segunda-feira, 16 de abril de 2012

Queimar lixo não é a melhor solução, afirmam especialistas


O que é melhor fazer com as 150 mil toneladas de lixo urbano produzidas diariamente no Brasil? Apesar da pressão pelo aumento da coleta seletiva e reciclagem, que resultou na Lei Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010, em mais da metade das cidades do País ainda predomina o despejo dos resíduos em terrenos a céu aberto e sem nenhum tipo de tratamento – os chamados lixões.
O prefeito de Maringá, Sílvio Barros (PP) quer resolver o problema da sua cidade com uma solução pouco comum no Brasil: uma usina de incineração de lixo. O custo da obra está avaliado entre R$ 180 milhões e R$ 200 milhões. De acordo com o projeto, a meta da usina é queimar 500 toneladas de lixo por dia, no entanto, a cidade paranaense produz diariamente cerca de 300 toneladas.
De acordo com especialistas ouvidos pelo iG, a solução que aparentemente é de alta tecnologia já se mostra antiga. Eles afirmam que existem mais de 100 usinas de incineração pelo mundo, mas que os resultados se mostraram pouco satisfatórios pelo excesso de monitoramento necessário. “Não é uma solução, o custo é muito alto, há contaminação e emissão de gases. É uma forma de arrancar dinheiro do contribuinte”, disse Sabetai Calderoni, presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável e especialista em lixo. Para Calderoni, existem outras soluções como reciclagem e compostagem que se adequam melhor à realidade brasileira.
Uma das principais críticas à incineração é que ela não segue a lógica de redução da produção de lixo e do aumento da reciclagem, recomendadas pela Lei Nacional de Resíduos Sólidos. Gina Rizpah Besen, mestre pela Faculdade de Saúde Pública da USP afirma que a política de incineração vai contra a lei por seguir uma lógica inversa ao não estimular a redução da produção de lixo. “Ela não é adequada do ponto de vista ambiental, porque para funcionar precisa de plástico e põe em risco os catadores de lixo e emite mais que um aterro sanitário comum”, disse. No entanto, de acordo com dados da Agência de Proteção ao Meio Ambiente da Grã-Bretanha mostram que a reciclagem e a compostagem aumentaram até 19% entre 2003 e 2004, quando as usinas britânicas começaram a funcionar.
Outra crítica que ambientalistas fazem é que as usinas de incineração necessitam de material reciclável por ele ser mais comburente. “É necessário o uso de materiais de queima mais fácil. Manter uma usina queimando apenas lixo orgânico é muito caro”, disse Luciano Bastos, do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais da Coppe/ UFRJ. No Brasil, em média, 60% do lixo é orgânico, o chamado lixo úmido, o restante é material que pode ser reciclado, como vidro e papel.
Manifestantes reclamam que usina de incineração de lixo na Nova Zelândia libera moléculas cancerígenas
De acordo com Bastos, a capacidade mínima de uma usina de incineração para que ela seja economicamente viável é 150 toneladas de lixo por dia. Para se ter uma ideia, a cidade de São Paulo produz diariamente 15 mil toneladas de lixo e a do Rio, 9 mil toneladas.
Nem tudo é ruim – O grande trunfo da incineração, no entanto, está em gerar energia a partir do lixo. Aterros sanitários também podem gerar energia a partir da captação de gases emitidos pela decomposição do lixo, mas de acordo com estudo da Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA), a incineração é capaz de produzir cerca de 10 vezes mais energias que os aterros. “Nem sempre se consegue captar energia dos aterros, e paga-se muito caro para fazer sua distribuição”, concorda Calderoni.
Um projeto experimental de usina de incineração foi instalado na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde 2004, a Usina Verde recebe diariamente 30 toneladas de resíduos sólidos, pré-tratados, provenientes do aterro sanitário no Caju.
Após passar pela triagem, o lixo é levado para forno fechado na Usina Verde que realiza a queima em temperaturas altíssimas de 950º C. Os gases resultantes desta queima são levados até uma caldeira, o vapor gira a turbina que gera a energia.
Para o professor Luciano Bastos, que coordenou o projeto da Usina Verde, o processo de incineração é monitorado o tempo inteiro para que não ocorra escape de gases para a atmosfera. Sobre a crítica de que a incineração gera moléculas cancerígenas que afetariam a saúde dos catadores, o pesquisador defende que os níveis gerados são os mesmos produzidos por veículos a diesel.
Gina afirma que o projeto da usina é muito mais caro do que campanhas educacionais para a redução e reciclagem de lixo. “Pode até ser que o sistema funcione, mas em geral ele é caro. Sabemos que já existem mecanismos de controle das emissões, mas não sabemos o efeito cumulativo disso”, disse. Para Calderoni, os custos de segurança não compensam: “É um negócio que precisa de fiscalização, que tem um custo muito alto”, critica.
Reciclagem é a melhor rota energética – Para Bastos, o ideal seria associar a reciclagem ao uso de tecnologias como o uso de biodigestores, onde o lixo é confinado em ambiente sem oxigênio e bactérias digerem o lixo gerando adubo a partir do lixo orgânico e gases que podem ser aproveitados em veículos.
“A incineração é uma alternativa, mas não é a única. Se houvesse coleta seletiva plena, não caberia ter incineração”, disse Bastos. Ele afirma que o ideal é reciclar “tudo o que for possível e depois aplicar as tecnologias”. Para ele apenas o material rejeitado pelos catadores pode ser aplicado para a incineração, tanto por motivos ambientais quanto econômicos.
“A reciclagem é a melhor rota energética do lixo, pois com ela a indústria economiza energia”, disse. De acordo com o pesquisador, cada tonelada de material reciclado gera três megawatts/hora de energia economizada, enquanto a melhor tecnologia de incineração gera energia a partir do lixo de um megawatt/hora. (Fonte: Maria Fernanda Ziegler/ Portal iG)

