domingo, 2 de julho de 2017

A paixão política costuma cobrar caro, FSP


Eduardo Anizelli/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 25-05-2017, 09h40: O Presidente Michel Temer, durante reuniao com o Presidente da CBIC- Camara Brasileira da Industria da Construcao e grupo de empresarios, no Palacio do Planalto, em Brasilia. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, PODER)
O presidente Michel Temer
A sociedade brasileira está em estado de choque. Apoiou fortemente o afastamento de Dilma, pelo "péssimo estado geral da sua obra", reconhecido, aliás, por ela mesma quando, depois de sua reeleição, adotou o programa econômico do candidato vencido! O seu impedimento está longe de ter sido um "golpe". Fez-se dentro da Constituição (que acabou violada em seu benefício) e sob o "controle" do STF.
A posse de Temer, em maio de 2016, mudou a perspectiva. Ele conseguiu aprovar no Congresso em um ano o que não se fez nos cinco do governo anterior. O problema é que os efeitos levam tempo para se materializar e não apagam o desastre fiscal em que fomos metidos no processo eleitoral. Em maio de 2017, a situação era ainda muito complicada, mas já apareciam tênues sinais de uma recuperação modesta do crescimento econômico, único remédio para nossas angústias.
Tragicamente, uma "delação premiada", derivada de uma "armadilha" bem urdida somada à falta de desconfiômetro de Temer, produziu o tumulto que o país vive. Tal confusão é hoje o mais poderoso instrumento da oposição às "reformas", que se localiza na alta burocracia federal, uma "elite extrativista" que se apropriou do poder em Brasília graças à covardia dos governos e ao descuidado conformismo escandaloso dos trabalhadores e dos sindicatos que a sustentam!
Na semana passada, tivemos outro "show midiático", do mesmo "capoclasse" da organização criminosa que —com a conivência dos últimos poderes incumbentes– assaltou o patrimônio nacional e escafedeu-se brilhantemente. Aumentou a tensão, mas restaram terríveis contradições entre as suas narrativas, que certamente vão dar trabalho à Justiça.
Estamos numa crise real enorme, apimentada por notícias transmitidas por imaginários informantes em "off", que alimentam, em tempo contínuo, a "intriga criadora". Parte da imprensa autopromoveu-se: de "técnicos de futebol" que sempre foram a "competentes jurisconsultos" que —sem dúvida nenhuma—"julgam" e "escracham" votos de ministros do TSE, STJ e STF, sem o menor respeito pelos seus conhecimentos e pela naturalidade do contraditório...
Como nos ensinou Max Weber (e lembrou o ilustre professor Kujawski), estamos diante do dilema: usar a ética da "convicção" ("faça-se justiça e pereça a sociedade) ou a ética da "responsabilidade" (avaliar cuidadosamente as prováveis consequências de cada solução e escolher a "menos pior" para a sociedade a curto e longo prazo).
É essa escolha que está sob os ombros do STF, sacralizado como Poder moderador na Constituição de 1988. Que a razão e a precaução o iluminem. A paixão política costuma cobrar caro a sua imprevidência. 

sexta-feira, 30 de junho de 2017

A meta real é a modernidade, OESP


A economia brasileira tem hoje um rumo, de fato, e nele permanecerá enquanto o governo e sua equipe econômica mantiverem a rota fixada no ano passado

