Com a demanda crescente por matérias-primas para fabricação de turbinas eólicas, placas fotovoltaicas e baterias de lítio, entre outras tecnologias de transição energética, os investimentos globais em mineração precisarão aumentar para até US$ 4 trilhões até 2030 – isto é, cerca de US$ 300 bilhões a US$ 400 bilhões por ano, de acordo com um levantamento da McKinsey. Nos próximos 20 anos, a demanda por lítio, por exemplo, deve crescer mais de 40 vezes, estima a Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês). Grafite, cobalto e níquel terão uma demanda entre 20 e 25 vezes maior, na comparação com o mercado atual. “Não vamos fazer transição energética sem mineração, sem ampliar a oferta desses minerais críticos”, observa Julio Cesar Nery Ferreira, diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Ibram. Em entrevista à agência epbr, o executivo defende que o Brasil desenvolva uma política nacional para estimular a produção de minerais críticos para a transição energética. “Os países da Europa já identificaram isso. E eles estão trabalhando fortemente em políticas públicas para incentivar essa produção”, comenta Ferreira. Representando empresas que respondem por 85% da produção mineral do Brasil, o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) cobra do governo federal investimentos para fortalecimento da Agência Nacional de Mineração (ANM) e do Serviço Geológico do Brasil (SGB) – organizações que atuam na criação de regras e incentivos para o setor. Além da política de minerais estratégicos, as mineradoras aguardam o anúncio do Plano de Transição Ecológica e a revisão do Plano Nacional de Fertilizantes, que devem incluir políticas para a mineração. “Nossa expectativa é conseguir avanços rápidos nesses planos. Para que possamos pelo menos ter um posicionamento e começar a chegar no estágio que já está nos países mais avançados (…) Trabalhamos para ver se isso tem um direcionamento bom até o final deste ano”, diz o diretor do Ibram. Leia na cobertura de Gabriel Chiappini |
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