O Ministério de Minas e Energia cobrou o Ibama pela segunda vez para que atualize o governo sobre o licenciamento da linha de transmissão que interligará a subestação de Humaitá (AM) e a de Nova Caladinho, em Porto Velho (RO), um projeto da Amazonas Energia, empresa recentemente adquirida pela Âmbar, dos irmãos Batista.
Como noticiou a Folha, na semana passada, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizou a transferência do controle da companhia para a Âmbar. A companhia se prepara para fazer uma injeção de quase R$ 10 bilhões para reestruturar as finanças da companhia, cuja dívida é de R$ 12 bilhões.
Considerada prioritária pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) desde fevereiro deste ano, a obra exigirá investimentos de R$ 210 milhões, mas, com o atraso de 38 meses, já consumiu R$ 526 milhões somente em subsídios, que já encareceram a conta de luz.
Sem a interligação ao SIN (Sistema Interligado Nacional), a região vem sendo atendida por uma usina movida a óleo diesel, que deveria ser desligada em abril de 2026, prazo em que as emissões de gases poluentes chegarão a 300 mil toneladas.
Segundo ofício enviado pela Secretaria Nacional de Energia Elétrica do ministério ao presidente do Ibama, o linhão terá 210 km e as obras, a cargo da Amazônia Energia, deveriam ficar prontas em dezembro deste ano.
Com o atraso, o governo foi obrigado a renovar o contrato por mais cinco anos ou até o momento em que a obra ficar pronta, o que ocorrer primeiro.
O projeto é o quarto na região amazônica que prevê o fim de geração a diesel. Recentemente, foram autorizados os linhões de Boa Vista/Manaus, última capital que faltava ser conectada ao SIN, e os de Itacoatiara e Cruzeiro do Sul.
Consultados, os ministérios de Minas e Energia e o Ibama não responderam.
Com Stéfanie Rigamonti
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