O Estado de S.Paulo
30 Junho 2017 | 03h00
O Brasil tem rumo e seu roteiro o conduz aos padrões internacionais de política econômica. Ao reduzir a meta de inflação para 4,25% em 2019 e 4% em 2020, os chefes da equipe econômica enviaram essa dupla mensagem à opinião pública, ao mercado e às principais figuras da Praça dos Três Poderes. No meio de uma crise centrada no ataque da Procuradoria-Geral à Presidência da República, essa mensagem pode parecer irrealista e pretensiosa. Afinal, desse choque podem resultar, na pior hipótese, a destruição do programa de ajustes e reformas, o afrouxamento da política monetária, a recaída na recessão, a desordem dos preços e um retardamento maior da retomada do emprego, uma terrível notícia para os 14 milhões de pessoas em busca de ocupação e, provavelmente, para um número adicional de desempregados. Irrealismo é negar esse risco.
A economia brasileira tem hoje um rumo, de fato, e nele permanecerá enquanto o governo e sua equipe econômica mantiverem a rota fixada no ano passado e sustentada com enorme esforço até hoje. As decisões formalizadas ontem pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) foram baseadas nesse pressuposto: a administração federal continuará comprometida com a recuperação das finanças públicas, a estabilização da moeda e a modernização das instituições econômicas, até por falta de alternativa racional. A reforma das leis trabalhistas e a do sistema previdenciário são componentes dessa agenda, assim como, talvez pouco mais tarde, as mudanças do sistema tributário e das normas orçamentárias.
A atual meta de inflação, de 4,5%, foi fixada em 2005 e ainda valerá em 2018, completando 14 anos de vigência. É muito elevada, tanto pelos padrões internacionais como por qualquer critério de segurança e de estabilidade. A isso se acrescentou, no período da presidente Dilma Rousseff, uma escandalosa tolerância à alta de preços. Os números finais foram normalmente muito superiores ao chamado centro da meta, como se o alvo de 4,5% fosse decorativo.
A decisão de reduzir a meta é mais que oportuna, portanto, até por seu valor simbólico. A inflação já caiu para 3,6% nos 12 meses terminados em maio e deverá ficar entre 4% e 4,5% nos próximos dois anos, segundo as projeções correntes. As expectativas, portanto, já são compatíveis com um objetivo mais ambicioso. A única surpresa foi a determinação da meta para 2020. Com isso, a antecedência foi alongada de dois para três anos. A ideia, como explicaram os membros do CMN, é oferecer a indivíduos e empresas um horizonte mais distante, para facilitar previsões e decisões de mais longo prazo, em ambiente mais favorável, portanto, ao crescimento econômico.
A aproximação dos padrões internacionais, no entanto, será gradual, como indicou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, presidente do CMN. De fato, a maioria dos países emergentes opera há anos com metas abaixo dos 4,25% escolhidos para 2019 no Brasil. Mas o importante, neste momento, é iniciar a caminhada e manter o esforço para a convergência.
As expectativas estão bem ancoradas e haverá condições de enfrentar choques inesperados por meio da política monetária, comentou o presidente do BC, Ilan Goldfajn, também membro do conselho. Com expectativas bem ancoradas, acrescentou, será mais fácil baixar os juros de longo prazo, também relevantes para o crescimento econômico. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, terceiro membro do CMN, também ressaltou o esforço do governo para adotar métodos e padrões internacionais em todos os campos da política econômica. É uma das formas, poderia ter acrescentado, de instalar o País, com segurança, no século 21.
A autonomia efetiva do BC seria um componente importante dessa modernização – mais precisamente, da atualização do sistema de poder. Mas o esforço para chegar a um presente já alcançado por muitas outras nações será em boa parte perdido, enquanto os costumes políticos continuarem no passado. Mais concretamente: enquanto houver tantos postos públicos negociáveis e for preciso pagar pela aprovação de projetos importantes.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

29.06.17 | Venda de incandescentes está proibida a partir de julho



Fonte: Setor Energético - 28.06.2017

Brasil - Depois de um processo de retirada gradual do mercado de produtos de iluminação sem eficiência, iniciado em 2012, finalmente as incandescentes acima de 25W não poderão mais ser comercializadas. O cronograma foi estabelecido pelo governo, tendo como meta a fixação de índices mínimos de eficiência luminosa para fabricação e comercialização de lâmpadas, e acompanha uma tendência mundial para minimizar o desperdício no consumo de energia elétrica. O comerciante que não atender a legislação estará sujeito ao pagamento de multa.

Quem ainda não se adaptou a tecnologias mais eficientes não terá mais escolha, alerta Alexandre Cricci, vice-presidente da Lâmpadas Golden e uma das maiores fabricantes de LED do mercado. “O consumidor teve cinco anos para se adequar e entender que no lugar da incandescente ele tem como opção a fluorescente compacta, que dura até 10 vezes mais e consome quatro vezes menos energia, ou o LED com durabilidade 30 vezes maior e 86% de economia”.

A política nacional de incentivo à venda de versões mais econômicas em iluminação teve impacto direto sobre as vendas. Segundo o Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior, Alice Web, de 2013 a 2016 a importação de LED disparou 1.000%, passando de 12 milhões para 130 milhões de unidades/ano. No mesmo período, a fluorescente compacta teve um decréscimo de 28%.

Embora a venda de LED tenha disparado, motivada pela economia que proporciona, segundo Cricci “o principal desafio para a indústria foi convencer o consumidor doméstico a pagar mais caro por ele”. Acostumado a comprar lâmpadas levando em consideração apenas a Potência, ainda existe dificuldade do consumidor entender que o valor pago a mais é recuperado com a maior durabilidade e o menor consumo do LED.

Outra novidade decorrente da política nacional de eficiência energética é que as embalagens LED agora trazem informação sobre o índice de eficiência, o qual está diretamente ligado à economia. Este índice estimula o consumidor ao conceito que relaciona a capacidade de gerar luz (dada em Lúmen) ao consumo de energia (dado em Watt). Desta forma, “quanto maior a relação Lúmen por Watt mais eficiente é o produto”, finaliza Cricci.

A única incandescente que poderá ser comercializada é a de 15W, geralmente usada em abajur e geladeira.

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