quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Linhas 15-Prata e 5-Lilás têm os maiores intervalos entre trens no Metrô SP, RF


02/10/2018 - Revista Ferroviária
O intervalo entre trens na Linha 5-Lilás é de quase três minutos (179 segundos) no horário de pico. Já nos horários de vale - menor movimento -, o intervalo médio é de um pouco mais de cinco minutos (321 segundos). As demais linhas do Metrô SP (1- Azul; 2-Verde; 3-Vermelha e 4-Amarela) operam com intervalo médio menor no horário de pico (128, 136, 111 e 106 segundos, respectivamente), com exceção do monotrilho da Linha 15-Prata, cujo headway é de 444 segundos.
A Linha 5-Lilás opera com o sistema de sinalização CBTC (sigla em inglês para Controle de Trens Baseado em Comunicação) desde fevereiro de 2017, fornecido pela Bombardier. A ViaMobilidade, responsável pela operação e manutenção da linha, recebeu do governo uma frota de 34 trens. Parte são da frota F, formada por oito carros entregues em 2001 (fabricação Alstom/CAF/Adtranz/Siemens) e parte da P, que são 26 trens fabricados pela CAF.
“Essa linha tem como premissa fazer a integração com as linhas 1-Azul e 2-Verde do Metrô e 9 da CPTM. Nossa grande referência é a Linha 4-Amarela, que tem padrão de qualidade reconhecido”, disse o diretor de Operações da concessionária, Francisco Pierrini, após a inauguração da estação AACD, em agosto. 
Com as inaugurações das três novas estações (Hospital São Paulo, Santa Cruz e Chácara Klabin), na semana passada, a Linha 5-Lilás passou a fazer interligação com outros dois ramais do metrô, as linhas 1-Azul e 2-Verde. Agora a linha, que atualmente recebe por dia cerca de 320 mil pessoas, deverá transportar 855 mil passageiros diariamente, segundo dados do Metrô de SP.
As três estações que foram inauguradas na semana passada devem receber, ao todo, uma demanda prevista de 243.370 usuários novos/dia, diz o Metrô. A estação que deve receber a maior demanda é a Santa Cruz, que possui conexão com a linha 1-Azul (Jabaquara-Tururuvi), com 138.430 novos usuários.
Inicialmente, a concessionária ViaMobilidade vai operar as três novas estações todos os dias, das 10h às 15h, com cobrança de tarifa, no formado conhecido como “operação reduzida”. O horário de atendimento dessas estações será ampliado gradativamente até chegar à operação plena. Para que a linha fique completa faltará apenas a estação Campo Belo, no meio do ramal, prevista para ser entregue em dezembro.
A ViaMobilidade, consórcio formado pelo Grupo CCR e pela RuasParticipações, assumiu a Linha 5-Lilás no último dia 4 de agosto. A empresa, formada pelas empresas CCR e RUASinvest, venceu a licitação para concessão das linhas 5-Lilás e 17-Ouro, que está em construção, ao oferecer ao governo do estado outorga fixa de R$ 553,8 milhões. A concessionária passou a administrar a rede pelo período de 20 anos. Ao longo de todo o prazo da permissão, a expectativa é de R$ 3 bilhões em investimentos.

