Maria Augusta de Oliveira foi uma das maiores lideranças femininas da política brasileira.
Natural da Paraíba, ela desde cedo se interessou por política. Aos 28 anos, candidatou-se a deputada estadual pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro) e foi a primeira mulher a concorrer à vaga no estado.
Mesmo sem se eleger, lutou contra o machismo e o conservadorismo dominantes à época na sociedade brasileira. A filiação ao PCB a aproximou de David Capistrano da Costa, dirigente do partido. Os dois se apaixonaram e decidiram morar no Recife. O casal teve três filhos: David Capistrano Filho, Maria Cristina e Maria Carolina.
Com o golpe de 64, Maria Augusta e David Filho, com 16 anos na época, ficaram presos por alguns meses.
Depois, Maria Augusta mudou-se com a família para o Rio de Janeiro—mas sem o companheiro, que se exilou na então Tchecoslováquia. Em 1974 David Capistrano foi tido como desaparecido político. Mais tarde seria reconhecido que ele foi torturado e morto pela ditadura militar.
Maria Augusta integrou a Comissão Executiva do Comitê Brasileiro pela Anistia e o Movimento Feminino pela Anistia. A partir da redemocratização, passou a atuar também na área de direitos humanos. Na capital paulista, participou também do Centro da Mulher Brasileira.
Sua trajetória valeu-lhe honrarias ao longo da vida. Foi escolhida como uma das 500 homenageadas pelo “Dicionário das Mulheres do Brasil”, de Érico Vital Brasil (editora Zahar, 2001).
Maria Augusta chegou aos cem anos ativa e lúcida. “Ela prestava atenção aos acontecimentos do mundo, assistia diariamente aos telejornais, se interessava por moda, era fã da Chanel, costurava e bordava muito bem”, afirma a filha, a coordenadora pedagógica Maria Cristina Capistrano, 70.
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