Quando o rádio AM tinha alta taxa de penetração e influência no dia a dia das pessoas, Zora Yonara era referência em previsões astrológicas, principalmente entre as décadas de 1980 e 1990.
Sucesso no rádio e na TV, ela popularizou o horóscopo, a interpretação dos sonhos e as mensagens de otimismo.
Astróloga, radialista e radioatriz, Zora tinha o sorriso na voz, uma característica que a tornava simpática e marcante.
“A Zora era muito alto astral. Você sabia o momento em que ela chegava pelo sorriso, na forma como dizia bom dia no corredor da rádio”, conta o radialista Roberto Vitório, 65. Ambos trabalharam juntos na Rádio Globo entre 1978 e 1985.
“A Zora era a mesma pessoa dentro e fora da rádio. Nunca a vi agir diferente. Alegre, espontânea, sincera, amiga e sensível para os problemas das pessoas. Quando era reconhecida e abordada na rua, pelo menos dava uma palavra de incentivo”, diz Roberto.
Nascida Creusa Gramacho Carosella, no Espírito Santo, Zora Yonara começou a carreira ainda jovem em rádios capixabas, na produção de programas e participação em radionovelas.
A astrologia veio depois, ao acaso, quando foi escolhida pelo ex-diretor da Rádio Globo, Mário Luiz Barbato (já falecido), para substituir um astrólogo por um dia.
Foi ele quem sugeriu, mais tarde, o nome Zora Yonara —Zora, em grego, significa força e coragem; Yonara para homenagear a atriz Yoná Magalhães (morta em 2015). Não foi difícil convencê-la de que o novo nome traria sorte.
Zora atuou na TV Gaúcha de 1974 a 1980, onde respondia perguntas enviadas pelos telespectadores no Jornal do Almoço. Ela ficou nacionalmente conhecida em 1982, quando foi escalada para o programa TV Mulher, da Globo.
No dial, Zora se consagrou na programação da Rádio Globo e no “Show do Antônio Carlos”, que passou pela Globo e atualmente está na Super Rádio Tupi. No programa, ela tinha um quadro onde fazia previsões e falava de autoajuda.
A astróloga era viúva do italiano Bruno Carosella, morto em 1998. O casal não teve filhos.
Zora, que completou 60 anos de carreira em 2018, acreditava no livre arbítrio e que nascemos para sermos felizes.
Ela morreu dia 11 de dezembro, aos 91 anos, de pneumonia. Seu estado de saúde já vinha debilitado devido ao mal de Alzheimer.
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