terça-feira, 10 de maio de 2022

Operação integral da estação Vila Sônia, da Linha 4 - Amarela do Metrô, começa nesta terça, g1

 Por TV Globo e g1 SP — São Paulo

 


Operação Comercial na estação Vila Sônia
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Operação Comercial na estação Vila Sônia

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (9) que o funcionamento integral da estação Vila Sônia, da Linha 4 - Amarela do Metrô, deve ter início nesta terça-feira (10).

A autorização da Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM) para a operação plena do ponto final da linha amarela foi publicada no Diário Oficial de sábado (7).

Com isso, a estação ganhou permissão para funcionar durante o mesmo período que as demais, das 4h40 à 0h, fazendo com que a Linha Amarela pudesse realizar seu trajeto completo (da Luz à Vila Sônia) ao longo dos dias úteis, finais de semana e feriados, já a partir desta segunda.

Porém, de acordo com a ViaQuatro, empresa responsável pela operação da linha, não seria possível iniciar o funcionamento pleno da estação nesta data, mas a previsão era de que isso ocorresse em algum momento ao longo da semana.

Em conversa com o secretário de transportes metropolitanos na manhã desta segunda, o governador de SP foi informado de que a estação Vila Sônia estará operando integralmente a partir de terça, às 4h40, para atender à população.

Após sete anos de atraso, o complexo Vila Sônia (estação, terminal de ônibus e pátio de manobras) foi entregue no final de 2021. Em 16 de dezembro, a ViaQuatro recebeu a permissão para ativar a parada final da linha na Zona Oeste, em um esquema de operação assistida, com horário reduzido de funcionamento, entre 10h e 13h, podendo, gradualmente, se estender às 15h, inclusive em feriados.

Contudo, passados quase cinco meses, a estação Vila Sônia segue operando apenas três horas por dia, permanecendo fechada aos feriados.

Segundo a STM, o fornecimento da autorização não implica o início imediato da operação em horário integral. A pasta ainda disse que o Terminal Vila Sônia vai começar a receber ônibus intermunicipais no dia 14 de maio, e os municipais, da SPTrans, no dia 21.

Histórico

As obras da segunda fase de construção da Linha 4 - Amarela começaram em 2012, na gestão do então governador Geraldo Alckmin (PSDB), e deveriam ter sido concluídas em 2014.

Em 2016, o custo previsto para a construção do complexo era de aproximadamente R$ 858 milhões. O valor que já foi efetivamente gasto supera a quantia total orçada em 2012 para a construção do complexo Vila Sônia e de mais três estações do metrô, São Paulo-Morumbi, Oscar Freire e Higienópolis-Mackenzie, que era de R$ 1,8 bilhão.

Fachada da estação Vila Sônia, da Linha 4 - Amarela, na Zona Sul de São Paulo, que ainda está em obras. — Foto: Reprodução/Youtube

Fachada da estação Vila Sônia, da Linha 4 - Amarela, na Zona Sul de São Paulo, que ainda está em obras. — Foto: Reprodução/Youtube

Contratado em 2011 pelo governo estadual, o consórcio espanhol Isolux Corsán-Corviam seria responsável por construir as estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, São Paulo-Morumbi e o complexo Vila Sônia, concluindo a Linha 4 - Amarela do metrô. As obras foram iniciadas em 2012, e o complexo deveria ser entregue em 24 meses.

Porém, em 2015, após uma paralisação nas construções e a extensão do prazo de finalização, o estado de São Paulo optou por rescindir de forma unilateral o contrato com o consórcio. Este, por sua vez, alegou que empresas contratadas pelo Metrô de São Paulo atrasaram a entrega dos projetos, o que refletiu no acréscimo de 12 meses na previsão de entrega.

Formado pelas empresas TIISA - Infraestrutura e Investimentos S/A e COMSA S/A, o Consórcio TC - Linha 4-Amarela venceu, em 2016, a nova licitação para construção das três estações e do complexo Vila Sônia, que deveria ter sido entregue em 36 meses, mas também não cumpriu o prazo prometido para a entrega.

Projetada para ser implantada em fases, a Linha 4-Amarela está em operação desde 2010 e já transportou mais de 1,5 bilhão de pessoas. A linha permite a conexão com seis linhas do Metrô em quatro estações.

O QUE A FOLHA PENSA Meta no lixo

 Em pleno ano de 2022, cerca de metade das cidades brasileiras ainda faz o descarte do lixo em locais inapropriados, o que dá a medida do fracasso do país nessa área.

Segundo dados da Abrelpe, associação que reúne empresas do setor de coleta, nada menos que 2.868 municípios depositam seus resíduos de forma inadequada, seja nos famigerados lixões, seja em aterros sem nenhum preparo para impermeabilização do solo.

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Embora a extinção desses espaços insalubres conste da reduzida lista de promessas do governo Jair Bolsonaro (PL) na área ambiental, o ritmo em que isso vem ocorrendo torna pouco factível a meta de eliminá-los até 2024.

De 2018 a 2020, apenas 133 novas cidades passaram a utilizar os aterros sanitários, que contam com proteção do solo, captura do chorume e controle dos gases produzidos. Mantido esse ritmo, serão necessárias mais quatro décadas para que os lixões desapareçam.

O progresso atual chega a ser mais lento do que o verificado de 2017 a 2018, quando o número de municípios com destinação inadequada de resíduos diminuiu de 3.352 para 3.001.

Baseado em números de uma entidade com a qual tem parceria, a Abetre (não da Abrelpe, considerada referência no setor), a gestão Bolsonaro alega que a redução vem se dando em ritmo mais célere.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 645 desses depósitos foram encerrados desde 2019; faltariam ainda 2.612. Mesmo se a métrica utilizada for essa, entretanto, a meta governamental não seria atingida antes da próxima década.

Tudo somado, constata-se que têm sido pífios os resultados do programa Lixão Zero, lançado em 2019 pelo então ministro Ricardo Salles —que, ao priorizar a agenda ambiental voltada às cidades, deixava em segundo plano o descalabro que se abatia sobre a Amazônia.

A inépcia demonstrada pelo governo Bolsonaro, infelizmente, tem sido a norma no Brasil quando se trata do descarte de detritos.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos instituída em 2010 determinava o fim dos lixões até 2014. Avançou-se pouco, porém, e em 2020 o marco do saneamento estendeu esse prazo para 2024.

Mais uma vez, porém, tudo indica que esse limite será descumprido —e o país seguirá amargando, no ano em que completa o bicentenário da Independência, sua vergonhosa incapacidade de solucionar uma questão tão básica.

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