Novamente sopram os ventos da incerteza sobre o mundo. Não é a primeira vez e não será a última. Os ciclos das crises sucedem-se e as razões são sempre mais ou menos óbvias: perda de controle, ganância, desonestidade e falta de planejamento a longo prazo. Ambições desmedidas.
A antiga desmesura grega, a "hibris" que nos acomete quando perdemos a noção de nossos próprios limites, perdura nas sociedades atuais, lembrando que a loucura humana perpassa a história.
Vivemos ainda, atualmente, a mega pandemia do covid-19. O que mudou na contemporaneidade global? O mundo converteu-se num pesadelo real e virtual acrescido de uma pandemia que desestabilizou a economia mundial, levando-nos inapelavelmente a uma recessão sem precedentes que desestabilizou o planeta. Os conceitos de democracia e liberdade estão desaparecendo para dar lugar a uma ditadura hightech bases na vigilância e monitoramento de grandes corporações e conglomerados empresariais. Agora mais do que nunca, nesse novo tempo que teremos à frente após pandemia e suas consequências exponenciais na retratilidade da produção e do consumo. É imperativo passar de um superado modelo burocrático, prestador e concessionário de serviços - para um modelo empreendedor, de co-responsabilidade social, solidária, a que o Estado - deve prestar decisiva colaboração inovadora em conjunto com a iniciativa privada e o terceiro setor - esta é uma estratégia impreterível, compulsória para que não se perca uma década para chegar aonde já estávamos. Tal ação interativa certamente representará um esforço hercúleo na construção de um modelo de desenvolvimento integral, integrado e sustentável, possibilitando superar paulatinamente a reprodução da pobreza e a exclusão social provocadas pelo aumento das desigualdades, da internacionalização de uma recessão econômica jamais experimentada.
A crise que vivemos na atualidade provocada pela pandemia covid-19 se apresenta realmente como uma adversidade de pensar o universal, sufocada pelas imagens do mundo global. A crise atual não é somente financeira. não é simplesmente econômica, política ou social, nem data de ontem. O ano 2000 chegou com seus grandes temores e não devemos esquecer que os historiadores do futuro falam da Crise dos Cem Anos para evocar o período do qual já estamos há quase vinte anos...
Crise, crise de consciência e tomada de consciência se encadeiam uma a outra como fazem os bacteriófagos microscópicos e se reforçam mutuamente sem que por essa razão seja possível classificá-las em termos de causas e efeitos. Essa crise do universal é ao mesmo tempo uma crise de consciência planetária, uma crise de relação e uma crise dos fins. A crise da consciência planetária concerne ao nosso lugar no universo: doravante sabemos que vivemos sobre um planeta infinitamente pequeno num universo incomensurável...
O delinear de um novo tempo.
Passada essa pandemia que pela primeira vez na história foi de abrangência global com milhares de contaminados que foram à óbito em todos os continentes, teremos que refletir profundamente sobre os efeitos e a inevitável diástase que inevitavelmente provocará. Nós, cidadãos globais teremos que tomar algumas decisões, debatendo respectivamente em cada área que atuamos, por meio de nossas representações de classe trabalhistas, comunicando-nos com nossos representantes no Congresso Nacional, conversando com nossos amigos e, sobretudo cobrando do Estado novas experiências sociais de trabalho e emprego. Por sua vez, das Universidade e Centros de Pesquisa, como poderão ser as novas inserções trabalhistas numa era majoritariamente digitalizada e automatizada. Na verdade, esta realidade já vem acontecendo, desde o início do século com o advento da TI da informática, reduzindo drasticamente o número de empregos em todas as áreas de produção, vejam o setor bancário com os caixas eletrônicos e as operações online feitas pelo celular.
As grandes linhas de produção totalmente automatizadas entre outras. Isso tudo já mudou o mundo há 20 anos.
A complexidade da ciência na contemporaneidade.
Nas ciências cognitivas, um outro elo é ainda objeto de pesquisa entre cérebro, órgão biológico, a mente, entidade antropológica, e o computador, inteligência artificial. Mas, até o presente, há mais justaposição que ligação, e menos busca de uma linguagem comum que conflitos entre disciplinas de pretensão hegemônica, visão holística inter e transdisciplinar entre: ciências neurológicas, ciências físicas, teorias oriundas da informação, cibernética, conceitos de auto organização a partir de redes de conexão entre outros. O mais grave é que as ciências cognitivas, que aglutinam disciplinas normais, próprias da ciência clássica, ignoram seu problema crucial: o objeto de seu conhecimento é da mesma natureza que seu instrumento de conhecimento.
para onde foram todos?
