terça-feira, 9 de maio de 2023

Lula participa da inauguração da linha de produção do caça Gripen em SP; veja fotos, FSP

 

GAVIÃO PEIXOTO (SP)

Avião que estará pronto para uso em missões de combate e interceptação no ano que vem, o Saab F-39 Gripen, novo caça da FAB (Força Aérea Brasileira), teve sua linha de produção inaugurada nesta terça-feira (9) na unidade da Embraer em Gavião Peixoto (a 306 km de São Paulo) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que não discursou.

Para uma plateia formada por políticos da região, militares e representantes dos governos brasileiro e sueco, coube ao ministro da Defesa, José Múcio, discursar em nome de Lula e dizer que o Brasil passa, a partir de agora, a ser um hub na produção de caças para outros países.

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Lula participa da cerimônia de inauguração da linha de produção do caça Gripen no interior de SP - Ricardo Stuckert/PR/Divulgação

O tenente brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, comandante da FAB, também afirmou que a partir de agora o país se torna um hub para a produção d e caças supersônicos e disse, após o evento, que os próximos passos do país serão possivelmente comprar mais aeronaves ainda no primeiro lote. Disse ainda que o país precisará de uma segunda compra futura.

Lula e sua comitiva chegaram a Gavião Peixoto às 11h e visitaram a linha de produção do Gripen.

Serão feitas 15 unidades no Brasil, com as primeiras entregas previstas para deixarem a linha de produção em 2025, numa história iniciada em dezembro de 2013, quando o Brasil escolheu o Gripen como modelo de caça preferido.

Segundo a Saab, possíveis novas encomendas da FAB e compras efetuadas por países da América Latina também deverão ser montadas em Gavião Peixoto.

Múcio disse que o caça será fundamental para a defesa do Brasil e que a transferência de tecnologia de ponta permitiu a inauguração da linha de produção em solo nacional.

Embora a inauguração tenha ocorrido nesta terça, os trabalhos na linha começaram no último dia 24.

CEO da Embraer Defesa e Segurança, Bosco da Costa Júnior disse que a inauguração é um marco para a história aérea do país, que se torna um hub para a produção de caças a outros países do continente.

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A informação de que o Gripen estará pronto para uso em missões de combate em 2024, quando participará de seu primeiro exercício militar, é do comandante do GDA (Grupo de Defesa Aérea), baseado em Anápolis (GO), que concentra a frota de 36 caças encomendados pelo Brasil em 2014.

Os caças começaram a ser entregues de forma operacional em dezembro. Até aqui, há quatro aviões voando, além do primeiro exemplar enviado ao Brasil pela sueca Saab para finalizar a campanha de certificação militar.

Alunos inolvidáveis,José Renato Nalini, OESP

 Quem foi contemplado com a graça e o privilégio de estudar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco tem o dever, não só de levar a sério o aprendizado das ciências jurídicas, mas de honrar os luminares que por ali passaram.

Existe uma Academia de Antigos Alunos das Arcadas, cujo funcionamento, como costuma ocorrer com toda instituição, depende do entusiasmo de quem a preside. Mas independentemente disso, há uma tonelagem de obras enaltecedoras desses vultos que prestaram inestimáveis serviços à Pátria.

Falemos de alguns deles. Paulo Emílio de Sales Eiró entrou na São Francisco em 1859, depois de quatro anos como professor. Lia muito, era erudito. Uma infelicidade no amor inspirou muitos poemas. No segundo ano, passou a se considerar perseguido. Abandonou os estudos e foi se preparar para ingresso no Seminário. Mas acabou sendo internado num hospício, onde morreu. Seu nome hoje está num Teatro em Santo Amaro.

Outro poeta romântico foi Luís Nicolau Fagundes Varela, que ingressou no Curso Anexo em 1859, fez teatro, escreveu muita poesia e foi apaixonado por "Ritinha Sorocabana", personagem conhecida de todas as Repúblicas. Era hipocondríaco e abusava do consumo etílico. Não conseguiu terminar o curso, nem em São Paulo, nem em Pernambuco, para onde se transferiu em 1865. Para Manuel Bandeira, Fagundes Varela é um "retardatário da geração anterior, inadaptado dentro da civilização das cidades", incapaz de se concentrar em trabalho de espécie alguma, salvo o da literatura.

O romantismo declinara e a ciência era a palavra de ordem. Tanto que as publicações estudantis se chamavam "Memórias da Associação Culto à Ciência", "Exercícios Literários do Clube Científico", "Trabalhos Literários da Associação Amor à Ciência", "Revista Mensal do Instituto Científico" e "Revista do Clube Científico".

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Para muitos pensadores, a classe mais ilustre que já frequentou a Academia de São Francisco foi a de 1866 a 1871. Pois entre seus alunos estavam Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Antônio de Castro Alves e Francisco de Paula Rodrigues Alves.

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Quando estava no quarto ano, Joaquim Nabuco transferiu-se para o Recife. Rui Barbosa e Castro Alves vieram de lá para São Paulo no terceiro ano. Castro Alves só esteve em São Paulo por um semestre. Joaquim Nabuco já era o intelectual que ganharia fama e respeito no Brasil Império e na República. Ao escrever sobre aquele tempo, confidencia: "Na situação em que me fui para São Paulo cursar o primeiro ano da Academia, eu não podia deixar de ser um estudante liberal. Desde o primeiro ano fundei um pequeno jornal para atacar o ministério Zacarias.

