quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Descarbonizar setor industrial pode custar R$ 40 bilhões, aponta CNI, CNN

 A transição energética do setor industrial brasileiro para uma economia de baixo carbono enfrenta desafios significativos, apesar das vantagens comparativas do país em energia renovável.

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Um estudo recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que serão necessários investimentos de aproximadamente R$ 40 bilhões até 2050 para atingir as metas de descarbonização.

O Brasil já possui uma matriz energética composta por 49% de fontes renováveis, colocando-se em posição de destaque no cenário internacional.

No ano passado, as indústrias alcançaram um índice de mais de 64% de renovação em sua matriz energética, demonstrando uma tendência de redução no uso de fontes poluentes como o carvão mineral e aumento na utilização de fontes limpas, como o bagaço de cana.

Oportunidades e desafios da transição energética

Especialistas apontam que o Brasil tem potencial para se tornar um dos grandes provedores de energia renovável no mundo.

“O Brasil se coloca como um dos grandes provedores desse tipo de energia renovável para suprir esse caminho escolhido por grandes potências rumo à descarbonização das suas economias”, afirma Davi Bomtempo, da CNI.

Para impulsionar essa transição, o governo federal lançou o programa Nova Indústria Brasil, que prevê incentivos de R$ 3 bilhões em 2024 para investimentos em descarbonização.

Além disso, a recente aprovação do marco legal do hidrogênio é vista como um componente importante para o avanço da pauta verde, com mais de 20 projetos em desenvolvimento que somam investimentos de quase R$ 190 bilhões.

Políticas públicas e segurança energética

Especialistas ressaltam a importância de políticas públicas de longo prazo para garantir o sucesso da transição energética.

“Nós temos água, biomassa, vento, sol, que podem fazer com que sejamos, e já somos, de certa forma, talvez o país que tem a matriz elétrica mais limpa do mundo”, destaca Charles Lenzi, presidente da Abragel.

Lenzi, no entanto, também alerta para a necessidade de se considerar não apenas a redução de tarifas, mas também a confiabilidade e segurança do sistema energético brasileiro.

O desafio está em equilibrar a descarbonização com a manutenção de uma oferta energética estável e acessível para consumidores e indústrias.

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