O deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP) critica o líder de seu partido na Câmara dos Deputados, Antonio Brito (BA), por não querer orientar sua bancada a votar a favor do projeto de lei que prevê anistia aos condenados pelos atos golpistas do 8 de janeiro.
Ex-líder da bancada evangélica e um de seus membros mais influentes, Cezinha foi ovacionado por parlamentares bolsonaristas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na tarde desta terça-feira (10), ao fazer um apelo para que o PSD ao menos libere seus deputados para votar como preferirem.
Após discursar, o parlamentar deixou o plenário insatisfeito. E disse que Brito, que quer suceder Arthur Lira (PP-AL) e se coloca como pré-candidato à presidência da Câmara, perdeu votos.
"O Brito, como candidato, deveria ter feito um gesto orientando 'sim'. Como ele não pôde, significa que não terá os votos desse grupo aqui que defende a anistia", afirma Cezinha à coluna. "É uma perda para ele não dizer 'sim' em um tema como esse", segue o vice-líder do PSD na Casa.
Após intensas discussões, deputados governistas e representantes de uma ala do União Brasil conseguiram adiar a votação do projeto de lei na CCJ, como mostrou a Folha.
Os parlamentares tentaram obstruir a votação, com apresentação de requerimentos de inclusão de novos projetos na pauta, além de retirada da proposta em questão da discussão, mas foram derrotados.
Pouco antes da leitura do parecer sobre o projeto de lei ser iniciada, foi aberta a ordem do dia no plenário —obrigando o encerramento das sessões de comissões temáticas.
A presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), indicou que o tema voltará a ser discutido em sessão na quarta-feira (11). A votação do projeto pode ser adiada novamente, uma vez que cabe pedido de vistas (mais tempo para análise).
MEMÓRIA
A professora da USP (Universidade de São Paulo) e pesquisadora Giselle Beiguelman prestigiou a abertura da exposição "Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais", realizada no Memorial da Resistência, em São Paulo, no sábado (7). A mostra reúne testemunhos de pessoas que foram presas na ditadura militar (1964-1985), arquivos de processos judiciais e obras de ex-perseguidos políticos e artistas.
A diretora da instituição, Ana Pato, e o professor e curador da exposição, Diego Matos, receberam convidados. O diretor-executivo do Núcleo Memória, Maurice Politi, e o cientista político Petrônio Pereira de Souza compareceram. a advogada e ex-presa política Rita Sipahi, a psicanalista Leda Corazza e o pintor Claudio Tozzi estiveram lá.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH