sábado, 6 de setembro de 2025

Porto em São Francisco do Sul (SC) guarda estação ferroviária histórica, FSP

 Marcelo Toledo

SÃO FRANCISCO DO SUL (SC)

A região portuária de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, guarda uma estação ferroviária histórica, que foi importante para o desenvolvimento econômico do litoral do estado no passado e que atualmente vive um novo ciclo de crescimento.

Inaugurada em 1906 e ainda com seus trilhos em uso, a estação hoje está localizada dentro de uma área privada, utilizada para as operações do porto, que no final de 2023, impulsionado por cargas como soja, milho, ferro e aço, tornou-se o maior do estado e receberá um investimento de R$ 300 milhões para o aprofundamento do canal, para que tenha condições de receber navios maiores.

Imagem mostra uma antiga estação ferroviária, em bom estado de conservação
Estação ferroviária de São Francisco do Sul, que recebeu passageiros até 1991 - Bruno Santos/Folhapress

A estação marca o quilômetro zero da linha de São Francisco da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande e é ponto de passagem da carga proveniente do Paraná e de Santa Catarina para embarque no porto.

O porto está localizado numa região que, num raio de 100 quilômetros, concentra 50% do PIB (Produto Interno Bruto) do Paraná e de Santa Catarina e é responsável por escoar 80% da soja catarinense e por receber 42% do aço importado pelo Brasil.

O primeiro trecho da ferrovia ligava o porto a Joinville, cidade mais populosa do estado, com 664.541 habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e 11 depois tinha crescido mais de 300 quilômetros, chegando até o porto União da Vitória, na divisa entre Santa Catarina e Paraná. São Francisco do Sul tem uma população estimada pelo IBGE em 56.726 habitantes.

A proposta inicial era levar a ferrovia até Foz do Iguaçu, o que significaria uma ampliação de mais 550 quilômetros, mas a ideia não foi levada adiante.

A estação em São Francisco do Sul, que até a década de 1940 era chamada apenas de São Francisco, recebeu passageiros por 85 anos.

Desde as viagens inaugurais, operou até 1991, quando ela era atendida por uma litorina —veículo automotriz, ou seja, que tem o próprio sistema de tração e não necessita de uma locomotiva para se locomover.

Com seu entorno protegido por segurança privada graças ao terminal logístico que opera no local, ela livrou-se da ação de vândalos e está em bom estado de conservação.

Além disso, a estação é tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio cultural ferroviário nacional com base em uma lei de 2007 e em uma portaria de 2010, como um bem oriundo da extinta RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.).

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