terça-feira, 12 de novembro de 2024

Universidades brasileiras investem em fazendas solares e rede elétrica própria, FSP

 

Caio Reis
São Paulo

Além de desenvolver pesquisas sobre energia limpa, algumas da melhores universidades do país segundo o RUF (Ranking Universitária Folha) adotam medidas para reduzir emissões e aumentar a eficiência energética em suas próprias operações.

As principais estratégias são a adesão ao mercado livre de energia, a troca de equipamentos e a autogeração fotovoltaica.

A PUC-Rio (25ª no ranking geral do RUF e segunda melhor entre as instituições particulares) aderiu ao formato em 2017. Segundo a instituição, o abastecimento por fontes renováveis no campus da Gávea, na capital fluminense, evita a emissão do equivalente a 450 toneladas de CO2 por ano.

A imagem mostra uma vista aérea de um complexo educacional, com vários edifícios dispostos em um layout organizado. Os telhados dos prédios são cobertos com painéis solares. Na parte inferior esquerda, há um campo esportivo com uma quadra azul. Ao fundo, pode-se ver áreas verdes e outros edifícios ao redor.
Placas do projeto Campus Sustentável ao redor do Hospital da Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP) - Divulgação Unicamp

Com economia anual de R$ 10 milhões, a Unicamp (segunda na lista geral do RUF) é a única pública a adotar o modelo, desde 2002. Neste ano, o pregão realizado para contratação de energia tornou obrigatório o fornecimento apenas a partir de fontes renováveis.

A troca da infraestrutura de iluminação e refrigeração também é uma ação comum às instituições.

A maior promessa é a autogeração. A PUC-Rio está implementando duas fazendas solares em seus campi na capital e em Duque de Caxias (RJ), com 600 placas fotovoltaicas. Além de abastecer o campus, as placas serão usadas em pesquisas com empresas sobre energia solar.

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Na Unicamp, o professor Luiz Carlos Pereira, da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação, coordena desde 2017 o programa Campus Sustentável, no qual pesquisadores projetaram as usinas fotovoltaicas que foram instaladas na Cidade Universitária para pesquisa e substituição do abastecimento. Hoje, 7% da energia consumida no campus é produzida nessas plantas solares.

Thalita Dalbelo, coordenadora de sustentabilidade da Unicamp, afirma que a estadual quer atingir a autossuficiência energética com zero emissão até 2050.

Parte da estratégia envolve um projeto-piloto centrado em microrredes, uma rede local de distribuição e consumo de eletricidade com capacidade de operação autônoma e isolada da concessionária.

Em apagões como os de São Paulo, a microrrede se desconecta automaticamente da rede principal e gerencia a autogeração e o consumo. "Com uma microrrede, um hospital inteiro pode funcionar em um apagão. E serve para aeroportos, sistemas de trânsito e até sistemas isolados na Amazônia", diz Pereira, da Unicamp.

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