segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

O inelegível quer outro inelegível para governar o Rio, Alvaro Costa e Silva, FSP

 

Com a desculpa de agir em nome da liberdade ou da pátria, certos políticos se movimentam num reino independente, onde só a sua lei vale. Na hora de gerir o que na verdade é um negócio particular, não há diferença entre legalidade e ilegalidade. Comportam-se como gângsteres.

inelegibilidade, por exemplo, tornou-se uma virtude. Inelegível, mas insistindo em candidatar-se, Bolsonaro quer um companheiro de condição para governar o Rio a partir de 2027: Washington Reis, secretário de Transportes de Cláudio Castro. Este, por coincidência, está ameaçado de ficar inelegível e de ter o mandato cassado.

A imagem mostra um homem sorridente segurando um grande mapa em formato de folha, que parece representar um plano de área. Ele está em um evento ao ar livre, cercado por uma multidão de pessoas que observam. Algumas pessoas estão sorrindo e outras parecem atentas ao que está acontecendo. O ambiente é festivo, com tendas ao fundo.
Washington Reis (MDB) exibe planta de creche inaugurada em Duque de Caxias - Reprodução/Washington Reis no Instagram

Em 2016, Reis foi condenado no STF a sete anos de prisão por crime ambiental ao fazer um loteamento clandestino em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, seu reduto eleitoral. Apesar da sentença, não cumpriu pena. Ele diz ter meios jurídicos para derrubar o impeditivo, embora tenha sido obrigado a abandonar a chapa de Castro em 2022.

O currículo de escândalos enlaçando Reis impressiona. Três vezes prefeito da populosa Caxias, ele é uma espécie de Odorico Paraguaçu com práticas milicianas: suprimiu mata nativa e falsificou laudos para construir um cemitério.

Na pandemia transformou o município num laboratório de negacionismo. Afirmou que a cura do coronavírus viria das igrejas, que permaneceram abertas e lotadas. Ao contrair a doença, abandonou a cidade para tratar-se num hospital particular. Fez da imunização uma bagunça, chegando a aplicar vacinas em moradores. Com tanto know-how, virou o líder do grupo envolvido na falsificação de certificados da vacina de Covid-19 para Bolsonaro.

Reis —filiado ao MDB e alvo de operação da PF por suspeita de compra de votos nas eleições de 2024— é o candidato preferido de Flávio, o filho 01, do raivoso pastor Silas Malafaia e do ex-deputado federal Eduardo Cunha, aquele que passou um tempinho preso e hoje manda no Republicanos do Rio. O problema é o seu principal aliado, depois de Bolsonaro. Pesquisas contratadas pelo governo apontam que a popularidade de Cláudio Castro, principalmente na capital, despenca no abismo. O motivo é a segurança pública.

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