Cidade sueca reaproveita 99% do lixo produzido


A cidade de Borás, na região Sul da Suécia, reaproveita 99% do lixo produzido. Apenas 1% não tem serventia alguma e vai para o aterro. Por causa do lixo que é transformado em energia, os moradores pagam até 50% a menos na conta de luz e o transporte público sai 20% mais barato.
O Rio Viskan já foi um esgoto a céu aberto. Ele era tão poluído que no verão ninguém ousava passar por perto. Uma década depois, o rio é símbolo da determinação do poder público e dos 104 mil moradores. Conscientização que começa em casa, onde o lixo é separado. Os resíduos são separados em orgânicos, nos sacos pretos, e inflamáveis, em sacos brancos.
Os sacos de lixo são disponibilizados pela companhia que recolhe os resíduos na cidade, de graça. Isso ajuda as pessoas na hora de fazer a separação em casa. No porão do condomínio, os próprios moradores fazem a triagem.
Em Borás, nada se perde, tudo se transforma. Quem anda de táxi ou de ônibus e quem utiliza energia elétrica sabe muito bem disso. As 200 toneladas de lixo domiciliar coletado todos os dias na cidade são levadas para o centro de triagem. O lixo orgânico vira biogás e o lixo inflamável alimenta as caldeiras de termoelétricas, que produzem eletricidade.
O trabalho de separação das sacolinhas pretas e brancas é automatizado. A máquina reconhece a cor dos sacos e faz a separação. Nas fornalhas das termelétricas e nos biodigestores das usinas de gás, o lixo se transforma em economia.
A prefeita, Annete Carlson, diz que a grande vantagem do reaproveitamento é o fim dos grandes aterros sanitários. A começar pelas garrafas velhas. Basta colocar a garrafa no buraco, a máquina identifica a quantidade e dá o valor da reciclagem. É só passar no caixa e receber o dinheiro.
Os postos de recolhimento ficam nos supermercados da cidade, o que facilita o processo. O benefício incentiva as pessoas que usam o dinheiro das garrafas para pagar as compras. A natureza também ganha. As garrafas de plástico, por exemplo, são derretidas e transformadas em novas garrafas. As informações são do G1.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Metrô de SP terá um engenheiro no comando


