sábado, 23 de junho de 2018

Falta um jogador como Dunga na seleção, FSP

Sobra Neymar, que não lidera ninguém e colabora para desequilibrar emocionalmente o time

Saudade do Dunga jogador, bem entendido. Não do treinador de galo de briga. Saudade de Didi. De Zito. Saudade de Gérson, de Romário, de Ronaldo, de jogadores que ou lideravam a ponto de acalmar seus times e comandavam para buscar as vitórias ou se apresentavam para decidir.
Saudade de Dunga sim, que assim fazia quando preciso. Miranda poderia fazê-lo, mas é tímido.
Marcelo não faz, e Thiago Silva já mostrou que não é a dele.
Se Casemiro e Paulinho falassem, seria diferente, mas jogam calados, como Philippe Coutinho e Gabriel Jesus.
Sobra Neymar, que, no chão, não lidera ninguém e ainda colabora para desequilibrar emocionalmente o time.
Porque Willian também não tem o perfil, embora Douglas Costa tenha feito, exemplarmente, o papel do "dá a bola em mim que eu resolvo".
Porque com um jogador com o dom de liderar talvez a seleção brasileira não tivesse sofrido tanto para vencer a Costa Rica nos acréscimos.
Venceu com toda a justiça depois de um segundo tempo avassalador, mas ansioso, sem sintonia fina, no sufoco, na pressão, quase no desespero.
Os gols depois do 45º minuto foram o castigo que a cera costa-riquenha mereceu, e estava na cara que acontecido o primeiro outros viriam em sequência.
Fosse no começo da etapa final e teria havido uma goleada em São Petersburgo, no belo estádio mais caro do mundo, mais superfaturado que o Mané Garrincha.
Tite é corajoso. Bancou Thiago Silva como capitão num momento em que um líder de verdade era necessário e não alguém, digamos, ainda convalescendo de crise emocional.
Teve de contar com Fagner e, admitamos, o lateral foi bem e melhor que o titular Danilo. E sacou Willian, irreconhecível, para botar quem mudou a cara do jogo, camisa 7 às costas, Douglas Costa, o algoz da Costa Rica.
Seu Boneco, o personagem consagrado pela "Escolinha do Professor Raimundo", "discostas", não faria melhor.
Depois da coragem, agora será hora da terapia. Não será possível ganhar uma Copa tendo chilique, nervos à flor da pele, arremessando a bola no chão na cara do árbitro, reclamando feito velho rabugento ou nenê chorão.
Copa revela equilíbrio e sem nenhum bicho-papão.
Futebol a seleção tem para ir longe, mas não pode se perder em erros bobos. Como o que tirou Thiago Silva da semifinal da Copa de 2014.

SP volta a ter cancelas em pedágio eletrônico após Justiça suspender lei, FSP

SP volta a ter cancelas em pedágio eletrônico após Justiça suspender lei

Equipamentos já voltaram a ser instalados em rodovias paulistas

Pedágio na rodovia Anhanguera em São Simão
Pedágio na rodovia Anhanguera em São Simão - Edson Silva/Folhapress
SÃO PAULO
Uma liminar concedida na sexta-feira (22) decidiu pela volta das cancelas de pedágio nas faixas de cobrança automática, suspendendo a lei aprovada no início deste mês que determinava a retirada dos dispositivos.
A decisão atendeu a um pedido da ABCR (Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias), que apresentou uma ação alegando que a lei era inconstitucional por “invadir o campo de atuação próprio da administração pública”.
Sem as cancelas desde a terça-feira (19), as pistas de cobrança automática voltaram a ter os equipamentos instalados na madrugada deste sábado (23).
Segundo a Ecovias, concessionária que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, avisos sobre a mudança foram fixados para alertar os motoristas, conforme orientação da Artesp (Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo).

