domingo, 23 de abril de 2017

Produtores investem em técnicas para reduzir custos em canaviais de SP, Globo Rural

Uma nova maneira de plantar a cana-de-açúcar está reduzindo o custo e aumentando a produtividade da lavoura. Agricultores e cientistas de São Paulo, estado que mais produz cana no Brasil, falaram sobre a novidade.
Cana de açúcar no Brasil é uma atividade que engloba centenas de usinas, milhares de agricultores e trabalhadores e um cultivo que se espalha por 8 milhões de hectares. Para manter essa engrenagem funcionando, todos os anos uma parte dos canaviais brasileiros tem que ser replantada. Isso ocorre porque um cultivo costuma ter boa produtividade durante cinco safras. Depois, a produção tende a cair. É a hora de fazer a chamada reforma ou replantio do canavial.
O replantio da cana-de-açúcar pode ser feito de várias maneiras. Atualmente, o método mais comum é uma operação grandiosa. Um trabalho que envolve máquinas pesadas, tratores, transbordos. Tudo para fazer o transporte e replantio da cana-de-açúcar nas áreas que precisam de reforma.
Na fazenda no munícipio paulista de Motuca o trabalho é feito com plantadeiras, que despejam nos sulcos as mudas, também chamadas de rebolos ou colmos. São pedaços de cana que vão brotar no solo para dar origem a um novo cultivo.
O problema é que o trabalho mecanizado acaba ficando caro, principalmente para os agricultores médios e pequenos. Outro ponto negativo é que as mudas de cana ficam passando de uma máquina para outra sacudindo e batendo, o que reduz a taxa de brotação.
Como menos brotação, os produtores acabam usando uma grande quantidade de mudas por hectare. O que torna a operação ainda mais trabalhosa e cara.
Nos últimos anos, o custo alto da reforma se somou a um momento delicado: a cadeia da cana enfrentou uma crise, com preços baixos, clima desfavorável e endividamento. Com menos dinheiro, agricultores e usinas reduziram o ritmo do replantio.
“Nós ficamos aí com índice de renovação de 12% a 13% nas últimas duas safras. O ideal seria uma reforma de 18% da área colhida anualmente para ter um bom canavial, um canavial equilibrado”, diz o economista Antônio de Pádua Rodrigues.
De uns meses para cá, com a melhoria dos preços do açúcar, a reforma dos canaviais voltou a crescer, mas permanece abaixo da taxa ideal de 18%.
Foi justamente o cenário de crise dos últimos anos que acabou dando impulso para uma nova maneira de replantar os canaviais. O objetivo é reduzir custos e melhorar a eficiência da reforma.
Um dos pilares da mudança é a muda pré-brotada de cana ou MPB. A unidade do Instituto Agronômico de Campinas – IAC em Ribeirão Preto é referência nesse tipo de tecnologia. O agrônomo Marcos landell explicou que a grande mudança é abandonar o plantio baseado em toneladas de colmos e passar a plantar cana com espaçamento preciso, muda por muda.
A produção da MPB não é complicada. No IAC, o primeiro cuidado é obter colmos de qualidade, vindos de cultivos livres doenças. No viveiro, eles são cortados em pedaços pequenos, com apenas uma gema; recebem um tratamento anti-fungos e depois vão para a bandeja para o cultivo em substrato. Tratadas com todo o cuidado, as mudas brotam e crescem rapidamente. Em dois meses estão prontas para o plantio no campo.
As mudas pré-brotadas podem ser usadas no plantio de talhões inteiros de cana. Mas na prática a MPB tem sido mais usada num manejo diferente, chamado meiosi. Um método de replantio dos canaviais que surgiu nos anos 1990 na Universidade Estadual Paulista - Unesp, em Jabotical. Mas só nos últimos começou a ser mais usado por agricultores, principalmente em São Paulo.
O agrônomo Igor Pizzo é diretor técnico da Coplana, cooperativa do norte do estado que abriga 1,2 mil fornecedores de cana e vem estimulando o uso de meiosi em parceira com o IAC. “Meiosi é método inter-rotacional ocorrendo simultaneamente. O objetivo geral é a gente formar o viveiro de mudas dentro da própria área de renovação”, diz.
O método funciona da seguinte maneira: em uma área que será reformada, logo após a colheita, pelos meses de setembro e outubro, os agricultores preparam o terreno e plantam linhas de mudas pré-brotadas. O espaçamento é de 15 metros entre as linhas e 60 centímetros entre plantas. São essas mudas que, mais a frente, vão ser usadas para o replantio de toda a área. No restante do terreno, os agricultores semeiam leguminosas, como soja e amendoim.
Atualmente, esse modelo está sendo utilizado por 32 cooperados da Coplana, como Rogério Bonaccorsi. Ele tem 400 hectares de canaviais no município paulista de Luiz Antônio. Com orientação da cooperativa e do IAC, o agricultor passou a produzir as suas próprias mudas pré-brotadas e formou áreas de meiosi com cana e amendoim.
Segundo Rogério, a primeira vantagem da meiosi é que a cobertura com amendoim aumenta a umidade do solo e protege o terreno contra erosão. Outro benefício de plantar amendoim ou soja nas áreas de reforma é quebrar o ciclo doenças e pragas da cana, como o nematoide.
Seis meses depois do plantio da cana e quatro meses depois do plantio do amendoim, a área de meiosi está com as linhas de cana altas e bem formadas. E o amendoim está verde e forrando bem o solo. Nessa fase começa a colheita.
A colheita do amendoim ocorre entre fevereiro e março e tem duas etapas. Primeiro, esse o implemento arranca as plantas e revira o amendoim que estava embaixo da terra. Depois, outros equipamentos terminam a colheita e despejam o produto em caminhões. Todo o trabalho é feito por empreiteiros que arrendam as terras de Rogério. Eles cuidam do amendoim, desde o plantio até a venda final, e pagam um preço fixo de R$ 1 mil por hectare.
Terminada a colheita, a área que antes estava coberta com amendoim começa a receber a cana-de-açúcar. É a repicagem da cana, etapa final da renovação feita com meiosi.
A fazenda de um cooperado da Coplana em Jaboticabal começou a usar meiosi em 2012. O agrônomo Ismael Perina Júnior cultiva 580 hectares na propriedade. Na área em que o amendoim foi colhido há três dias a repicagem está sendo realizada por oito funcionários da própria fazenda. Eles cortam a cana das fileiras, plantadas com mudas pré-brotadas, e depois levam os colmos para os sulcos. Eles não ficam empilhados, como no plantio convencional, mas alinhados um a após o outro.
“A grande vantagem é que eu utilizo muito menos muda por hectare do que sistema convencional. Então, eu saio do uso de 20 toneladas para algo em torno de 4 a 4,5 toneladas por hectare”, diz o agrônomo.

Essa redução ocorre porque na meiosi a cana usada no plantio foi produzida a partir de mudas pré-brotadas. Um material uniforme, jovem e que, crescendo na própria área, não passa por transbordos ou máquinas pesadas, não sofrendo com batidas e ferimentos típicos do plantio convencional. Por tudo isso, os colmos têm grande capacidade de brotação.
Mas afinal, quanto custa fazer a reforma com MPB e meosi? Os valores variam de uma fazenda para outra. Enquanto o replantio convencional fica por cerca de R$ 7,5 mil o hectare, no caso da fazenda de Ismael, a reforma teve um custo médio R$ 4,8 mil por hectare. Isso já incluindo os gastos com mão-de-obra, insumos, mudas pré-brotadas - que ele compra de uma empresa privada – e a renda obtida com amendoim. Houve redução de 36%.
Além de conquistar fornecedores de cana, aos poucos, MPB e meiosi também estão sendo adotadas por algumas usinas de cana de São Paulo. Os pesquisadores do IAC avaliam que as tecnologias devem continuar ganhando espaço nos próximos anos em todo Brasil.
Os agricultores e cientistas ouvidos na reportagem afirmam que os canaviais formados por meiosi são mais vigorosos e produtivos, mas ainda vai precisar de mais tempo de pesquisa para saber qual é o real ganho médio de produtividade provocado por esse modelo de cultivo.
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Em três anos, principais empresas citadas na Lava Jato demitiram quase 600 mil, OESP

A recessão, a queda do preço do petróleo, a redução dos gastos do governo e a Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção envolvendo a Petrobrás, empreiteiras e agentes do governo, tiveram efeito devastador no emprego. Levantamento do Estado com dez das maiores empresas citadas na Lava Jato mostra que, somente entre funcionários diretos e terceirizados dessas companhias, o corte de vagas entre o fim de 2013 (antes da deflagração da Lava Jato, em março de 2014) e dezembro de 2016 foi de quase 600 mil pessoas. Analistas apontam que o efeito foi ainda maior, quando se consideram as vagas indiretas.
Empresas do setor de óleo e gás, como a Petrobrás, foram afetadas pela redução da cotação do petróleo, que hoje está próxima de US$ 50. Já as grandes construtoras e incorporadoras tiveram de lidar com o alto endividamento da população, que deixou de comprar imóveis, e com a conclusão – ou interrupção – de projetos de infraestrutura, diante da deterioração das contas do governo.