EUA aprovam US$ 60 bi para infraestrutura no exterior, Valor


04/10/2018 - Valor Econômico
O Senado dos EUA aprovou um projeto de lei que cria uma agência com US$ 60 bilhões para investir em países em desenvolvimento como uma forma de se contrapor à crescente influência global da China.
Numa rara demonstração de espírito bipartidário, o Senado aprovou ontem, por 93 votos a 6, a Lei de Melhor Uso de Investimentos para o Desenvolvimento (Build, na sigla em inglês).
A proposta, que foi incluída em um projeto de lei que mantém em vigor a Administração Federal de Aviação, pode chegar à mesa do presidente Donald Trump amanhã, segundo fontes bem informadas sobre seu progresso. A Casa Branca já indicou que Trump vai sancioná-lo.
A Lei Build foi apresentada como sendo vital para se contrapor ao que tem sido descrito como a diplomacia da armadilha da dívida da China - enganar países em desenvolvimento ao enchê-los de empréstimos impagáveis.
Até um ano atrás, a Corporação Americana de Investimento Privado no Exterior (Opic, na sigla em inglês), que faz empréstimos a empresas nos países em desenvolvimento, estava sob risco de ser desmantelada. Embora ela faça investimentos e tenha lucro, o governo Trump a via como uma entidade que concede ajuda e o que muitos republicanos descreviam como assistência corporativa.
Aubrey Hbruy, cofundadora da Africa Expert Network, disse que Ray Washburne, presidente e executivo-chefe da Opic, mudou essa visão ao convencer os congressistas de que a organização era uma ferramenta essencial para a diplomacia comercial americana.
Este governo é muito dirigido pela visão de que os EUA precisam ser mais competitivos vis-à-vis a China, disse ela. Isto é algo sobre o qual aqueles de nós em Washington que se preocupam com mercados emergentes, empresas e competitividade americana estamos trabalhando há anos.
Para Washburne, isso é uma sacudida poderosa. Em Cartagena (Colômbia), de onde acompanhou a votação do Senado por seu celular, ele disse que uma Opic reforçada oferecia uma alternativa financeiramente segura às iniciativas do governo chinês que deixaram muitos países em desenvolvimento profundamente endividados. Isso aumentaria o soft power dos EUA e ajudaria a levar empregos e estabilidade para países que, de outra forma, poderiam se tornar um perigo para a segurança nacional americana.
Pequim tem rejeitado veemente as acusações de que usa dívidas para ganhar dependentes políticos, argumentando que tem concedido empréstimos a países em desenvolvimento dentro do espírito de cooperação e de promoção do comércio. A China já financiou dezenas de bilhões de dólares em infraestrutura na Ásia, África e América Latina.
Senadores republicanos já acusaram Pequim de assumir o controle do porto de Hambantota, no Sri Lanka, quando o governo local não conseguiu quitar suas dívidas.
A Opic agora será incorporada a uma nova agência, chamada de Corporação de Financiamento ao Desenvolvimento Internacional, que assumirá algumas das funções da USAID (Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional). Pela primeira vez, ela poderá adquirir participações, o que, segundo seus defensores, lhe permitirá investir de forma mais efetiva e se igualar a agências equivalentes europeias.
Isso não só assegura nossa existência - que não era certa um ano atrás - como nos dá condições de igualdade e dobra nosso tamanho, disse Washburne.
 projeto de lei obteve apoio de ambos os partidos. A Lei Build começará a nos afastar da concessão direta de assistência com resultados incertos para, em vez disso, ajudar países a se tornarem mais autossuficientes, ao mesmo tempo em que economizaremos milhões de dólares dos contribuintes, disse o republicano Bob Corker, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
Chris Coons, principal democrata na comissão, disse que estava entusiasmado com o fato de que o projeto está a caminho da sanção de Trump. Este investimento nos permitirá reduzir a pobreza em áreas que são críticas para nossa segurança nacional, competir com a influência chinesa nos países em desenvolvimento e ajudar as empresas americanas a crescer e prosperar.


Ferrofrente leva a Brasília propostas para malha ferroviária brasileira, RF

04/10/2018 - Revista Ferroviária
A Ferrofrente (Frente Nacional pela volta das Ferrovias) realiza nesta quinta-feira, dia 4, uma agenda em Brasília para defender mudanças no projeto nacional para o modal ferroviário. Além disso, a entidade irá apresentar um documento aos dois presidenciáveis que chegarem ao segundo turno.
O presidente da Ferrofrente, José Manoel Ferreira Gonçalves, declarou que estão previstos encontros com a ministra Cármen Lúcia (relatora da ação proposta pela Procuradoria-Geral da República contra a renovação antecipada das ferrovias); no TCU, com técnicos e o ministro Augusto Nardes e na ANTT (ainda sem nome definido).  
Ao lado da Ferrofrente, Gonçalves conta que participam da iniciativa associações ligadas a categorias econômicas e profissionais do setor como Bernardo Figueiredo, ex-presidente da ANTT, Frederico Bussinger, consultor, e Jean Pejo, presidente da Alaf (Associação Latino-Americana de Ferrovias).
Gonçalves diz que a Ferrofrente defende um projeto de governo que contemple a questão ferroviária de forma ampla,  por meio de políticas públicas e que haja maior utilização de critérios técnicos e não políticos.
"Da forma como está organizada hoje, a utilização das ferrovias só está a serviço do escoamento de matérias-primas de um reduzido grupo empresarial, sem atender a interesses coletivos e beneficiar as cidades cortadas pelas ferrovias. Esses grupos acenam com investimentos pontuais para conseguir a renovação das concessões até 2058, o que seria catastrófico para o país", comenta.
A minuta da proposta da Ferrofrente (que, segundo Gonçalves, ainda será submetida ao grupo que apoia a frente) diz que a primeira necessidade é a reestruturação dos marcos regulatórios, ajustando a lei 13.448 (que trata da renovação antecipada), em especial no sentido de:
- Revogar os atuais artigos referentes a prorrogações;
- Fixar critérios para alocação de recursos das outorgas, destinando-os a novos investimentos ferroviários (acima de tudo naqueles que dão acesso aos portos);
- Prever Análise de Impacto Regulatório para todas as normas;
- Prever novos critérios de julgamento de licitação de concessões.
A Ferrofrente recomenda ainda uma atualização da Agenda Regulatória da ANTT, estabelecendo normas sobre interoperabilidade, definindo um modelo de precificação do Direito de Passagem e do Tráfego Mútuo e pontuando os Serviços Acessórios.