Para os outros 7,8 bilhões de pessoas fora dos EUA, a vitória de Trump, sem eufemismos, se traduz em um desastre climático e securitário do tamanho do ego do futuro ex-presidente e, alerta de spoiler, a culpa é dos democratas.
A arrogância com que progressistas conduziram a campanha de Kamala Harris, sem mostrar qualquer solução efetiva para os problemas locais e globais, é, no mínimo, ingênua e, no máximo, produto da alucinação autocentrada de que o bem venceria o mal.
A realidade, no entanto, é que o tal "bem" não tinha nada a dizer e o "mal" engoliu todos, afundando junto o mundo em mais quatro anos de autocracia trumpista.
Trump reeleito levará a um acréscimo de 4 bilhões de toneladas de emissões dos EUA até 2030, o equivalente a danos climáticos globais em mais de US$ 900 bilhões. A política climática de Trump é explodir o mundo, desde que se consiga ganhar dinheiro; a dos democratas é fingir que não se explode o mundo enquanto ganha-se dinheiro.
Para Trump, a terra é plana, com os EUA de um lado, a China de outro e, no meio, um abismo insignificante habitado por bárbaros (somos os bárbaros, aliás); e que se exploda que sejamos arrastados por tragédias climáticas, desde que os Estados Unidos continuem a viver numa bolha de ar condicionado.
Em política externa, Harris passou a campanha tergiversando em cima do muro, enquanto Trump construía o muro entre os EUA e o resto do mundo.
Com Trump reeleito, parte do mundo acorda mais irrelevante (casos da América Latina e da África, que Trump não saberia localizar no mapa); parte menos segura (casos da Europa e de aliados asiáticos, os quais Trump preferiria deixar a sua própria sorte); e outra parte acorda mais autorizada a continuar a cometer crimes de guerra (casos de Tel Aviv e de Moscou).
A vitória esmagadora de Trump mostra que a autossuperioridade moral de democratas não fará com que eles ganhem um voto sequer; ou os democratas encontram um local no mundo para os EUA que não seja o isolacionismo imperialista, ou os trumpistas continuarão a fazer a América grande e nós, o resto, miseráveis.
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