quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Concessões de rodovias devem ampliar uso do gás no transporte, Eixos.com.br

 


No segundo dia da ROG.e, a transição na mobilidade foi um dos principais temas: Ministro dos Transportes defende aumento do uso de caminhões a gás. Petrobras vende 10 milhões de litros por mês de diesel coprocessado. Vibra vê vantagens de biocombustíveis em relação a veículos elétricos.
 
Presidente Lula defende bioeconomia na ONU.
 
Horário de verão pode reduzir contratação de potência. Hidrelétricas traçam estratégia para leilão de reserva de capacidade. Eletrobras avalia leilão de baterias.
 
Termopernambuco liberada para operar. A reação à transferência da Amazonas Energia.

Editada por Gabriela Ruddy
gabriela.ruddy@eixos.com.br
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Descarbonização do transporte. As novas regras para maior sustentabilidade na concessão de rodovias devem ajudar a destravar o uso de gás natural no transporte, segundo o ministro Renan Filho. 
 
A expectativa é que as regras para sustentabilidade ajudem a ampliar a frota de caminhões a gás natural no país. 
 
“Acho que o gás tem mais facilidade para substituir os caminhões existentes do que os caminhões elétricos, para um país de dimensões continentais como o Brasil”, disse o ministro em entrevista à agência eixos. Confira a entrevista completa

  •  Ao todo, o governo Lula pretende fazer 35 leilões de rodovias até 2026. 
     
  •  As novas regras para essas concessões, previstas a partir da chamada “5ª etapa”, preveem que 1% da tarifa deve ser destinada para o desenvolvimento de novas tecnologias e medidas de sustentabilidade. 
     
  •  Uma das expectativas está relacionada à criação dos “corredores azuis”, que terão rotas de gás natural veicular (GNV), gás natural liquefeito (GNL) e carregamento elétrico.

Na terça-feira, a Yara Brasil e a VirtuGNL anunciaram um acordo para a utilização de caminhões movidos a GNL na logística de distribuição de fertilizantes.
 
O ministro destacou que a ampliação das operações de caminhões a gás depende também do crescimento da malha de dutos.

  • Segundo ele, o biogás também pode ter um papel importante para chegar a lugares com menor infraestrutura de distribuição. 

Filho defendeu também uma redução da participação da Petrobras no mercado de gás, de modo a ampliar a oferta da molécula e fomentar novos projetos. 

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Demanda pelo diesel coprocessado. O diretor executivo de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Cláudio Schlosser, disse que a companhia já negocia 10 milhões de litros por mês de diesel coprocessado. Segundo Schlosser, o combustível com 5% de parcela renovável tem sido vendido junto aos produtos de diesel. Mesmo sem um mandato específica para o produto, a companhia tem planos para ampliar a oferta
 
48 bilhões de litros de etanol. A produção de etanol no Brasil, considerando a cana-de-açúcar (primeira e segunda geração) e o milho, pode atingir 48 bilhões de litros até 2034, com um crescimento anual de 3,8% em relação a 2022, segundo estimativas do Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 (PDE 2034), divulgado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A demanda projetada de etanol combustível para a próxima década é de 45 bilhões de litros.
 
Biocombustíveis versus elétricos. Para o vice-presidente de Operações da Vibra Energia, Marcelo Bragança, os incentivos aprovados no projeto de lei Combustível do Futuro ajudam a consolidar a vantagem dos biocombustíveis no país em relação à eletrificação. Ele avalia que o projeto – à espera da sanção do presidente Lula – se deu de forma acertada.
 
E-metanol no Açu. O Porto do Açu, no Rio de Janeiro, e a multinacional de e-combustíveis HIF Global anunciaram nesta terça (24/9) a assinatura de um contrato para reserva de área dentro do hub pré-licenciado de hidrogênio e derivados do complexo, para desenvolver uma instalação de e-metanol. A produção do combustível marítimo utilizará hidrogênio obtido a partir da eletrólise com energia renovável e CO2 reciclado.
 
