segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Cota de importação de etanol dos EUA vence e não deverá ser renovada, OESP

 BRASÍLIA - A cota pela qual os Estados Unidos podem exportar etanol sem tarifa para o Brasil venceu nesta segunda-feira, 14, e não deverá ser renovada, disseram ao Estadão/Broadcast duas fontes que acompanham o assunto.

A informação é que não houve nenhum pedido de renovação da cota por parte dos membros do Comitê-Executivo da Câmara de Comércio Exterior (Gecex), formado por ministros como os da Economia, Agricultura e Relações Exteriores. O grupo tem uma última reunião na quinta-feira, 17, mas o tema não deverá entrar na pauta.

Em setembro, o governo brasileiro tinha dado mais 90 dias de isenção para a importação, na tentativa de arrancar dos norte-americanos um acordo envolvendo o etanol e o açúcar brasileiro. A esperança era aproveitar a aproximação do governo Jair Bolsonaro com o então presidente dos EUA, Donald Trump, para baixar tarifas para a venda do açúcar para os Estados Unidos.

Roubo de etanol
Sem a cota, toda a compra de etanol, produzido a partir da cana-de-açúcar no Brasil, é taxada em 20%. Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

A prorrogação da cota, que havia vencido naquele mês, foi defendida pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que acreditava que o prazo de três meses seria suficiente para os dois países chegarem a um acordo. Não foi o que aconteceu.

Se a conversa já era difícil, o acordo ficou ainda mais distante com a eleição do democrata Joe Biden. Segundo uma fonte do governo brasileiro, Brasil e Estados Unidos continuarão conversando “em busca de um comércio bilateral mais livre”.

Até esta segunda, a importação de 62,5 milhões de litros de etanol por mês poderia ser feita sem tarifas. Sem a cota, toda a compra é taxada em 20%.

Em setembro, os governos de Brasil e Estados Unidos chegaram a divulgar uma declaração conjunta em que informam que os dois países decidiram realizar “discussões orientadas” para chegar a um “arranjo” que aumente o acesso ao mercado do etanol, no Brasil, e do açúcar, nos Estados Unidos. Segundo o texto, os países também considerariam um incremento no acesso ao mercado de milho dos dois lados. 

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