Ocorre que seu pai apoiava Zacarias e escreveu para ele, recomendando se utilizasse do seu tempo para estudar. Mas o filho respondeu que dava demasiado valor "à minha independência de jornalista e à minha emancipação de espírito".

Intensa leitura o conduziu a prestigiar as novas ideias. 1866 foi para ele a redescoberta da Revolução Francesa. Abeberou-se em Lamartine, Thiers, Mignet, Louis Blanc, Quinet, Mirabeau, Vergniaud, os Girondinos. A Convenção estava nele como em sessão permanente.

Também foi impregnado pelo liberalismo sedutor do Professor José Bonifácio, "O Moço", que então dominava a Academia. Isso afetou o seu lado religioso: "Quando entrei para a Academia, levava a minha fé católica virgem; sempre me recordarei do espanto, do desprezo, da comoção com que ouvi pela primeira vez tratar a Virgem Maria em tom libertino; em pouco tempo, porém, não me restava daquela imagem senão o pó dourado da saudade". Posteriormente Nabuco tentou reconstruir o complicado roteiro de volta ao catolicismo.

Todos eles se apaixonaram pelo abolicionismo. No jornal "A Independência", Rui e Castro Alves propunham a imigração estrangeira e, para atraí-la, liberdade de culto, sufrágio e instrução universais e governo verdadeiramente representativo com responsabilidade ministerial.

Em 1º de abril de 1868, numa reunião a que compareceu o líder liberal Presidente Saldanha Marinho, a assistência ficou arrebatada com a primeira declamação pública, por Castro Alves, do seu poema "Os escravos". E a 2 de julho, um espetáculo no Teatro São José contou com discursos de Castro Alves, Rui Barbosa e Joaquim Nabuco.

Eram os estudantes do Largo de São Francisco agitando o Brasil e dando nova formatação à nossa Pátria. São alunos que não podem ser esquecidos pelos atuais. Que responsabilidade, para os atuais acadêmicos, ocupar os mesmos assentos que esses brasileiros para os quais não há refil!

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*José Renato Nalini é diretor-geral da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-geral da Academia Paulista de Letras

Gilmar Mendes se nega a responder Moro no Roda Viva, mas ‘desafia’ ex-juiz para debate; veja, OESP

 Durante entrevista ao Roda Viva, nesta segunda-feira, 8, o ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, se negou a responder uma publicação do senador Sérgio Moro (União Brasil -PR) em suas redes sociais alegando que o magistrado tem “obsessão” por ele. Ao final do programa da TV Cultura, entretanto, em tom irônico, sugeriu que o ex-juiz da Lava Jato fosse convidado pela emissora para um debate direto com ele.

Enquanto a entrevista acontecia - marcada por críticas à Lava Jato e à atuação do ex-juiz, Moro se manifestou sobre os comentários do ministro: “Não tenho a mesma obsessão por Gilmar Mendes que ele tem por mim. Combati a corrupção e prendi criminosos que saquearam a democracia. Não são muitos que podem dizer o mesmo neste país”. Avisado da publicação pela apresentadora e jornalista Vera Magalhães, Gilmar desconversou. “Não vou falar sobre Moro agora. Vamos tratar de temas mais importantes”, rebateu.

Gilmar evita falar sobre a publicação:

Gilmar Mendes atacou duramente os desdobramentos da Lava Jato, alegando que o combate à corrupção “fora dos marcos legais” ameaçou a democracia e serviu como “germe do fascismo” no País. Segundo ele, a operação sediada em Curitiba disseminou a “antipolítica” que elegeu o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018. “O germe desse fascismo vem desse modelo (extrapolar os marcos legais ao combater a corrupção) que levou a uma sucata do sistema político. Bolsonaro só se elege nesse contexto. O discurso antipolítica colou e fez com que ele surgisse como uma alternativa de decisão e as pessoas embarcaram nisso. A Lava Jato faz de Bolsonaro o seu candidato. É bom que isso seja dito. O discurso antipolítica vem da Lava Jato assim como o discurso antiSupremo, o ataque conta o Supremo”, disse.

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Ministro ‘desafia’ ex-juiz ao final da entrevista:

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Questionado sobre a denuncia da PGR contra Moro, após o senador sugerir, em vídeo, que o ministro vendia habeas corpus, Gilmar fez questão de citar as acusações similares de que o próprio ex-juiz é alvo. “Eu achei estranho a revelação dessa ‘brincadeira’ feita exatamente no momento em que Moro está sendo acusado de vendas de decisões por Tacla Duran”, afirmou.

Em depoimento em março de 2023 ao juiz Eduardo Appio, novo responsável pela Vara Federal de Curitiba, o advogado Rodrigo Tacla Duran, à época defensor da empreiteira Odebrecht, afirmou que sofreu tentativas de extorsão durante a Lava Jato em troca de “facilidades” para clientes, e que passou a ser “perseguido” por não compactuar com o que chamou de uma “prática comercial corriqueira” da força-tarefa.