial. Ameaçado de prisão preventiva, confia nas milícias digitais, na extrema direita internacional de Steve Bannon e nas apostilas de Aldo Rebelo para concorrer no ano que vem mesmo sem perspectiva de vitória. Perder para Lula é o de menos, desde que o bolsonarismo continue liderado por um herdeiro de sangue.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que a insistência de Eduardo vai matar o pai. Só que, ao que parece, ele, Michelle e Tarcísio já consideram Bolsonaro politicamente morto.
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