Depois de um ano em que a pandemia esvaziou os escritórios, o setor de coworkings espera voltar a crescer em 2021. A retomada, segundo empresários, será impulsionada por grandes companhias que viram vantagens no trabalho remoto e buscarão alternativas mais flexíveis para distribuir suas equipes. “A quantidade de cotações por companhias que buscam mais de cem vagas é a maior de nossa história”, diz Fernando Bottura, presidente do GoWork.
A aposta dos coworkings é que, com profissionais cansados do isolamento radical da pandemia, o futuro será dividido entre alguns dias em casa e outros no escritório. Por isso, surgiram em 2020 planos flexíveis, com contrato para só alguns dias na semana ou banco de horas para ser compartilhado entre funcionários.
Renato Auriemo, presidente do Co.W, diz que o faturamento da empresa está 35% abaixo do esperado, mas a retomada das cotações por novos clientes sentida nos últimos meses devolveu o ânimo. Por outro lado, o medo de uma segunda onda da Covid-19 adia o fechamento dos negócios.
Segundo Botura, da GoWork, as 14 unidades da rede estão com espaços comprometidos para 2021. A companhia vai investir R$ 20 milhões no ano para atender negócios que devem ser fechados após a vacinação,.
Roberta Vasconcellos, sócia do BeerOrCoffee, site para contratação de vagas em coworkings, diz que escritórios menores e com pouco caixa não conseguiram atravessar a crise. Por outro lado, as redes mais estruturadas terão oportunidade para encontrar espaços livres e donos de imóveis que ficaram vazios poderão criar novos negócios no setor, afirma.
O Cubo, prédio para startups em São Paulo, mudou seu modelo de negócios com a pandemia. Segundo a diretora Renata Zanuto, foi preciso deixar de focar o aluguel e funcionar como rede de negócios. Para 2021, as posições de trabalho poderão atender 460 empresas, em vez das atuais cem, e haverá formatos mais flexíveis de contratação.
A fintech Creditas, com 1.800 funcionários, decidiu deixar a ida ao escritório de segunda à sexta para trás. Segundo seu fundador, Sergio Furio , não faz sentido que profissionais peguem até três horas de trânsito em um dia sem reuniões. A companhia devolveu o imóvel que alugava em São Paulo e buscará novo formato de trabalho, diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário