Por Fantástico
O Fantástico realizou uma reportagem especial na Groenlândia, um território que está na mira do próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A razão? O derretimento das geleiras devido ao aquecimento global, que está transformando o mar ártico em uma rota fundamental para o comércio internacional. Veja no vídeo acima.
O aquecimento global acontece na Groenlândia três vezes mais rápido do que no restante do planeta. Há algumas décadas, navios só conseguiam cruzar o mar do Ártico por cerca de 20 dias ao ano, devido ao risco de encontrar icebergs. Hoje, ele congela muito menos e o período de navegação se estende por até quatro meses.
"Há 20 anos, a gente nem imaginava que isso iria acontecer. Hoje a gente vê até navios de cruzeiro passando pela passagem do Noroeste no Canadá", destaca o climatologista, Birger Poppel.
O especialista estuda há décadas os efeitos das mudanças climáticas localmente. Ele explica que o mar do Ártico, que não tinha dono por ser inavegável, agora é fonte de cobiça. A perspectiva é de que no futuro seja uma rota importante de tráfego marítimo. "Eu diria que nos próximos 10 anos", afirma o climatologista.
Centro de disputa estratégica
A nova rota comercial no Ártico pode beneficiar potências como a China, uma vez que o caminho mais curto pelo Ártico reduz custos e evita mares controlados por países adversários. A rota já é chamada de “nova rota da seda”.
Outra beneficiada seria a Rússia. No Ártico, os russos exploram petróleo, que poderá ser transportado facilmente também.
Trump x Groenlândia
Em 2019, em seu primeiro mandato, Donald Trump ofereceu US$ 100 milhões pela Groenlândia. Recentemente, durante uma coletiva de imprensa, ele trouxe de volta a ideia: "Nós precisamos da Groenlândia por motivos de segurança nacional. Eu digo isso há muito tempo".
Questionado por um jornalista se descarta usar força militar, ele respondeu: "Não vou assumir nenhum compromisso agora. Mas talvez tenhamos que fazer alguma coisa".
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