quinta-feira, 20 de julho de 2017

Cientistas podem ter criado a célula solar mais potente de todos os tempos Fonte: Ciclo Vivo

Cientistas norte-americanos desenvolveram uma célula que é capaz de converter a luz solar direta em eletricidade com eficiência de 44,5%. Isso a torna, potencialmente, a célula solar mais eficiente do mundo, pelo menos entre as disponíveis no mercado atualmente.
Os modelos atuais só convertem eletricidade com uma eficiência de cerca de 25%, no máximo. Para se ter uma ideia, a célula solar com a maior eficiência do Brasil apresenta 17,3% de aproveitamento. O impressionante produto desenvolvido agora na Universidade George Washington usa painéis fotovoltaicos concentradores (CPV) que empregam lentes para concentrar a luz solar em minúsculas células solares.
A tecnologia funciona com a célula empilhada que é quase como uma peneira para a luz solar, tendo materiais especializados em cada camada capazes de absorver a energia. “Nosso novo dispositivo é capaz de desbloquear a energia armazenada nos fótons de longa duração, perdidos nas células solares convencionais e, portanto, fornece um caminho para a realização da célula solar de multi-junção final”, afirma Dr. Matthew Lumb, principal autor do estudo e cientista de pesquisa da GW School of Engineering e Applied Science. Para isso, o produto usa materiais que geralmente são encontrados em aplicações para laser e fotodetectores infravermelhos.
Além disso, o procedimento de empilhamento usa uma técnica conhecida como transferência de impressão, que permite a montagem tridimensional destes minúsculos dispositivos com um alto grau de precisão, veja a ilustração abaixo.
Tal como acontece com qualquer tecnologia de conversão de energia, para maximizar a quantidade de energia produzida, pode-se aumentar a quantidade de conversores ou melhorar a eficiência dos próprios conversores. Se essa tecnologia for ampliada, os painéis solares exigiriam cerca de metade do espaço para produzir a mesma quantidade de energia que os sistemas existentes hoje devido à sua maior eficiência. Isso talvez justificaria o preço de desenvolver esta célula solar que inicialmente é bastante cara.
O uso de energia solar é crescente em todo o mundo, e isso a tornará cada vez mais acessível. Por isso, é importante buscar sempre por novas soluções que a torne mais eficiente e capaz de, em conjunto com outras alternativas renováveis, substituir as fontes oriundas de combustíveis fósseis.

Governo de São Paulo cria grupo de trabalho para combater roubos em dutos de petróleo e gás GSP

Fonte: Secretaria de Energia e Mineração
GT vai integrar representantes do Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar, Petrobras e das Secretarias da Segurança Pública e de Energia e Mineração


dutos
Uma sequência de tentativas de roubo em dutos da Petrobras, que transportam petróleo e gás por São Paulo, levou o Governo do Estado a instituir um grupo de trabalho que irá estudar ações de prevenção e combate aos criminosos. A decisão de constituir o grupo foi tomada em junho, após uma reunião dos secretários de Energia e Mineração e da Segurança Pública com representantes da Petrobras.
O grupo de trabalho será formado por representantes do gabinete da Secretaria da Segurança Pública, Delegacia Geral de Polícia, Comando Geral de Polícia Militar, Ministério Público Estadual, Petrobras e Secretaria de Energia e Mineração.
“O petróleo, por ser uma das commodities mais valiosas do mundo e por ter a característica de transporte por dutos, que passam por locais poucos habitados e de grande vegetação, desperta o interesse dos criminosos”, explica o secretário de Energia e Mineração, João Carlos Meirelles.
São Paulo é o terceiro maior produtor de petróleo do Brasil com produção atual média de 455 mil barris de óleo equivalente por dia. Devido a presença de quatro refinarias no Estado, que juntas são capazes de processar mais de 927 mil barris de petróleo por dia, aproximadamente 39% da capacidade de refino nacional, São Paulo responde pela maior parte da carga processada do país e pela produção dos principais derivados de petróleo como gasolina, diesel, óleo combustível, GLP – gás liquefeito de petróleo, querosene de aviação, coque e nafta, que abastecem o mercado nacional.
Essa é a primeira resolução conjunta entre as duas Secretarias, publicada nesta sexta-feira, 7 de julho, no Diário Oficial do Estado. O grupo de trabalho será presidido pelo secretário-adjunto da Segurança Pública, Sérgio Sobrane, que realizará encontros mensais com os participantes do grupo na sede da Secretaria.
“Trata-se de uma importante iniciativa para combater uma modalidade criminosa que preocupa pelo grande potencial de risco para toda a sociedade”, afirma o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho.
Em abril deste ano, criminosos tentaram roubar dutos da Petrobras em Santo André, no ABC Paulista, mas acabaram perfurando uma tubulação de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). O vazamento foi contido pelos técnicos da Petrobras.
Já no mês de maio a polícia civil de Artur Nogueira, no interior do Estado, descobriu um túnel usado para desviar combustível da Petrobras. Um buraco com uma ligação clandestina foi localizado em um duto que transporta o produto da refinaria de Paulínia até uma das unidades da empresa em Brasília.
De acordo com a polícia, funcionários da empresa desconfiaram do problema quando perceberam uma queda na pressão do duto no ponto onde havia o desvio. Técnicos verificaram a rede e os policiais encontraram um sítio onde havia um alojamento antigo, que estava sendo usado para cometer o crime.

