terça-feira, 5 de novembro de 2024

Múlti ambiental contrata ex-ministra do Meio Ambiente e ex-executivo da PepsiCo, FSP

 Diego Felix

SÃO PAULO e BRASÍLIA

Ambipar, multinacional de soluções ambientais, contratou a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira para presidir o Comitê Global de Sustentabilidade da companhia. Em menos de seis meses, este é o segundo nome de peso arregimentado pela empresa, que se tornou uma das preferidas na Bolsa.

Mirando a conquista de novos mercados no exterior, a Ambipar também contratou Roberto Azevedo, ex-vice-presidente global da PepsiCo e ex-presidente da OMC (Organização Mundial do Comércio).

A imagem mostra uma mulher sentada em uma cadeira, com os braços cruzados. Ela tem cabelo curto e grisalho, usa óculos e uma blusa preta. Ao fundo, há prateleiras com livros e objetos decorativos. A mulher parece estar em um ambiente bem iluminado e moderno.
A ambientalista Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente dos governos Lula e Dilma Rousseff - Divulgação/Lide

Graças à sua experiência em negociações comerciais globais, caberá a Azevedo definir novos mercados e formas de a companhia conquistá-los. Apesar de ter cargo executivo, ele continuará atuando como consultor para outras empresas, desde que não haja concorrência.

Teixeira foi ministra entre 2010 e 2016, nos governos Lula e Dilma Rousseff. Após deixar a pasta, assumiu o cargo de co-presidente do International Resource Panel da ONU, é consultora em Mudanças para o Clima do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e membro de diversos conselhos de administração e boards empresariais.

"O convite [da Ambipar] veio da capacidade que tenho como um player internacional", disse Teixeira em entrevista ao Painel S.A.. "Não é uma função executiva, é uma função de advisor [conselheira], de mostrar como o setor privado deve se preparar para o debate político, o debate econômico, de inovação, que é o que a questão climática impõe."

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Para ela, o Brasil passa por um ponto do debate climático que não está mais preso apenas à vulnerabilidade da Amazônia, mas também aos novos tipos de desastres igualmente graves, como as chuvas no Rio Grande do Sul. A solução, defende a ex-ministra, também passa pelo setor privado.

Na Ambipar, ela diz que vai capturar oportunidades em outros países e traduzir essa linguagem para a tomada de decisões da companhia.

"É um desafio enorme. E não é pela política, que eu sei fazer. A dificuldade está em como traduzir isso numa visão que um CEO ou um CFO vai falar ‘tudo bem, isso me interessa’."

Por isso, ela diz ser essencial que o governo continue a estabelecer uma agenda de retomada do grau de investimento para ampliar os recursos no combate ao desequilíbrio climático.

PREFERÊNCIA NA BOLSA

As contratações refletem um ousado plano de expansão nos próximos anos que vem despertando interesse de investidores. Suas ações são negociadas na B3 e na Bolsa de Nova York.

Na B3, entre julho de 2020, quando a Ambipar abriu seu capital, e novembro deste ano, a empresa passou de R$ 2,6 bilhões para R$ 20,6 bilhões. Nos acumulado dos últimos 12 meses, os papeis valorizaram mais de 700%.

A múlti brasileira opera projetos de descarbonização, economia circular, transição energética e regeneração ambiental em 40 países e com mais de 20 mil colaboradores.

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