Sentimos falta de comunidade, ausência da família, dos amigos, ausência de segurança, qualidade fundamental para uma vida feliz, mas que o mundo que habitamos é cada vez menos capaz de oferecer e mais relutante em prometer. Lembramo-nos dessa ausência mais intensamente quando atravessamos uma crise como esta provocada pelo covid-19, que nos separa, isola e amedronta.
Crise, crise de consciência e tomada de consciência se encadeiam uma a outra como fazem os bacteriófagos microscópicos e se reforçam mutuamente sem que por essa razão seja possível classificá-las em termos de causas e efeitos. Essa crise do universal é ao mesmo tempo uma crise de consciência planetária, uma crise de relação e uma crise dos fins. A crise da consciência planetária concerne ao nosso lugar no universo: doravante sabemos que vivemos sobre um planeta infinitamente pequeno num universo incomensurável...
Solidão social.
Este isolamento social que estamos há mais de dez meses experimentando, face ao covid-19, somado as diferentes acepções de tempo perdido correspondentes, abrem um campo imenso à observação antropológica. Uma antropologia da solidão que se pretende de proteção e preservação, portanto, elucidativa deveria trazer à luz seus mais clássicos parâmetros, como a filiação e a aliança (por meio de extensão das diversas formas de isolamento, de surgimento de famílias recompostas, de famílias monoparentais, ou casais homossexuais), a residência (pela distância do local de trabalho, das dificuldades de alojamento e da extensão da malha urbana para o necessário deslocamento e necessário isolamento) e a geração, e mais largamente as relações de amizade e de compadrio e convivência que, como vimos, já não dependem mais do ambiente profissional. Essa antropologia da solidão poderia ser aplicada em diferentes domínios nos quais a tensão global/local é sensível.
Tempos depois da pandemia...
É muito provável que ao ler essa longa mensagem a pandemia já tenha sido superada.
Passadas as incertezas do covid-19, encontrada a vacina que elimina o vírus facínora, superados o terror da contaminação das centenas de milhares de vítimas fatais dessa pandemia, prosseguiremos ainda, e teremos que enfrentar os efeitos deletérios, igualmente degradantes da economia debilitada e claudicante pela terrível recessão experimentada no sistema produtivo e consequente desemprego massivo e imprevisível. Essa triste e inevitável realidade nos levará inapelavelmente a um novo tempo e se constituirá provavelmente no marco divisor de uma nova era de profunda transição econômica, social, cultural e sobretudo tecnológica hegemônica. Aos que estão no mercado de trabalho, a maioria, deverá celeremente reciclar-se, hoje de maneira mais rápida e acessível pelos cursos em EAD, somente assim conseguirão adaptar-se às novas demandas para inserir-se neste novo tempo de predominância de alta tecnologia 5-G o próximo processo evolutivo para a banda larga sem fio, elevando muito as potencialidades da rede atual. Provavelmente você será selecionado por um conjunto de algoritmos que escolherão com precisão o que cada pessoa experimenta e será capaz de fazer. Por um novo componente denominado feed, sistema de recomendação ou personalização. É muito importante saber escolher. Geralmente disto dependerá a sua vida. Fundamente-se no bom juízo e no pensar correto, valores universais, para os quais não bastam inteligência, habilidades e competências. É necessário, sobretudo, discernimento. Sem ele não existe capacidade para escolher. Aqueles que não desenvolvem esta qualidade se enredam com o pior, de tal forma que parecem estar amarrados ao erro. O bom discernimento é um dos mais altos dons que se podem ser adquiridos para se vencer na vida e, esta característica da personalidade felizmente ainda não mudou...E, talvez, será a mais importante na aprovação dos algoritmos programados no processo de seleção na submissão do Feed...
O consumidor de produtos e serviços de Turismo da Hipermodernidade.
O consumidor da hipermodernidade, já de há muito, deixou de ser o da pós modernidade; está cada vez mais se transformando em hiper transformador, informatizado, tem à mão seu smartphone e quase todas as informações que necessita: sites de reserva, mapas, localizações e múltiplas e outras informações, porém ainda lhe falta, aquilo, que está prestes a acontecer com a tecnologia 5G. Portanto, aqueles que pareciam ter chegado ao ponto final, na verdade ainda estão chegando ao ponto de partida, o que passa a exigir das organizações em rede uma mudança ainda maior na disponibilidade de dados e informações e, principalmente regulamentação as quais, ainda não estão disponíveis por absoluta negligência do Estado, que parece estar ainda muito distante dessas conquistas tecnológicas, as próprias instituições que caberiam regulamentar esse incomensurável comércio eletrônico, ainda estão muito distantes desse necessário regramento.
Que a sua reflexão ao ler esse texto extenso e necessário, possa iluminar sua mente e prepará-la para um Natal evocativo da necessária compreensão, reflexão e inovação para esse novo tempo chegante. E que o Ano de 2021 nos encontre mais fortes e preparados para os desafios vindouros. Boas Festas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário