terça-feira, 16 de setembro de 2025

Lewandowski diz que morte de ex-delegado é crime brutal e mostra nível de violência do país, FSP

 

Brasília

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, classificou como um assassinato brutal a morte de Ruy Ferraz Fontes, 63, ex-delegado considerado um dos maiores especialistas no PCC.

O ministro disse ter ligado para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta terça-feira (16) para prestar solidariedade e oferecer apoio ao que for necessário para a condução da investigação.

"O assassinato do ex-delegado Ruy Fontes muito nos preocupa, porque foi um assassinato brutal e mostra o nível de violência que grassa no Brasil e também em outros países. É preciso que se diga isso, não é uma exclusividade nossa", disse.

Um homem de cabelos grisalhos e com um terno escuro está falando em um microfone. Ele gesticula com as mãos, expressando-se de forma enfática. Ao fundo, há uma bandeira do Brasil visível, com as cores verde e amarelo.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, participa de coletiva de imprensa no Palácio da Justiça sobre a Operação Carbono Oculto, contra a atuação do PCC nos combustíveis e no setor financeiro - Gabriela Biló - 28. ago.2025/Folhapress

Fontes foi assassinado na noite desta segunda-feira (15) em Praia Grande, na Baixada Santista. Conforme a Polícia Militar, o ataque ocorreu na avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, na Vila Caiçara, por volta das 18h20.

O governo Tarcísio de Freitas (Republicamos) determinou a integração de uma força-tarefa para prender os responsáveis pela morte. Equipes da Rota (espécie de tropa de elite da PM) foram deslocadas para o litoral.

Em declaração enviada à Folha, Tarcísio disse que o governo trabalha para que os criminosos sejam exemplarmente punidos pela Justiça.

"Ruy Ferraz Fontes deixou um legado na Segurança Pública de São Paulo. Foi pioneiro nas investigações contra o PCC e dedicou 40 anos à nossa Polícia Civil, chegando ao cargo de delegado-geral da instituição. Hoje foi covardemente assassinado em Praia Grande, onde atuava como secretário de Administração na prefeitura local. Vamos trabalhar para identificar e prender os criminosos responsáveis, para que sejam exemplarmente punidos pela Justiça, com todo o rigor da lei", disse o governador.

Segundo o boletim de ocorrência, homens efetuaram tiros de fuzil contra a vítima, que estava em seu carro.

Um vídeo mostra a ação. Nas imagens, Fontes aparece acelerando um Fiat Argo. Ele bate num ônibus, capotando o automóvel. Nesse momento, os suspeitos desembarcam de outro veículo e efetuam disparos contra o ex-delegado.

O carro utilizado no crime foi encontrado queimado pela polícia. Segundo a Prefeitura de Praia Grande, duas pessoas, um homem e uma mulher, ficaram feridos durante o ataque ao delegado. Eles estavam na rua e foram atingido por tiros. Os dois foram socorridos no local, encaminhados a uma unidade de pronto atendimento, e depois a um hospital. Nenhum dos dois feridos corre risco de vida, segundo a prefeitura.

Ruy Ferraz Fontes começou a carreira em 1988 e, ao longo de quatro décadas, trabalhou em diversos setores da Polícia Civil. Também teve carreira acadêmica. Durante 11 anos, ele foi professor assistente de Criminologia e Direito Processual Penal de uma universidade e professor de Investigação Policial pela Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo.

Ocupou o maior posto da Polícia Civil do estado, como delegado-geral, de janeiro de 2019 a abril de 2022, na gestão do governador João Doria. Nessa função, respondia diretamente ao governador e ao secretário da Segurança Pública.

Ele trabalhava ultimamente como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, que lamentou a morte em nota. Também atuou como diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital).

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