A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, classificou de "absurda", nesta terça-feira (15), uma multa imposta pelas autoridades à prefeitura da capital francesa por empregar muitas mulheres em cargos de responsabilidade.
A multa de € 90 mil (cerca de R$ 557 mil) foi imposta pelo ministério da Função Pública, alegando que Paris infringiu as regras de paridade de gênero em seu quadro de funcionários de 2018. Naquele ano, as mulheres representavam 69% da direção da prefeitura parisiense, ocupando 11 dos 16 cargos de chefia.
"Tenho o prazer de anunciar que fomos multados" por "termos nomeado muitas mulheres para cargos de direção", disse a prefeita socialista, que foi reeleita neste ano para um novo mandato à frente da capital francesa. "A gestão da prefeitura se tornou, de repente, feminista demais."
Um decreto de 2012, que só foi revisado no ano passado, prevê a multa de € 90 mil para as grandes cidades que não respeitarem, na nomeação de seu alto escalão, ao menos "40% de pessoas de cada sexo".
A lei, entretanto, tinha como objetivo inlcuir mais mulheres em cargos de confiança que costumam ser majoritariamente ocupados por homens.
"Essa multa é obviamente absurda, injusta, irresponsável e perigosa", critiou Hidalgo. Ela também disse que as mulheres devem ser promovidas com "vigor, porque o atraso em todas as partes da França ainda é muito grande".
"Sim, para alcançar a paridade um dia, devemos acelerar o ritmo e garantir que se nomeie mais mulheres do que homens", completou.
No Twitter, a ministra do Serviço Público da França, Amélie de Montchalin, reconheceu que a multa foi imposta, mas acrescentou que a norma exigindo a paridade de 40% para os dois gêneros foi anulada no ano passado.
"Quero que a multa paga por Paris para 2018 financie ações concretas de promover as mulheres no serviço público", frisou, convidando Hidalgo ao Ministério para discutir o assunto.
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