terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Abstenções, brancos e nulos em SP superam votos em Covas no 2º turno, FSP

SÃO PAULO

A soma de abstenções, votos brancos e nulos na cidade de São Paulo superou a votação recebida por Bruno Covas (PSDB), reeleito no segundo turno deste domingo (29). O atual prefeito teve 3.169.121 votos, enquanto o montante acumulado dos que não escolheram nenhum candidato chegou a 3,6 milhões.

No primeiro turno, Bruno Covas e Guilherme Boulos (PSOL), que foi ao segundo turno, juntos, somaram 2.832.873 de votos.

Desde 2012, São Paulo registra aumentos consecutivos no número de eleitores que não escolhem um representante nas urnas.

Enquanto no primeiro turno das eleições municipais deste ano a capital paulista teve 3,6 milhões de eleitores neste grupo, em 2016, o número foi de 3,1 milhões e, em 2012, 2,5 milhões.

Já no cenário de segundo turno, o número foi de 2,5 milhões em 2012 —não houve segundo turno na capital no pleito de 2016, no qual João Doria (PSBD) foi eleito.

O montante que não votou em nenhum dos candidatos representa 40,6% do eleitorado neste ano, tanto no primeiro quanto no segundo turno. Em 2016, o percentual era de 34,8% no primeiro turno.

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Isso significa um aumento de 20,6% de 2012 para 2016 e de 16,5% de 2016 para 2020 em primeiro turno. No segundo, a variação de 2012 para 2020 totalizou 38,7%.

As zonas eleitorais que registraram os maiores índices de eleitores que não escolheram candidato foram Santa Ifigênia (46,8%), Bela Vista (44,5%), Jaçanã (43,1%), Itaim Paulista (43%) e Itaquera (42,8%).

Já as menores taxas foram registradas nas zonas eleitorais da Saúde (37%), Pinheiros (37,3%), Butantã (37,5%), Santo Amaro (38,1%) e Grajaú (38,2%).

Os dados mostram que a maior porcentagem de eleitores que votaram em um dos candidato em São Paulo é de 63%, na Saúde. O menor índice, na Santa Ifigência, é de 53,2%, quase metade do eleitorado.

Santa Ifigênia também foi a zona eleitoral que registrou o maior número de abstenções na cidade neste segundo turno, com 39,78%. Já o menor índice foi registrado em Parelheiros, com 26,14%.

O retrato geral da cidade de São Paulo é similar aos números do Brasil. No segundo turno deste ano, o país totalizou 14,7 milhões de eleitores que não escolheram um candidato, o que representa 38,4% do eleitorado.

Em 2016, essa porcentagem era de 32,8% e, em 2012, 26,6%. Esse grupo é menor no primeiro turno das eleições, quando o percentual foi de 30,6%. De 2016 para 2020, o aumento foi de 17,3% de abstenções, brancos e nulos juntos.

Em relação às abstenções, o país registrou recordes no primeiro e no segundo turno deste ano. Neste domingo, a taxa foi de 29,5%, o maior índice desde 1996.

Já no último dia 15, a parcela dos que não compareceram às urnas foi de 23,1%, o maior dos últimos 20 anos. Houve aumento consecutivo de abstenções no segundo turno das eleições municipais desde o ano 2000 nos segundos turnos municipais. O ranking de ausências é liderado pelo pleito atual, seguido por 2016 (21,6%).

Em São Paulo, a taxa de abstenções foi de 30,81% do domingo (29). No primeiro turno deste ano, o índice foi de 29,3%. Em 2016,era de 21,8% e, em 2012, 18,5%.

Enquanto a abstenção foi elevada na capital de São Paulo, o litoral paulista ficou lotado neste domingo. A Folha percorreu praias e, além da lotação, verificou baixa adesão ao uso de máscaras, mesmo dentro de comércios.

Já em relação à variação das abstenções pela cidade de São Paulo, um levantamento da Folha mostrou que regiões periféricas da cidade apresentaram os aumentos mais expressivos de absenteísmo entre as eleições municipais de 2016 e 2020.

As áreas que tiveram os maiores aumentos nas abstenções foram Vila Formosa (42,2%), Cidade Tiradentes (42%), Perus (40,8%), Guaianazes (40,6%), Vila Jacuí (40%) e Brasilândia (39%), todas em regiões periféricas da capital paulista.

Essas áreas também são as com os menores IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da cidade. Guaianazes e Cidade Tiradente, por exemplo, ficam na subprefeitura de Guaianazes, com o menor IDH do município (0,713). O índice considera aspectos de longevidade, educação e renda.

Essas zonas eleitorais que registraram as maiores variações na abstenção também têm números importantes de pessoas aptas a votar, o que dá ainda mais peso para essa ausência nas urnas.

Brasilândia, por exemplo, tem 239.785 aptos a votar, a quarta maior zona da cidade. É o caso também de Perus, décima com maior eleitorado, com 187.793. 

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