Super wi-fi: como as frequências não usadas de TV podem levar a internet a lugares remotos BBC Brasil

Mais da metade da população mundial não tem acesso à internet - no Brasil, são mais de 70 milhões sem conexão à rede, segundo dados da União Internacional de Telecomunicações, das Nações Unidas. E, por mais surpreendente que possa parecer, a solução pode estar em uma tecnologia que chegou muito antes da revolução digital: a televisão analógica.
A ideia é usar os chamados "espaços em branco" dos canais de televisão para levar a rede a esses 57% do globo que não têm internet (mais de 4 bilhões de pessoas).
O nome oficial da tecnologia será Rede de Área Regional Sem Fio (WRAN, na sigla em inglês), mas ela já é informalmente conhecida como "super wi-fi". Basicamente, prevê ocupar as redes de televisão não utilizadas com um tipo de conexão wi-fi que conseguiria alcançar distâncias muito grandes.
Essa não é a única iniciativa em curso para tentar mudar a situação de quem vive nas zonas mais rurais: o Google faz isso com o Projeto Loon, que coloca nos céus uma rede de balões, e o Facebook usa drones.
Mas agora a Microsoft quer tomar a dianteira com o super wi-fi. Desde 2008, a companhia e outras empresas tentavam gerar o acesso à rede por meio dessa tecnologia, que é mais potente do que os sinais de celulares, já que pode "atravessar" melhor as paredes de cimento e outros obstáculos físicos.

Preencher os espaços em branco

A Microsoft anunciou no início de julho que usará os chamados "espaços em branco" dos canais para conectar as zonas mais remotas dos Estados Unidos à internet.
menina acessa a internetDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionUma pesquisa com dados da União Internacional de Telecomunicações mostra que mais de 70 milhões de brasileiros não têm acesso à internet
A empresa é uma das primeiras a implementar essa tecnologia. Por enquanto, ela quer testá-la em solo americano e, caso se mostre eficaz, a exportá-la para outros lugares do mundo.
O plano é explorar as bandas de frequência UHF que não são utilizadas para "acabar com a brecha tecnológica e estabelecer uma rede em áreas subdesenvolvidas", explicou a empresa de Seattle.
"A Microsoft está trabalhando com sócios de todo o mundo para desenvolver tecnologias e modelos de negócio que facilitarão o acesso à internet para milhões de pessoas", declarou Paul Garnett, diretor de Iniciativas de Acesso a Preços Acessíveis da companhia.
Mas não foi a Microsoft que inventou isso. Engenheiros da Universidade de Rice, em Houston (EUA) haviam testado a ideia pela primeira vez em 2015.
"Devido à popularidade da televisão a cabo, satélite e internet, o UHF é uma das parte mais subutilizadas do espectro sem fio nos Estados Unidos", explicou o pesquisador principal da universidade à época, Edward Knightly.
Agora, a empresa quer aproveitar essa possibilidade em 12 Estados do país - entre eles Arizona, Kansas, Nova York e Virgínia. Em entrevista ao jornal The New York Tumes, seu presidente, Brad Smith, classificou os espaços em branco como "a melhor solução para chegar aos 80% da população americana rural que não tem banda larga hoje em dia".

Vantagens

Mas o que a Microsoft e outras empresas que têm investido nessa causa ganham ao promover esse tipo de ação?
MicrosoftDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA Microsoft ganharia com esta iniciativa cerca de 25 milhões de clientes em potencial
Em primeiro lugar, mais de 24 milhões de "clientes em potencial" que poderão usar, uma vez conectados, seus serviços de nuvem, aplicativos e outras ferramentas digitais. E, além disso, elas podem ganhar prestígio de marca e popularidade.
Para apoiar seu plano, a Microsoft começou negociações com reguladoras estatais para que elas possam garantir o uso dos canais de televisão para este fim e para que invistam na extensão da tecnologia em áreas rurais.
Mas há ainda alguns obstáculos pelo caminho.
Poucos fabricantes estão criando dispositivos compatíveis com essa tecnologia e alguns dos que podem ser usados custam pelo menos US$ 1 mil por unidade.
A Associação Nacional de Radiodifusores dos Estados Unidos (NAB, na sigla em inglês) diz que há apenas 800 dispositivos compatíveis com o super wi-fi registrados pelos reguladores.
"Os espaços em branco supõem uma oportunidade tremenda para ajudar na cobertura de radiodifusão nas áreas rurais e isso justifica o custo inicial dos fabricantes", disse Doug Brake, analista da Information Technology & Innovation Foundation (ITIF), uma organização sem fins lucrativos nos Estados Unidos.
Outro desafio é a batalha interminável com emissoras de televisão, que garantem que o super wi-fi poderia prejudicar o funcionamento dos outros canais.
"A Microsoft está há mais de uma década fazendo promessas sobre a tecnologia dos espaços em branco. Em que momento podemos finalmente concluir que ela é um fracasso?", escreveu Patrick McFadden, do Conselho Geral da NAB.
Enquanto isso, a gigante garante que seu objetivo não é se tornar uma empresa de telecomunicações, mas que quer apenas conseguir que os dispositivos para usar essa tecnologia sejam mais acessíveis.
Várias universidades americanas se mostraram favoráveis, mas falta muito para que o super wi-fi seja um padrão de mercado.
Alguns de seus críticos a comparam com a falida WiMAX, que foi apresentada como a principal estratégia para alcançar as zonas rurais, mas depois se mostrou um fracasso.