John Maynard Keynes (1883-1946) rima, em inglês, com "brains" (inteligência) e "reigns" (reina). Ele ainda reina.
A economia keynesiana está fundamentada em duas premissas.
Uma é o "estagnacionismo", baseada numa teoria econômica do balão —essa teoria prega que as pessoas devem continuar a inflar o balão com gastos ou então ele cairá.
O discurso de jornalistas e de muitos economistas hoje em dia é o de que "o consumo é a maior parte do PIB e, portanto, qualquer gasto expande a economia". É o "gaste ou morra", uma versão das versões mais técnicas da macroeconomia keynesiana.
Equivale à velha afirmação de que os gastos com luxo pelo menos empregam trabalhadores. Até Adam Smith (1723-1790) a utilizou em um de seus dois usos muito diferentes em seus textos publicados com a frase "a mão invisível".
A outra premissa keynesiana é a de que os economistas sabem mais e, portanto, devem ser recrutados para evitar a estagnação. Os keynesianos são pessimistas.
Uma forma antiga e muito popular de estagnacionismo é a que afirma que a fruta mais fácil de colher já foi colhida e, portanto, progressos futuros serão muito, muito difíceis de alcançar.
Keynes acreditava, como muitos economistas até hoje ainda acreditam, que os retornos estáticos decrescentes, que de fato ocorrem, se aplicam também às inovações, o que não é verdade.
Ainda em 2013, o economista norte-americano Tyler Cowen anunciou que "a média acabou"; em 2016, o também economista norte-americano Robert Gordon lamentou o fim da inovação. O pessimismo vende.
Os keynesianos afirmam que podem ajustar a economia porque conhecem o futuro no nível macro e também no nível micro.
Em 1946, a keynesiana Joan Robinson (1903-1983) afirmou que, "quando é preciso fazer adaptações em larga escala, o controle central é muito mais flexível do que a iniciativa privada".[1]
Estranho que ela não tenha entrado no mundo dos negócios, lucrando com seu incrível conhecimento de flexibilidade.
Vamos trazer macromanipulações e microrregulamentações para nos salvarmos dos horrores da estagnação e da desorganização, disseram os keynesianos.
A maioria dos economistas em 1946 presumiu, por exemplo, que sem a sua engenharia social a Grande Depressão recomeçaria. Afinal, os soldados estavam voltando para casa aos milhões e iriam ficar desempregados. Entretanto isso não aconteceu, nem de perto.
A teoria do balão e o ajuste fino, portanto, são factualmente equivocados.
Vamos parar de acreditar na inteligência de Keynes.
Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves
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[1] Joan Robinson, "Obstacles to Full Employment" (1946), in Id, Contributions to Modern Economics. New York: Academic Press, 1978, p. 27.
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