Foto: MARCIO FERNANDES | ESTADAO CONTEUDO
Comperj
Obras do complexo petroquímico Comperj, no Rio de Janeiro, estão paralisadas há um ano e meio
A conta de 600 mil postos de trabalho fechados mostra um impacto considerável – equivalente a 5% do total de pessoas que entraram na fila do desemprego entre 2013 e 2016, que foi de 11,2 milhões. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o total de desocupados no País era de 1,1 milhão em dezembro de 2013; no fim de 2016, o número havia crescido para 12,3 milhões.
Após um período de longa bonança, as companhias envolvidas na Lava Jato vivem momentos de dificuldade e tentam se reestruturar. As construtoras Queiroz Galvão, Engevix, OAS e Mendes Júnior estão entre as que pediram recuperação judicial. A Sete Brasil, empresa criada pela Petrobrás para a construção de sondas de petróleo, está na mesma situação.
Falta de equilíbrio. Os cortes de vagas são impressionantes, diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), porque muitos projetos de expansão se basearam em previsões pouco realistas. Pires afirma que, após a descoberta do petróleo do pré-sal, instalou-se um clima de euforia que levou à tomada de decisões de governo – e de negócio – sem sentido econômico.
Pires cita como exemplos a determinação de que a Petrobrás fosse operadora dos campos do pré-sal e a criação da Sete Brasil. “A Petrobrás não tinha condições de fazer o trabalho de exploração sozinha. Essa decisão espantou investimentos estrangeiros que hoje seriam bem-vindos”, frisa o diretor do CBIE. O sinal verde para a construção das sondas do pré-sal, lembra Pires, foi baseada em uma previsão de produção de quase 5 milhões de barris de petróleo por dia até 2020. Em 2013, a projeção foi reduzida a 4,2 milhões; dois anos depois, houve novo corte, para 2,8 milhões de barris diários.
Essa falta de critério, segundo o economista Sérgio Lazzarini, professor do Insper, influenciou o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que acelerou a concessão de empréstimos, e também o Banco do Brasil e a Caixa, que inflaram o crédito mesmo quando a economia já dava sinais de exaustão. “O que essa gastança nos trouxe de benefícios? Acho que esse modelo de desenvolvimento mostrou que é preciso dosar a participação do Estado na economia”, diz Lazzarini.
Os efeitos colaterais da Lava Jato – o desemprego, a revelação de intricados esquemas de corrupção e o abalo à reputação de grandes companhias – levaram, pelo menos momentaneamente, a uma mudança no curso da economia. Hoje, diz o professor do Insper, o lema é a redução de gastos públicos e a abertura de vários setores a investimentos externos, entre eles infraestrutura e companhias aéreas.
A manutenção deste caminho não é garantida, na visão de Lazzarini. Ele acredita que ainda há risco de uma “guinada” populista no País como reação à crise. “Basta ver o que aconteceu nos Estados Unidos, com Donald Trump. Quando se olham os candidatos para a eleição presidencial de 2018, é muito difícil fazer uma previsão para onde vamos.”

vagas

Principais cortes. Por seu porte, a Petrobrás fez os maiores cortes em termos absolutos entre as companhias consultadas (leia mais abaixo), mas houve reduções relativamente maiores, como o da Engevix, que diminuiu seu efetivo em 85%. Os dados do quadro ao lado foram repassados pelas próprias empresas.
Algumas empresas esperam uma chance de voltar à ativa. É o caso da Sete Brasil, que chegou a movimentar 15 mil trabalhadores nos estaleiros que contratava para construir suas sondas, segundo fontes. Hoje, a atividade da Sete se resumiria a 20 funcionários. A companhia aguarda a aprovação de seu plano de recuperação no início de maio. Segundo o Estado apurou, a expectativa é contratar até 2 mil trabalhadores para a retomada das sondas. Procurada, a Sete Brasil não quis comentar nem fornecer dados oficiais sobre sua força de trabalho.

JustificativasAlgumas das empresas consultadas destacaram que, além da Lava Jato, outros fatores contribuíram para a redução de seus quadros. A Odebrecht lembrou da crise que abateu o País nos últimos anos e disse estar “comprometida em voltar a crescer e contribuir com as comunidades nos locais onde atua”. A Andrade Gutierrez afirmou que seus dados são afetados por reduções de ritmos de obras ou o encerramento das mesmas – justificativa que também se aplica às demais construtoras. A Promon também afirmou ter sido afetada pela redução dos investimentos em infraestrutura no País.

sábado, 22 de abril de 2017

Menos cobiça e mais lazer são base de vida boa, defende livro, FSP

Álvaro



O economista inglês John Maynard Keynes, aos 53 anos, com sua mulher, a bailarina Lydia Lopokova, em 1936
O economista inglês John Maynard Keynes, aos 53 anos, com sua mulher, a bailarina Lydia Lopokova, em 1936
ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
DE SÃO PAULO
22/04/2017 02h00

