sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Alvaro Costa e Silva - O Brasil virou um gigantesco cassino, FSP

 No seu livro "A Noite do Meu Bem", Ruy Castro desconstrói a lenda de que dona Santinha, mulher do presidente Dutra, pressionou o marido para que ele assinasse o decreto-lei, em abril de 1946, proibindo os cassinos no Brasil. Na verdade, a decisão de Dutra, que pôs na rua cerca de 40 mil trabalhadores e encerrou um movimento de US$ 300 milhões por ano (dólares daquela época), foi influenciada por seu ministro da Justiça, Carlos Luz, colérico ex-delegado de polícia para quem o jogo era um câncer moral.

Hoje há no país uma corrida para saber quem será o Carlos Luz (ou a dona Santinha) às avessas. O senador Irajá, do Tocantins, é o relator do PL 2234, que prevê a instalação de cassinos em polos turísticos e embarcações marítimas. Parte da bancada evangélica é contra. Uma minoria de parlamentares lembra a preocupação com lavagem de dinheiro e aumento do narcotráfico.

A família Bolsonaro é a favor da batota. Em 2018, o ex-presidente se encontrou no Copacabana Palace –onde funcionava o mais luxuoso cassino dos anos 1940– com Sheldon Adelson, chefão da jogatina em Las Vegas e na Ásia.

A cargo do filho 01, a "PEC das Praias" é uma etapa dos planos, ao permitir que empresas e pessoas comprem terrenos de marinha e façam com eles o que bem entender. Que tal um clube com roletas para diversão exclusiva de turistas e locais que têm muito dinheiro para gastar?

A patuleia já está bem servida. Sem contar os jogos de azar do tipo tigrinho, as apostas esportivas em plataformas online explodiram após a lei aprovada no Congresso e sancionada pelo ex-presidente Temer. Com os smartphones de alta velocidade, joga-se em tempo real e a partir de qualquer lugar. Os gastos com apostas, sobretudo entre as classes econômicas de menor poder aquisitivo, aumentaram mais de 400% nos últimos anos, impactando até no orçamento da alimentação. Bet, bet, bet. Jogue, jogue, jogue.

A Gen Z ainda sabe o que é um controle remoto?, The News

 

A Gen Z ainda sabe o que é um controle remoto?

(Imagem: Aida Amer)

Para surpresa de quase ninguém, menos da metade da Geração Z assiste à TV aberta no Brasil. O percentual de espectadores com idade entre 12 e 34 anos que vai conhecer algum tipo de Tony Ramos — o famoso galã de novela — está no seu menor nível já registrado: apenas 38%.

Desde 2019, a audiência jovem nos canais mais tradicionais vem caindo 1 ponto percentual por ano, o que mostra uma tendência constante no desinteresse.

Em outros países, não é diferente: Se 8 a cada 10 crianças de 2018 assistiam à televisão tradicional em todas as semanas do ano, hoje, essa média é de 5,5. Um fato triste para Cartoon Network e similares.

Se não na TV, para onde esse tempo está indo?

Acertou se chutou redes sociais, especialmente o YouTube. Globalmente, 93% dos jovens utilizam a vertical de vídeo do Google — seja no celular ou nas Smart TVs — para consumo de vídeos, à frente de Instagram e TikTok.

📺 Ponto interessante: Muito embora 70% do consumo do YouTube ainda seja realizado em dispositivos móveis, deste ano até 2032, o mercado global de Smart TVs vai crescer a uma taxa de quase 10% ao ano.

Por que eu preciso saber disso?

Não saber falar com quase metade da população (46% dos brasileiros têm menos de 30 anos) pode ter um grande impacto para um negócio, até porque parar de consumir conteúdo não é uma opção para essa geração — cada vez mais conectada.

PS: Cerca de 95% dos lares brasileiros possuem uma televisão, sendo que 43% desses dispositivos já têm acesso à internet (CTV). Um prato cheio para quem quer construir algo novo.

A grande aposta do mercado de joias está nos laboratórios, The News

 

(Imagem: Beldiamond)

Da mão do cientista para o seu dedo. As principais empresas de joias do mundo estão correndo para os laboratórios.

O CEO da Pandora, a empresa que mais fabrica joias no mundo, acredita que os diamantes sintéticos vão dominar o mercado em 10 anos — eles já vendem a novidade no Reino Unido, EUA, Austrália, México e Brasil.

💎 O que está por trás disso? A indústria passa por uma turbulência. Os preços de um diamante natural de 1 quilate caíram mais de 25% e chegaram ao nível mais baixo em 8 anos.

Já as pedras feitas nos laboratórios custam 1/4 do preço para serem feitas e geram um menor impacto ambiental quando o assunto é mineração e emissão de CO2.

  • Até por isso, elas já caíram nas graças dos consumidores. Nos EUA, por exemplo, estima-se que metade dos anéis de noivado vão ter diamantes sintéticos até o final do ano. 💍

By the numbers: Os cristais de laboratório vão representar 20% do faturamento de US$ 89 bilhões do mercado de diamantes neste ano. Em 2018, essa porcentagem não passava dos 3,5%.

PS: Os principais institutos de pedras preciosas dizem que os diamantes cultivados em laboratório têm as mesmas propriedades químicas e físicas dos naturais.