E em Suape. Na segunda (23), o Governo do Estado de Pernambuco assinou um acordo com a European Energy para instalação de uma indústria de e-metanol no Complexo Industrial Portuário de Suape. O empreendimento deve ocupar uma área de 10 hectares, com estimativa de R$ 2 bilhões em investimentos e geração de 250 empregos diretos e mais 15 mil indiretos.
 
Lula defende bioeconomia na ONU. Em discurso na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nesta terça (24/9), o presidente Lula  disse que a visão do Brasil para o desenvolvimento sustentável está baseada na bioeconomia e que o país é um celeiro de oportunidades para a transição energética global.
 
Plataforma para transição justa. O governo brasileiro e a ONU lançaram, em Nova York, uma Plataforma Global voltada para o financiamento de projetos relacionados à transição energética justa e sustentável. A iniciativa é liderada pelos ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Fazenda, foca na equidade de gênero, por meio da colaboração entre mulheres do setor financeiro público e privado.
 
Senso de urgência na regulação. O CEO da Origem Energia, Luiz Felipe Coutinho, defendeu maior agilidade na regulação para acompanhar o ritmo da transição energética. Para ele, as agências reguladoras precisarão responder às demandas da sociedade na transição energética com senso de urgência, sob o risco de a competitividade brasileira no setor de energia ficar comprometida. 
 
Horário de verão. O retorno do horário de verão poderia gerar uma economia de R$ 1,8 bilhão por ano, com a redução da necessidade de contratação de potência para atender aos momentos de maior consumo de energia do sistema brasileiro, concluiu o estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentado na semana passada ao Ministério de Minas e Energia (MME). O retorno do horário de verão está em avaliação pelo governo federal, em meio à crise hídrica que afeta as usinas hidrelétricas.
 
Termopernambuco liberada para operar. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a antecipação da entrada em operação da usina Termopernambuco (PE), operada pela Eneva. A usina foi uma das vencedoras do leilão de reserva de capacidade de 2021 e tinha previsão inicial de iniciar o fornecimento de energia em julho de 2025. A antecipação foi uma das medidas anunciadas pelo governo para reduzir os impactos da atual crise hídrica no sistema elétrico.
 
Hidrelétricas no leilão de potência. O setor de hidrelétricas afirma que é possível entregar um aumento de capacidade nas usinas em três anos. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), é possível adicionar 18,4 gigawatts a empreendimentos existentes, com projetos de motorização de poços vazios, ampliação e instalação de novas turbinas. A expectativa é destravar projetos de modernização e ampliação de potência a partir dos contratos firmados no leilão de reserva de capacidade, prometido pelo governo federal para este ano. 
 
Eletrobras no leilão de baterias e de capacidade. O vice-presidente de estratégia da Eletrobras, Elio Wolff, afirmou que a Eletrobras pretende estudar o leilão de baterias, previsto para 2025. Ele confirmou que a companhia está se posicionando também para participar do próximo leilão de reserva de capacidade.
 
Separação de papéis no setor elétrico. O vice-presidente de regulação da Eletrobras, Rodrigo Limp, defendeu a separação de papéis entre os agentes do setor elétrico. Ele ressaltou que a governança bem definida, associada à maturidade das instituições brasileiras, é o que permite ao setor manter a estabilidade regulatória.
 
Antecipação de recebíveis. A diretoria da Aneel  aprovou a regulamentação da antecipação de recebíveis da privatização da Eletrobras. Prevista na Medida Provisória 1212/2024, a medida deve amortecer as tarifas de energia, pois os recursos serão usados para ajudar a custear a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). 
 
Transferência da Amazonas Energia. A Frente Nacional dos Consumidores de Energia criticou a decisão da Justiça do Amazonas, que nesta segunda-feira (23/9) deu 48 horas para a Aneel aprovar o plano de transferência da Amazonas Energia para a Âmbar. A organização cita nota técnica da própria Aneel para defender que o plano apresentado pela empresa do Grupo J&F não contempla as melhorias que poderiam resolver problemas que afetam os consumidores da região.

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