"Quanto é o suficiente?", perguntam no título de seu livro o economista político britânico Robert Skidelsky e seu filho, o filósofo Edward.
A questão nasce do ensaio "Possibilidades econômicas para nossos netos", publicado em 1930 por John Maynard Keynes, um dos economistas mais influentes do século 20.
Keynes imaginou que, com o avanço da tecnologia, as pessoas precisariam trabalhar menos para satisfazer suas necessidades até o ponto em que poderiam se dedicar apenas a "viver bem, de maneira sábia e agradável".
Na utopia keynesiana, isso aconteceria em 2030.
A profecia, como se sabe, fracassou. O número de horas trabalhadas nos países ricos cresceu, e o consumo explosivo de bens supérfluos –ou o desejo por eles– enterrou a ideia de que exista um patamar em que o homem se contente com o "suficiente".
O capitalismo como é praticado hoje, defendem os autores, predispõe ao consumo insaciável e induz todos a trabalhar mais do que precisam para comprar aquilo de que não precisam (e ostentá-lo).
Deixada de lado pelo próprio Keynes (de quem Robert é um dos principais biógrafos), a reflexão é retomada agora em tom de manifesto: os países ricos precisam trocar o crescimento a qualquer custo e o amor pela riqueza por um projeto que liberte o homem do trabalho estafante e produza justiça social.
Os Skidelsky comparam o estado atual do capitalismo ao castigo do personagem Fausto. Em pacto com o demônio, a sociedade usou meios "maus" para obter poder, conhecimento, prazer e abundância. Mas, presa nas correntes do sistema, não consegue usufruí-los.
Em retrospectiva histórica, apresentam utopias e distopias de economistas e filósofos desde Platão, na Grécia Antiga, passando por Nicolau Maquiavel, Thomas More, Bernard Mandeville, Adam Smith e John Stuart Mill, até "o fracasso do apocaliplse de Karl Marx" e a liberação erótica de Herbert Marcuse.
"As épocas e os mecanismos variam, mas todos concordam que, mais cedo ou mais tarde, de uma maneira ou de outra, a felicidade chegará. Para que, então, tanto trabalho, tanta miséria e deformação do sentimento?"
Antes de oferecer seu próprio mapa para o pós-capitalismo (uma época em que acumulação de capital deixe de ser um fim em si mesmo), os Skidelsky enumeram os conceitos do que é uma vida boa em diferentes culturas.
É aqui que chegam ao ponto mais sensível da obra: a crítica ao liberalismo. Até a década de 1960, o liberalismo era uma doutrina de tolerância, e não de neutralidade, demarcam. A diferença é fundamental: "O Estado tolerante não enfrenta o dilema do Estado neutro ao lidar com necrófilos ou neonazistas".
O tema do livro é econômico, mas uma economia vista como "a teologia da nossa época", que sobrepujou a filosofia ("recolhida em ninharias linguísticas"), a sociologia ("incapaz de desenvolver um corpo teórico sistemático") e a história ("submissa aos encantos do poder").
Os autores, contudo, deixam claro que não defendem a economia da felicidade –que a trata como um recurso escasso semelhante a outros e procura maximizá-la.
Levada ao extremo, ela produziria apenas a idiotia feliz. Seria algo como o enredo do livro "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, em que todos se entregam a uma droga sintética legalizada e viciante cujo efeito é produzir felicidade e prazer.
"Um sistema desses poderia perfeitamente existir como resultado das livres escolhas individuais, sem que ninguém precise apontar uma arma para ninguém."
Já a proposta de vida boa dos autores, detalhada no capítulo 6, não prescinde de um Estado que imponha restrições, escolha estímulos e leve a cabo uma ideologia alternativa ao hoje triunfante individualismo de mercado.
"Descrevemos nossa posição como paternalismo não coercitivo. Acreditamos que os poderes do Estado talvez sirvam para garantir os bens básicos, mas só até onde não danificam a personalidade, que é um bem central."
Ações concretas não são propósito central dos Skidelsky, mas eles citam algumas: renda básica, tributação do consumo, imposto sobre fortunas e heranças, taxação de derivativos (instrumentos financeiros de risco) e restrições à publicidade.
A argumentação dos autores é moral, quase religio- sa, condição que eles assumem abertamente nas considerações finais: "Poderia uma sociedade totalmente desprovida de impulso religioso estimular a si mesma a buscar o bem comum? Nós duvidamos".
QUANTO É O SUFICIENTE? http://f.i.uol.com.br/guia/2/furniture/images/evaluation_four_stars-blue.png
QUANTO: R$ 65 (307 PÁGS.)
AUTOR: ROBERT E EDWARD SKIDELSKY
EDITORA: CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA