O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um discurso em 16 de agosto, no primeiro aniversário da sua maior conquista doméstica, a chamada Lei de Redução da Inflação.
A lei tem um nome estranho porque tem tudo a ver com política industrial, tem a ver com incentivar este ou aquele setor e nada a ver com inflação.
A inflação está em toda parte e é sempre um fenômeno monetário, como disse um dia alguém chamado Milton.
Mesmo que você acredite erroneamente —como alguém chamado Maynard disse certa vez— que a inflação é causada pela demanda agregada, como gastos em viadutos, subsídios para energia eólica e proteções para fabricantes americanos de chips de computador, o nome dessa lei é estranho.
O aumento da demanda agregada diante do desemprego historicamente baixo, dizem os keynesianos, faz com que os preços gerais subam, não com que caiam.
Mas Biden é um bom homem, que tenta fazer o melhor pelos norte-americanos.
Acho que Lula também é um bom homem, embora eu entenda que talvez você não concorde. Você o conhece melhor do que eu. De qualquer forma, ambos os presidentes têm uma teoria econômica que é equipamento intelectual padrão para um político de sucesso numa democracia.
Nós, o povo, realmente queremos almoços grátis. Biden e Lula os prometem sinceramente, como também o fazem, de uma forma diferente e menos séria, os fascistas Trump e Bolsonaro. Grátis, grátis, grátis! Bolo hoje, bolo amanhã!
A teoria é que o Estado pode "criar empregos" gastando o dinheiro dos nossos impostos. Ou, alternativamente, pode evitar impostos imprimindo mais dinheiro e depois gastando-o —estou olhando para você, Argentina.
A teoria, em ambas as formas, supõe que conseguir mais empregos é bom para nós. E pressupõe que Washington e Brasília sejam geniais na obtenção desses empregos novos e melhores.
Mas espere. Queremos ter mais habitação, educação e férias, não cada vez mais trabalho. O desemprego nos Estados Unidos está em mínimos históricos —e está com índices baixos no Brasil. Portanto, não há ganho em "colocar as pessoas para trabalhar". Em vez disso, os empregos são transferidos, digamos, de São Paulo para Minas Gerais.
A maneira como realmente melhoramos não é mudando de emprego ou deixando que os gênios de Washington ou de Brasília decidam quais devem ser as grandes novas indústrias, mas pensando em melhores maneiras de fazer as coisas.
E isso vem da liberdade de permissão. Apenas.
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