O ex-deputado estadual Paulo Frateschi (PT-SP), morto nesta quinta (6), hospedou o presidente Lula em sua casa em Paraty, no Rio de Janeiro, logo depois que o petista deixou a prisão, em 2019, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
Lula tinha ficado 580 dias na Superintendência da Polícia Federal, e escolheu a casa do amigo na cidade histórica para ficar alguns dias antes de voltar à atividade política.
"Essa casa do Paulo Frateschi serviu de refúgio para eu descansar nos primeiros dias depois que eu saí em liberdade", afirmou o petista ao conversar com pessoas da cidade quando já estava indo embora.
As cenas foram resgistradas em vídeo.
Assessores interromperam a agenda de Lula na COP30 para avisá-lo da tragédia da morte de Frateschi. Ele foi esfaqueado na manhã desta quinta (6) em São Paulo pelo próprio filho, Francisco Frateschi, 34.
Segundo apurações iniciais da polícia, o jovem teve um surto psicótico e agrediu também a mãe, Iolanda Maux, que fraturou um braço e foi socorrida em uma UPA no bairro da Lapa.
Ex-presidente estadual do PT de São Paulo, dirigente histórico do partido e amigo pessoal de Lula, Frateschi iniciou sua atuação política durante a ditadura militar, quando integrou a Ação Libertadora Nacional (ALN). Foi preso em 1969, aos 19 anos. Com a volta da democracia, foi anistiado.
Foi ele o organizador das caravanas que Lula fez pelo país antes de ser preso, em 2018. Ao ser solto, em 2019, o presidente passou alguns dias na casa de Frateschi em Paraty (RJ).
O presidente já foi avisado da morte e enviou emissários para acompanhar a família.
Frateschi já tinha perdido dois filhos e estava se recuperando de um câncer.
Em 2002, seu filho Pedro Frateschi, de 7 anos, morreu em um acidente na rodovia Carvalho Pinto, no município de Guararema (a 76 km de São Paulo). Ele estava voltando com a família de Parati. O carro era dirigido pela mulher de Frateschi, Iolanda.
Um ano depois, outro filho, Júlio Frateschi, de 16 anos, morreu também de acidente de carro.
O adolescente, segundo a Polícia Rodoviária Federal informou na época, dirigia um carro que capotou com ele e mais três pessoas por volta de 4h30 da quinta-feira passada, no quilômetro 572 da rodovia Rio-Santos, entre Parati e Angra dos Reis, no litoral fluminense.
No carro, também estavam a irmã de Júlio, Luiza Viana Frateschi, 19, e mais dois primos.
O velório de Júlio foi acompanhado por Lula e pelos então ministros Antonio Palocci (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil), a então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e o então presidente nacional do PT, José Genoino. Frei Betto, frade dominicano e então assessor da Presidência, fez uma celebração com a presença de Lula.
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