sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Brasil atrai R$ 167 bilhões em propostas para combustíveis renováveis de aviação e navegação, FSP

 Gustavo Gonçalves

A chamada pública do BNDES e da Finep para selecionar projetos de produção de combustíveis sustentáveis recebeu 76 propostas. Esses planos de negócio visam a criação de biorrefinarias dedicadas à fabricação de combustíveis para aviação e navegação, somando um potencial de R$ 167 bilhões em investimentos.

Entre as propostas, 43 são para combustíveis de aviação e totalizam R$ 120 bilhões. As outras 33, focadas em combustíveis marítimos, envolvem R$ 47 bilhões. A iniciativa busca fortalecer a posição do Brasil como referência na produção de energia renovável, além de atender às metas da Lei do Combustível do Futuro.

Avião sendo abastecido.
As propostas recebidas pela chamada pública do BNDES e da Finep agora passam por avaliação, com R$ 6 bilhões em recursos já disponíveis para financiar projetos de combustíveis sustentáveis. - Pedro Ladeira/Folhapress

O Brasil busca não apenas atender ao mercado interno, mas também aproveitar a crescente demanda global por soluções de baixo carbono.

De acordo com Celso Pansera, presidente da Finep, o Brasil não será apenas produtor. "Há intenções concretas de desenvolver tecnologias para atender à demanda global por combustíveis sustentáveis, algo que apoiamos há décadas", afirmou.

Com a possibilidade de exportar combustíveis renováveis, o Brasil pode se consolidar como um dos principais produtores de SAF (Sustainable Aviation Fuel, ou Combustível Sustentável de Aviação) e biocombustíveis marítimos, contribuindo diretamente para as metas globais de descarbonização e aumentando sua competitividade no setor energético.

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"A qualidade das propostas recebidas demonstram que o Brasil tem, de fato, todas as condições para se tornar líder global na produção de combustíveis sustentáveis para aviação e para a navegação", disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Segundo ele, biocombustíveis podem reduzir em até 94% as emissões de CO2, já que a aviação e a navegação respondem por 5% das emissões globais.

Para Pansera, se esses investimentos avançarem com o apoio da Finep e do BNDES, o Brasil poderá se posicionar como líder global na redução de emissões de gases poluentes, tanto pela capacidade produtiva quanto pela liderança tecnológica.

O BNDES e a Finep disponibilizaram R$ 6 bilhões para apoiar os projetos aprovados, com recursos divididos igualmente entre as duas instituições. As propostas estão em avaliação para definir quais receberão apoio financeiro.

A partir do próximo ano, a União Europeia exigirá o uso de 2% de SAF em voos partindo do bloco. A meta será de 5% em 2030 e 63% até 2050.

No setor marítimo, a Organização Marítima Internacional estabeleceu a meta de reduzir em pelo menos 50% as emissões de gases de efeito estufa até 2050, com base nos níveis de 2008. Para alcançar esse objetivo, o setor aposta no uso de biodiesel, diesel verde (HVO, ou Óleo Vegetal Hidrogenado), etanol e biometano.

A chamada pública foi uma iniciativa da Nova Indústria Brasil, com prazo encerrado no fim de outubr

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