O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) empenhou R$ 11,45 milhões do orçamento para realizar atividades de manutenção no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. A medida resultou na reversão de algumas intervenções promovidas no prédio pelo ex-governador João Doria, em 2019, como a pintura em preto dos gabinetes das secretarias. O contrato também inclui reforma no Arquivo Público do Estado.
Na ocasião, Doria forrou pisos de madeira e pintou paredes e mobiliário de preto. A ação levou o Ministério Público a instaurar um inquérito para apurar eventuais danos ao patrimônio histórico pela modificação do prédio, que é parcialmente tombado, sem consulta a órgãos preservacionistas. Segundo o MP, a remodelagem de Doria teria descaracterizado móveis de madeira de lei, além de adornos e brasões do Estado de São Paulo. O inquérito foi arquivado em 2020 pelo Conselho Superior do órgão.
Servidores ouvidos pelo Estadão que circulam no Bandeirantes afirmam que algumas salas já perderam as paredes pretas e cinzas e agora estão pintadas em tons mais claros. As mudanças se atêm a alguns cômodos, como o gabinete do governador, da Secretaria de Governo e da Casa Civil, que passaram por alterações.
O gabinete do vice-governador, Felicio Ramuth, permanece preservado na modelagem inicial, pois ele despacha no cômodo utilizado pelo ex-secretário da Fazenda Henrique Meirelles, que não permitiu alterações na sala em 2019.
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Procurado, o governo de São Paulo afirma que o Palácio passa por “reformas estruturais” e que o objetivo é conservar o local, e não reverter todas as intervenções feitas na reforma anterior. Segundo a assessoria da Casa Civil, havia cupins em batentes de madeiras e problemas de encanamento, que passaram por manutenção e nova pintura. Nesses locais onde houve intervenção, porém, a cor cinza foi substituída pela branca. A princípio, não há previsão de que o restante do prédio também ganhe nova pintura.
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