Valor Econômico - São Paulo/SP - EMPRESAS - 13/04/2012 - 01:10:36


Fábio Pupo | De São Paulo 


O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), convidou o engenheiro Peter Walker para ser o novo presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo, o Metrô. Walker está hoje na Secretaria dos Transportes Metropolitanos e vai ocupar o lugar de Sérgio Avelleda - que renunciou ao cargo para presidir a Contrail, empresa de logística por ferrovias.
Segundo o Valor apurou, Walker deve aceitar o convite e terá como desafio administrar a estatal que opera a maior parte das linhas da capital paulista, que transportam em média 4,4 milhões de pessoas por dia.
Com prejuízo de R$ 24,6 milhões no último ano, o Metrô constrói atualmente quatro linhas simultaneamente (prolongamento em monotrilho da linha 2-Verde, da Vila Prudente à Cidade Tiradentes; linha 17-Ouro em monotrilho que liga o aeroporto de Congonhas ao Morumbi; a ampliação da 5-Lilás, do Largo 13 à Chácara Klabin; e a segunda fase da Linha 4-Amarela, com mais cinco estações).
Uma das obras em andamento foi investigada pelo Ministério Público, que pediu afastamento do antigo presidente da companhia em 2011, em meio à investigação sobre um possível conluio de empreiteiras na concorrência - embora a contratação das empresas sob suspeita tenha sido feita antes de Avelleda assumir o cargo.
O executivo renunciou no começo deste mês, depois de um ano e quatro meses à frente da estatal. Nesta semana, ele assumiu a presidência da Contrail, companhia da Estação da Luz Participações criada pelo empresário Guilherme Quintella.
O novo presidente do Metrô é engenheiro eletricista, pela Escola de Engenharia Mauá. Logo depois de formado, virou executivo na iniciativa privada. Em 1993, entrou na vida pública tornando-se presidente da Sanasa, empresa de saneamento de Campinas. Foi diretor de assuntos corporativos da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) de 2003 a 2005. Naquele mesmo ano, virou secretário adjunto da Secretaria dos Transportes Metropolitanos de São Paulo.
Mesmo com o prejuízo, o Metrô fechou 2011 com R$ 900 milhões em caixa e projeta investimentos de mais de R$ 15 bilhões até 2014. No ano passado, a receita operacional líquida cresceu 13% ante 2010, para R$ 1,49 bilhão. O economista José Kalil Neto ocupa interinamente a presidência da companhia.

do blog e-band  ( por falar em monotrilho)

O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) vem a Hortolândia amanhã (13) para participar da inauguração da primeira fábrica de monotrilhos do Brasil, da empresa Bombardier.
Segundo a assessoria de imprensa, a inauguração marca o início da produção dos 54 trens (378 carros) que irão compor a frota do sistema de monotrilho em construção pelo Metrô. De maior capacidade do mundo, o modal é capaz de transportar até 48 mil passageiros por hora e por sentido. Atualmente em obras, o prolongamento da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo fará a ligação entre as estações Vila Prudente e Hospital Cidade Tiradentes, no extremo leste da cidade.
Ainda na cidade, o tucano fará o lançamento das obras de ampliação do Sistema de Coleta de Esgotos do município, anunciará a conclusão da ampliação do Sistema de Abastecimento de Água e fará o descerramento da placa de inauguração da Escola Estadual de Ensino Médio Integral “Jardim Amanda”.
O governador vai ainda   Santo Antonio de Posse, quando fará a inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto e descerramento da placa de entrega da marginal de acesso na SP-340 (Rodovia Governador Adhemar de Barros).