O Brasil tem problemas reais e imensos. Não há necessidade, portanto, de descrevermos os obstáculos à nossa frente como se fossem ainda maiores do que realmente são. Em geral, tal amplificação desnecessária e artificial de nossos desafios serve mais a determinados interesses políticos.
Uma análise isenta, apartidária, há de reconhecer avanços recentes. A inflação está sob controle, tendo até ficado abaixo da meta. Os juros básicos foram reduzidos. E, por último, mas não menos importante, aprovou-se uma reforma trabalhista consistente, que já está dando conta de flexibilizar o mercado de trabalho, abrindo perspectiva para novas contratações.
Tendo dito isto, convém enfatizar que o Brasil ainda não criou uma agenda positiva, a fim de alcançar um crescimento substantivo e sustentável. O momento, no entanto, ao contrário do que querem demonstrar os pessimistas de plantão, é oportuno. Se há desafios à frente, há também soluções.
Neste ano teremos eleições particularmente importantes. Escolheremos não apenas o presidente, mas governadores e boa parte do Congresso. A renovação abre a possibilidade de termos no horizonte mudanças positivas no cenário político. Vamos às urnas sob uma nova lei eleitoral, que, entre outras mudanças, limita o financiamento das campanhas —algo que, se não justificou, pelo menos ajudou a explicar os inúmeros casos de corrupção que têm vindo à tona.
Tem-se dito com frequência que a pré-campanha aponta para a eleição com o maior grau de incerteza do período da redemocratização. Tudo indica mesmo que sim, mas o outro lado da moeda é que parte dessa incerteza decorre da grande probabilidade de renovação, o que, por natureza e definição, é algo essencialmente positivo.
Não se trata de querer ver o mundo com os óculos do doutor Pangloss. O otimismo sem fundamento é apenas inútil. Na realidade, acredito que os problemas e a complexidade do setor público sejam tão grandes que demandarão dos eleitos para cargos executivos um conjunto de características imprescindíveis para modernizar a administração pública.
Calcula-se, de modo conservador, que a administração pública no Brasil esteja 30 anos atrasada em relação às boas práticas de gestão necessárias para melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços públicos.
Que características seriam essas? Liderança, visão de futuro, capacidade e experiência administrativa, credibilidade, perfil agregador, disposição e coragem para mudar e enfrentar desafios são algumas delas.
Mas isso não é tudo, claro. O Brasil não é uma empresa, nem pode ser dirigido como tal. Além da capacidade de gestão, os candidatos a cargos públicos precisam ter sensibilidade social para implementar políticas públicas que tenham como objetivo melhorar o padrão de vida da população e dos indicadores sociais.
A renovação levará para Brasília e para os Executivos dos estados pessoas que, embora sem experiência legislativa ou de governo, podem contribuir com ideias e ações que melhorem as políticas públicas.
Para que as novas lideranças tenham um ambiente propício para promover essa mudança, será necessário que o atual governo faça o que já deveria ter sido feito há muito tempo. Alguns avanços foram feitos; outros, não. Precisamos ainda, apenas para citar dois exemplos, induzir a redução do spread bancário e destravar o crédito para investimento e consumo.
A eleição deve ser encarada como promessa de mudança, e não como desculpa para procrastinação.
Uma análise isenta, apartidária, há de reconhecer avanços recentes. A inflação está sob controle, tendo até ficado abaixo da meta. Os juros básicos foram reduzidos. E, por último, mas não menos importante, aprovou-se uma reforma trabalhista consistente, que já está dando conta de flexibilizar o mercado de trabalho, abrindo perspectiva para novas contratações.
Tendo dito isto, convém enfatizar que o Brasil ainda não criou uma agenda positiva, a fim de alcançar um crescimento substantivo e sustentável. O momento, no entanto, ao contrário do que querem demonstrar os pessimistas de plantão, é oportuno. Se há desafios à frente, há também soluções.
Neste ano teremos eleições particularmente importantes. Escolheremos não apenas o presidente, mas governadores e boa parte do Congresso. A renovação abre a possibilidade de termos no horizonte mudanças positivas no cenário político. Vamos às urnas sob uma nova lei eleitoral, que, entre outras mudanças, limita o financiamento das campanhas —algo que, se não justificou, pelo menos ajudou a explicar os inúmeros casos de corrupção que têm vindo à tona.
Tem-se dito com frequência que a pré-campanha aponta para a eleição com o maior grau de incerteza do período da redemocratização. Tudo indica mesmo que sim, mas o outro lado da moeda é que parte dessa incerteza decorre da grande probabilidade de renovação, o que, por natureza e definição, é algo essencialmente positivo.
Não se trata de querer ver o mundo com os óculos do doutor Pangloss. O otimismo sem fundamento é apenas inútil. Na realidade, acredito que os problemas e a complexidade do setor público sejam tão grandes que demandarão dos eleitos para cargos executivos um conjunto de características imprescindíveis para modernizar a administração pública.
Calcula-se, de modo conservador, que a administração pública no Brasil esteja 30 anos atrasada em relação às boas práticas de gestão necessárias para melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços públicos.
Que características seriam essas? Liderança, visão de futuro, capacidade e experiência administrativa, credibilidade, perfil agregador, disposição e coragem para mudar e enfrentar desafios são algumas delas.
Mas isso não é tudo, claro. O Brasil não é uma empresa, nem pode ser dirigido como tal. Além da capacidade de gestão, os candidatos a cargos públicos precisam ter sensibilidade social para implementar políticas públicas que tenham como objetivo melhorar o padrão de vida da população e dos indicadores sociais.
A renovação levará para Brasília e para os Executivos dos estados pessoas que, embora sem experiência legislativa ou de governo, podem contribuir com ideias e ações que melhorem as políticas públicas.
Para que as novas lideranças tenham um ambiente propício para promover essa mudança, será necessário que o atual governo faça o que já deveria ter sido feito há muito tempo. Alguns avanços foram feitos; outros, não. Precisamos ainda, apenas para citar dois exemplos, induzir a redução do spread bancário e destravar o crédito para investimento e consumo.
A eleição deve ser encarada como promessa de mudança, e não como desculpa para procrastinação.
José Ricardo Roriz Coelho
Presidente em exercício da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico)