sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Governo de SP transfere Secretaria de Justiça e Cidadania para o Palácio dos Campos Elíseos, FSP

 A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) vai transferir a Secretaria da Justiça e Cidadania para o Palácio dos Campos Elíseos, prédio histórico localizado na avenida Rio Branco, 1.269, no centro de São Paulo.

A pasta é a mais antiga do governo do estado, criada em 1892.

A mudança faz parte do projeto do Centro Administrativo dos Campos Elíseos, que será a nova sede administrativa do governo no bairro de mesmo nome na capital paulista.

O Palácio dos Campos Elíseos, que era ocupado pelo Museu das Favelas, em São Paulo
O Palácio dos Campos Elíseos, que era ocupado pelo Museu das Favelas, em São Paulo - Divulgação/Black Pipe

A mudança, diz o governo, começa neste mês e será realizada em duas etapas. Na primeira, serão transferidos o gabinete do secretário da Justiça, Fábio Prieto, e as áreas técnicas. Na segunda etapa, que envolverá a área administrativa da pasta e outras repartições, a mudança será concluída até o final do primeiro trimestre de 2025. Atualmente, os cerca de 200 funcionários ocupam dois prédios históricos, situados no Pateo do Colégio.

"A Secretaria da Justiça e Cidadania, ao ser a primeira a se transferir para Campos Elíseos, cumpre um papel simbólico e crucial não apenas na implementação do futuro Centro Administrativo do governo do estado, mas também no impulso à revitalização do centro de São Paulo e na promoção de uma administração pública mais eficiente, orientada e próxima dos cidadãos no futuro", diz Tarcísio.

"A ação do governo busca revitalizar a área e promover maior eficiência administrativa por meio da aproximação territorial dos órgãos governamentais", afirma Fábio Prieto.

O projeto faz parte do Programa de Parcerias de Investimentos do estado de São Paulo e busca centralizar as atividades da administração estadual em uma localização estratégica, visando a redução de custos administrativos e a requalificação da região central da capital.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

O 'amor cachaça' no centenário de Paulo Vanzolini, Gelo e gim, FSP

 

Em 1953, Inezita Barroso gravou "Marvada Pinga", que seria um sucesso. A música dizia assim: "Eu bebo da pinga porque gosto dela/ Eu bebo da branca, bebo da amarela/ Bebo nos copo, bebo na tigela/ E bebo temperada com cravo e canela/ Seja quarqué tempo, vai pinga na guela".

Era uma ode à geritiba, como a cachaça era chamada em Portugal, séculos atrás, ensina o "Prelúdio da Cachaça", de Câmara Cascudo. Gregório de Matos, o Boca do Inferno, era um que usava o termo, o que não deixa de ser uma boa chancela. Aqui ficou pinga mesmo, apelido de cachaça, palavra um pouco mais nobre.

Inezita Barroso no programa “Os Sons da Memória” (1980, TV Cultura)
Inezita Barroso no programa 'Os Sons da Memória' (1980, TV Cultura) - Cedoc FPA/TV Cultura/Danilo Pavani

Durante a produção da aguardente, o vapor se condensava no teto dos engenhos e pingava nos trabalhadores, quase sempre escravos. Daí o nome. Já a origem da palavra cachaça é controversa, diz o "Dicionário Etimológico" de Antônio Geraldo da Cunha, e portanto difícil de precisar.

Fato é que Inezita precisava gravar o lado B de seu compacto. Naquele tempo era tudo feito na hora. Era preciso um compositor que cedesse os direitos de alguma música. Por acaso, Paulo Vanzolini estava lá. E tinha na mão "Ronda", que havia composto aos 21 anos.

Assim, o hino da noite de São Paulo foi registrado pela primeira vez. Mas a frase "bebendo com outras mulheres, rolando dadinho, jogando bilhar" não chegou ao grande público. Demoraria mais de dez anos para a música pegar, na voz de Márcia. Depois disso, até Caetano se curvou, fazendo alusão a ela em "Sampa".

Paulo Vanzolini a bordo do barco Garbe em expedição pela Amazônia em 1975
Paulo Vanzolini a bordo do barco Garbe, em expedição pela Amazônia, em 1975 - Acervo

Vanzolini, cujo centenário é comemorado neste ano, criou a canção a partir de sua experiência no Exército, quando patrulhava a região do baixo meretrício, volta e meia apanhando algum soldado bêbado e encrenqueiro. "Cansei de ver mulheres sozinhas entrando num bar, procurando alguém com os olhos, e saindo", disse.

