A APM (Associação Paulista de Medicina) se posicionou contra a criação do primeiro curso de graduação em Medicina do país voltado a beneficiários da reforma agrária e comunidades quilombolas.
O ensino será oferecido pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) em parceria com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária.
Serão abertas 80 vagas na turma inaugural, no campus do Agreste, em Caruaru. Metade das vagas serão para ampla concorrência e a outra metade será reservada para assentados, integrantes de famílias beneficiárias do Crédito Fundiário, educadores ligados ao Incra, acampados cadastrados e quilombolas.
A seleção inclui prova presencial e análise de histórico escolar. O resultado final será divulgado em outubro, e as aulas começam no dia 20 do mesmo mês.
A APM, porém, divulgou nota afirmando que a formação médica deve obedecer a critérios "técnicos, amplos e válidos para todos os estudantes", sem "favorecer grupos com base em alinhamentos políticos e ideológicos".
"Devemos nos ater à Lei 12.711/2012, que reserva cotas em universidades federais para estudantes de escolas públicas e raciais, sem favorecer grupos com base em alinhamentos políticos e ideológicos. Estamos tratando de uma instituição federal de ensino, cuja prioridade deve ser a formação médica de qualidade, baseada em critérios técnicos amplos e válidos para todos os estudantes", destaca o presidente da APM, Antonio José Gonçalves.
A iniciativa é celebrada pelo governo federal. "Ajuda a fortalecer o SUS no atendimento à saúde nas áreas rurais, ainda um grande desafio no nosso país", afirmou Clarice dos Santos, coordenadora-geral de Educação, Arte e Cultura do Campo do Incra, durante anúncio do programa.
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