RISCO DE ACIDENTES E EVASÃO

A retirada definitiva das cancelas foi sugerida por projeto de lei do deputado estadual Edmir Chedid (DEM), em 2015, que foi vetado pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). No início do mês, os deputados voltaram a discutir esse tema e decidiram pela derrubada do veto. Eles alegaram que a retirada das cancelas traria mais segurança e evitaria acidentes nas estradas.
Em 2017, 898 milhões de veículos passaram pelas praças de pedágio das rodovias sob concessão em São Paulo.
Nesse período, foram registrados 824 acidentes nas praças de pedágio, dos quais 51% nas pistas de pedágio automático. Essa modalidade de cobrança é responsável por 56% das passagens de veículos.
Na avaliação da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias Rodoviárias), sem esses bloqueios os motoristas tendem a trafegar em maior velocidade, podendo incidir em mais acidentes.
A associação também não descarta a possibilidade de a retirada das cancelas contribuir para aumentar a evasão aos pedágios.
O DER (Departamento de Estradas de Rodagem, do estado) diz que, de janeiro a dezembro 2017, foram aplicadas 282 mil multas por evasão de pedágio nas rodovias paulistas. Em 2018, até 19 de junho, foram 108 mil.
Na prática, a quantidade é bem inferior ao total de evasão registrado pela Artesp —em 2017, 2,4 milhões de casos.

    quinta-feira, 21 de junho de 2018

    Alberto Beltrame: Bolsa Família, hoje, FSP

    Alberto Beltrame: Bolsa Família, hoje

    Perdeu quem apostou no fim do programa sob Temer

    Alberto Beltrame, ministro do Desenvolvimento Social
    Alberto Beltrame, ministro do Desenvolvimento Social - Fabio Rodrigues Pozzebom - 10.abr.18/Agência Brasil
    Perdeu quem apostou no fim do programa Bolsa Família no governo Temer. E foram muitos. Hoje, passados dois anos, constatamos justamente o contrário. O Bolsa Família está mais forte, com melhor governança, focalizado naqueles que realmente necessitam, sem lista de espera e com o maior poder de compra de alimentos de toda a sua história. Por mais que o assunto suscite debates ideológicos, todos reconhecem a sua importância.
     
    Esta própria Folha conclamou, em editorial no dia 11/5: "Mais Bolsa Família". Saudou não só a manutenção do programa como o último reajuste concedido.

    Neste governo, o Bolsa Família recebeu seus maiores reajustes: 12,5%, em julho de 2016, e 5,67%, em julho deste ano —que, acrescidos da expressiva queda na inflação, permitiram que o benefício básico do programa alcançasse seu maior poder de compra de alimentos, partindo dos 18% negativos no fim do governo passado para os atuais 20% positivos. 

    Além de significar mais comida na mesa dos brasileiros, o Bolsa Família representa uma estimulante injeção de recursos nas pequenas economias locais e promove um virtuoso círculo de desenvolvimento social e econômico. 

    Recebemos o Bolsa Família inchado, sem controle adequado e contaminado por irregularidades. Enquanto quase dois milhões de famílias aguardavam mais de ano para receber o benefício, outras tantas o recebiam indevidamente, como vereadores, servidores públicos e famílias com renda muito superior ao critério de elegibilidade.

    A boa governança, aliada à sensibilidade social, alterou esse quadro. Com zelo pelo dinheiro público, controle rigoroso dos benefícios e cruzamentos mensais de bases de dados, combatemos as fraudes e promovemos justiça no acesso ao programa. A fila está zerada há dez meses consecutivos, o que eliminou aflitivas e injustas esperas. É um avanço inquestionável. 

    Portanto, não procedem as críticas dos que se acham proprietários do programa, a ponto de não admitirem que seja aperfeiçoado. Como resposta a isso, é preciso consolidar o Bolsa Família como política de Estado, limpo de conotações partidárias e perenizado pelo seu poder de combate às desigualdades, sejam quais forem os destinos políticos do país. 

    Entendo que as políticas sociais devam ser libertadoras, e não geradoras de dependência. Os programas de transferência condicionada de renda, como o Bolsa Família, são essenciais para resgatar milhões de famílias da pobreza e extrema pobreza e podem significar a construção de sua cidadania, com direitos, deveres e singularidades. 

    No entanto, somente transferir renda não transforma a realidade de forma sustentável. É preciso ir além e apoiar pessoas e famílias no rumo de sua emancipação, como prevê o Progredir, lançado em 2017, que promove a qualificação profissional, o estímulo ao empreendedorismo, o microcrédito e o acesso ao mercado de trabalho.

    Assim, contribuiremos para a construção de um Brasil melhor, mais justo e fraterno, com oportunidades de crescimento pessoal, cultural e econômico para todos.