Estamos sós no universo? Essa é uma daquelas grandes questões existenciais para as quais não temos resposta. Por enquanto...
"A Vida Secreta do Universo", da astrobióloga Nathalie Cabrol, funciona como um mapa celeste para abordar o problema. Ela começa com uma pequena radiografia da vida na Terra, expande suas investigações para nosso Sistema Solar e daí segue para outras partes do cosmo.
Nos últimos 40 anos, partimos de uma quase total ignorância sobre a matéria para uma significativa quantidade de dados, que, entretanto, ficam ainda aquém de uma resposta definitiva.
Sabemos hoje que moléculas prebióticas (precursoras de vida) são relativamente abundantes. Já as encontramos em Marte, nos gêiseres de Encélado, na atmosfera de Titã, em cometas, asteroides e até em Plutão. Conseguimos também imaginar vários caminhos para a vida, incluindo alguns bem diferentes daqueles que estamos habituados a ver. Sabemos ainda que há uma profusão de mundos lá fora.
Considerando tudo isso, fica difícil acreditar que não exista ao menos vida microbiana em outros planetas e luas. Mas vida microbiana é só parte daquilo que nos interessa. O que verdadeiramente nos fascina é a possibilidade de vida inteligente e tecnológica.
Aqui, os requisitos se tornam mais rigorosos. A vida precisaria ser pluricelular e existir por tempo suficiente para que a evolução darwiniana e o domínio da ciência possam fazer sua mágica. Falamos de um ou dois bilhões de anos de astros com ambientes estáveis e propícios.
Dada a vastidão do Universo, é difícil crer que só a Terra tenha reunido as condições adequadas, mas, quanto mais rara for a vida tecnológica, mais críticas se tornam as distâncias. Se elas forem "astronômicas", a comunicação pode ser impossível.
Como prêmio de consolação, fica a constatação de que já somos todos extraterrestres. Os átomos de que somos feitos foram forjados em estrelas que já se apagaram (e explodiram) bilhões de anos atrás. "A Vida Secreta do Universo" surpreende e instrui a cada página.
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