quarta-feira, 9 de outubro de 2024

USP volta a ficar entre as 200 melhores universidades do mundo após 12 anos, FSP

 Após 12 anos, a USP (Universidade de São Paulo) voltou a ficar entre as 200 melhores universidades do mundo na avaliação da revista britânica Times Higher Education. O ranking internacional, que é considerado um dos mais importantes da área, foi divulgado nesta terça-feira (8).

A USP ficou em 199º lugar, a melhor colocação entre as instituições de ensino da América Latina.

O ranking é composto por 2.092 universidades de 115 países e regiões. Os Estados Unidos têm a maior quantidade de instituições entre as melhores avaliadas (174), seguido pelo Japão (119), Índia e Reino Unido (ambos com 107).

O Brasil é a 9ª nação com o maior número de universidades, são 61. Além da USP, outras sete instituições de ensino brasileiras se classificaram entre as mil melhores: Unicamp, UFRJ, PUC-Rio, UFRGS, UFMG, Unesp e Unifesp.

USP volta ao top 200 de universidades do mundo após 12 anos - Adriano Vizoni/Folhapress

Universidade de Oxford, no Reino Unido, foi mais uma vez a mais bem avaliada do mundo. Há nove anos consecutivos, ela ocupa o primeiro lugar do ranking.

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MIT (Massachusetts Institute of Technology) ficou em segundo lugar e a Universidade de Harvard, em terceiro. Ambas são dos Estados Unidos.

O relatório do THE destacou que as universidades brasileiras se destacam pelo bom desempenho em três quesitos avaliados: ensino, ambiente de pesquisa e colaboração com indústria.

O documento também avaliou que as instituições do Brasil conseguiram se manter e até mesmo avançar no ranking apesar do "período desafiador" que viveram durante o governo Jair Bolsonaro (PL), quando elas foram alvo de ataques e corte de verbas.

O Times Higher Education avalia as universidades em cinco áreas:

  • Ensino (que avalia as condições do ambiente de aprendizagem)
  • Ambiente de Pesquisa (volume e reputação do que é produzido)
  • Qualidade da Pesquisa (impacto das citações, força da pesquisa, excelência em pesquisa e influência da pesquisa)
  • Visão Internacional (corpo docente, estudantes e pesquisa)
  • Indústria (renda e patentes)

As 10 melhores universidades do mundo:

Posição no ranking em 2025Posição no ranking em 2024InstituiçãoPaís
11University of OxfordReino Unido
23Massachusetts Institute of TechnologyEUA
34Harvard UniversityEUA
46Princeton UniversityEUA
55University of CambridgeReino Unido
62Stanford UniversityEUA
77California Institute of TechnologyEUA
89University of California, BerkeleyEUA
98Imperial College LondonReino Unido
1010Yale UniversityEUA

As 20 universidades brasileiras mais bem colocadas

Posição entre as instituições brasileirasInstituiçãoPosição no ranking geral do THE 2025
1Universidade de São Paulo (USP)199
2Universidade de Campinas (Unicamp)351–400
3Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)601–800
4Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)601–800
5Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)601–800
6Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)801–1000
7Universidade Estadual Paulista (Unesp)801–1000
8Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)801–1000
9Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)1001–1200
10Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)1001–1200
11Universidade Federal de Lavras (UFLA)1201–1500
12Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)1201–1500
13Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)1201–1500
14Universidade Federal de Uberlândia (UFU)1201–1500
15Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR)1201–1500
16Universidade Unisinos1201–1500
17Universidade Federal do ABC (UFABC)1201–1500
18Universidade Federal do Paraná (UFPR)1201–1500
19Universidade de Brasília (UNB)1201–1500
20Universidade Católica de Brasília1501+

Boulos tem uma tarefa de Hércules, Elio Gaspari, FSp

 Com cinco capitais e cerca de 15 milhões de eleitores pendurados no segundo turno, é arriscado dizer quem prevaleceu na eleição municipal. Os números não favorecem o PT. Ele está fora da disputa em Belo Horizonte e Goiânia. Suas batalhas serão três: São Paulo, Fortaleza e Porto Alegre. Se levar as três, poderá cantar vitória, mas São Paulo, a joia da coroa, prenuncia um trabalho de Hércules para Guilherme Boulos.

Numa conta de padaria, admitindo-se que Ricardo Nunes fique com a mesma votação e Boulos carreie todos os votos de Tabata Amaral e de outros seis deixados de fora, partirá de 42%. Para chegar aos 50%, terá que buscar mais de 600 mil votos no estoque de Pablo Marçal. (Como 2,5 milhões não foram votar no domingo, essa conta só fechará na noite da eleição.)

Guilherme Boulos (PSDB) dá entrevista um dia após o primeiro turno da eleição - Carla Carniel - 7.out.2024/Reuters

As eleições municipais não antecipam prognósticos para as gerais, mas as duas rimam. A de 2020 mostrou que o trator de 2016, que ajudou a eleger Bolsonaro, Wilson Witzel no Rio e João Doria em São Paulo, havia perdido tração. Dois anos depois, Lula venceu na capital paulista.

O centro da política brasileira moveu-se para o conservadorismo. Só isso explica que Ricardo Nunes, um jovem militante do MDB de Ulysses Guimarães, eleito vice-prefeito na chapa de Bruno Covas, acuse seu adversário de ser, hoje, um extremista de esquerda.

Não se pode saber até onde essa migração tem a ver com a transformação do PSDB paulista de Fernando Henrique Cardoso e Mário Covas numa irrelevância eleitoral. Nascido em 1988 de uma costela do MDB, ao romper com as malfeitorias de Orestes Quércia, uma parte das sobras do tucanato patrocinou José Luíz Datena e outra aninhou-se na campanha de Nunes.

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O PSDB era um algodão entre cristais. O PT deu-lhe guerra sem quartel. Inebriados por anos de poder e de sucesso, os tucanos claudicaram e o conservadorismo foi capturado por fanáticos sem causa. Ganha um fim de semana em Caracas quem souber qual causa Pablo Marçal perseguia.

Lula, que já se definiu como uma "metamorfose ambulante", cabe no molde dos social-democratas. A militância petista, não.

Prevalecendo no Rio de Janeiro, o presidente aliou-se ao prefeito Eduardo Paes e ele se reelegeu, derrotando o candidato do clã dos Bolsonaro.

Por algum motivo, Lula quis manter distância das disputas municipais. Pode ter sido uma má ideia, até porque a batata da eleição de São Paulo cairá no seu colo. Nas próximas semanas vai se saber o tamanho do empenho de Lula por Boulos.

Gilberto Kassab e Tarcísio de Freitas, que entraram de cabeça na campanha, saíram vencedores do primeiro turno. O PSD de Kassab já elegeu 878 prefeitos em todo o país, superando os 847 do MDB. Em São Paulo, Tarcísio ajudou a conter Pablo Marçal, e sua base já elegeu 354 dos 645 prefeitos paulistas.

Todos os trogloditas apresentam-se como conservadores, mas nem todos os conservadores são trogloditas. Outro dia, Lula discorreu sobre o que seria um declínio mundial da esquerda e deu como exemplo o cavalo de pau do presidente francês Emmanuel Macron, que convidou para seu primeiro-ministro um quadro conservador. Terá sido parte de um declínio? O poder de Macron é ameaçado por uma direita xenófoba e radical. (Pouco a ver com os trogloditas de Pindorama.)