O Grupo CCR fechou acordo com a Neoenergia para comprar, por R$ 21,7 milhões, uma fatia em três usinas do complexo eólico Neoenergia Oitis, na divisa entre Pernambuco e Piauí, em seu primeiro negócio como autoprodutor de energia renovável.
A energia gerada pelas participações atende 60% da demanda atual da companhia, que antecipou em um ano a previsão de atingir 100% de seu fornecimento de eletricidade com energias renováveis. O marco, antes previsto para 2025, deve ser atingido em 2024.
Em nota, a CCR disse que a parceria com a Neoenergia vai sustentar a manutenção dessa meta nos próximos anos, além de mitigar a exposição do grupo a oscilações de preços no mercado livre de energia.
"Vemos os investimentos em fontes renováveis como um pilar fundamental em nossa estratégia de redução da pegada de carbono das nossas operações", disse Pedro Sutter, vice-presidente de sustentabilidade, risco e compliance do Grupo CCR.
A empresa opera 39 concessões rodoviárias, de trens urbanos, barcas e aeroportos em 17 estados. São 3.615 quilômetros de rodovias e 3 milhões de passageiros transportados diariamente em concessões de mobilidade urbana.
No fim de outubro, arrematou com lance de R$ 1,601 bilhão, a concessão da Rota Sorocabana, conjunto que abrange 12 rodovias em São Paulo, incluindo trechos da Raposo Tavares (SP-270) e da Castelo Branco (SP-280).
"Essa estratégia reforça os compromissos da empresa com os investimentos no parque gerador renovável e atende à nossa estratégia de impulsionar um futuro energético mais limpo e eficiente para todos", afirma Hugo Nunes, diretor executivo de negócios liberalizados da Neoenergia.
A empresa diz que eletrificação da economia é um caminho sem volta para o processo de descarbonização no Brasil e no mundo. Atualmente, tem capacidade instalada de 3,9 GW (gigawatts), sendo 88% em energias renováveis.
Atua também nos segmentos de transmissão e distribuição de eletricidade, com concessões para atender 40 milhões de pessoas em quatro estados e no Distrito Federal.
O complexo eólico Oitis é composto por 12 parques geradores, nos municípios de Dom Inocêncio (PI) e Casa Nova (BA). Tem capacidade instalada de 566,5 MW (megawatts), o suficiente para abastecer uma cidade com 2,7 milhões de habitantes.
É um dos dois grandes parques instalados em Dom Inocêncio, que vem recebendo grandes investimentos em geração de energia e hoje se orgulha de ser "a terra do bode, sanfona, bordados e energia renovável", segundo slogan da prefeitura.
Com uma área equivalente a 2,5 vezes o município de São Paulo, é a terceira cidade brasileira com maior capacidade de geração de energia pelo vento. Considerando projetos planejados, disputa com as baianas Sento Sé e Morro do Chapéu o topo da lista entre as mais atrativas para o setor.
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