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Zoólogo com doutorado em Harvard, diretor por 30 anos do Museu de Zoologia de São Paulo, Vanzolini era muito culto e chorava ao recitar Olavo Bilac. Um cientista brilhante, com uma aguda sensibilidade artística. Em suas andanças, percorreu mais de 10 mil quilômetros de rios na Amazônia. Especialista em serpentes e anfíbios, buscava novas espécies; 15 delas foram batizadas em sua homenagem.

Como homem da noite, definia a boemia com candura: "Ficar bebendo cerveja em bar barato com os amigos". Muitos desses amigos eram músicos, como Dorival Caymmi, Chico Buarque e Toquinho —este, seu parceiro. Em ciência, pensava como Karl Popper: "Toda teoria deve ser examinada e desmentida. E então substituída por outra". Uma revolução permanente, o que incluiu sua celebrada Teoria dos Refúgios.

Grande mestre do samba paulistano, cervejeiro e bebedor da simples e eficiente 51, muitas vezes ao lado de Adoniran Barbosa, incluiu a marvada em pelo menos duas letras de suas mais de 60 composições. Em a bela "Toada de Luís", há o trecho: "A sorte passou bem perto/ Você não quis nada com ela/ Preferiu seu peito aberto/ e sua cabeça fechada/ Viola, mulher e cachaça/ Virgem Maria, cheia de graça!/ E sexta-feira de madrugada".

Já em "Amor de Trapo e Farrapo", o amor é qualificado de maneiras surpreendentes: "Amor sereno/ Amor pirraça/ Amor veneno/ Amor cachaça/ Amor debaixo d'água/ Amor no meio dos infernos/ Amor de meter susto ao padre eterno".


BATIDA ROSA

45 ml de cachaça

45 ml de água com gás

22 ml de suco de abacaxi

22 ml de suco de limão siciliano

15 ml de grenadine

Ponha a água com gás num copo Collins (longo) com gelo. Bata os demais ingredientes e coe para o copo. Decore com uma fatiazinha de abacaxi.

Operação contra a pirataria tira do ar 675 sites de streaming, FSP

 19.set.2024 às 15h29

BRASÍLIA

Uma operação realizada nesta quinta-feira (19) tirou do ar 675 sites e 14 aplicativos de streaming ilegais. Além disso, nove pessoas foram presas —seis no Brasil e três na Argentina.

Foram cumpridos ainda 30 mandados de busca e apreensão, resultando no recolhimento de diversos materiais relacionados aos crimes investigados.

A imagem mostra um computador de mesa com um monitor exibindo um jogo de futebol. O teclado é iluminado em vermelho e há um mouse ao lado. Um homem, parcialmente visível, está ao lado do computador, usando uma camisa escura e um colete. Na mesa, há um copo, um recipiente branco, e outros objetos não identificáveis.
Agente mostra site de streaming de transmissão de jogo de futebol na Operação 404 - Divulgação/Ministério da Justiça

A ação foi coordenada pelo Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça e contou com a participação das polícias civis de nove estados: Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, além do Ministério Público de São Paulo e Santa Catarina.

Também participaram órgãos de aplicação da lei e associações de proteção à propriedade intelectual do Brasil e de outros países, como Argentina, Estados Unidos, Paraguai, Peru e Reino Unido.

A Operação 404 busca tornar indisponíveis os serviços ilegais que violam os direitos autorais das vítimas.

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Seu nome refere-se ao código de resposta do protocolo HTTP, que indica quando uma página não é encontrada ou está indisponível.

No Brasil, a pena para quem comete esse crime varia de dois a quatro anos de reclusão, além de multa. Os investigados podem ainda ser indiciados por associação criminosa e lavagem de capitais.

"Esses sites registraram mais de 12 milhões de visitas no último ano, expondo uma grande quantidade de consumidores a riscos de segurança digital. Isso evidencia que o uso de plataformas ilegais não só prejudica os detentores de direitos autorais, mas também coloca em risco as informações pessoais e financeiras dos usuários", disse a pasta, por meio de nota.

A pasta acrescentou que os sites além de distribuírem conteúdo sem autorização, muitas vezes infectavam os dispositivos dos usuários com malwares e vírus, deixando-os expostos a práticas de roubo de dados.

Desde 2019, diversas etapas de operações contra o streaming ilegal de conteúdo foram realizadas no Brasil. A primeira, em 1º de novembro de 2019, envolveu 12 estados, resultando em 30 mandados de busca e apreensão e o bloqueio de 210 sites e 100 aplicativos.

A cada ano, novas fases das operações foram realizadas. No ano passado, foram duas etapas: a quinta, em março de 2023, resultou na prisão de 11 pessoas e no bloqueio de 199 sites e 63 aplicativos.

Já a sexta etapa, em novembro de 2023, culminou no bloqueio de 606 sites e contou com a colaboração internacional de agências de aplicação da lei da Argentina, dos Estados Unidos, do Peru e do Reino Unido