quinta-feira, 27 de julho de 2023

Lula atravessa Simone e põe Pochmann no IBGE, Meio

 


O IBGE vai ter um novo presidente: Marcio Pochmann. O nome do economista foi anunciado ontem à noite em meio a muita controvérsia. A escolha foi feita pelo próprio presidente Lula e anunciada pelo ministro da Comunicação, Paulo Pimenta. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, dava indícios de que manteria no cargo Cimar Azeredo, servidor de carreira que lidera o IBGE interinamente desde janeiro. Desenvolvimentista e heterodoxo da Unicamp, Pochmann presidiu a Fundação Perseu Abramo e está à frente do Instituto Lula desde 2020, além de ter integrado a equipe de transição. Sua passagem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 2007 e 2012, foi muito criticada, sob acusações de aparelhamento político e dirigismo ideológico. Tentando evitar polêmica, antes da oficialização, Tebet disse a interlocutores que não imporia obstáculos, por não haver risco de ingerência política no IBGE, um órgão técnico e que “caminha sozinho”. Segundo a Folha, ela chegou a classificar como aviltante a hipótese de manipulação de dados por interesses políticos. Horas antes da oficialização, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que Tebet não terá dificuldades porque o Pochmann é uma “pessoa disciplinada, leal ao presidente”. (Folha)

A ministra Simone Tebet, que tem o IBGE em sua estrutura, deu uma entrevista a Míriam Leitão, na GloboNews, antes da nomeação ser divulgada. Ela afirmou que não conhece Pochmann e tratou a troca do presidente do IBGE como “um desrespeito”. A ministra também não foi avisada de que a confirmação do nome de Marcio Pochmann ocorreria ontem, conta Natuza Nery. “Só piora a situação. Ainda que o presidente tenha determinado que tivesse que ser Marcio Pochmann, precisa de elegância nesse processo”, avaliou. Durante a entrevista, a ministra do planejamento também falou da importância de uma frente ampla que una o centro democrático nas eleições municipais de 2024. “Em nome do Brasil, da democracia e do povo brasileiro, nós não podemos dormir no ponto”, diz. (GloboNews e g1)

A escolha de Pochmann divide opiniões. O economista Alexandre Schwartsman considerou que a escolha mostra o aparelhamento do Estado. Elena Landau, responsável pelo programa econômico de Tebet à presidência, disse que ontem foi “um dia de luto para estatística brasileira”. Já o economista e pesquisador da Unicamp Felipe Queiroz destacou a solidez do IBGE e desqualificou as críticas. Bruno Perez, diretor do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE, afirmou que no governo Bolsonaro, Pochmann se manifestou contra intervenção e que na transição pareceu ser aberto ao entendimento dos problemas do instituto. (Estadão)

Vera Magalhães: “O risco apontado pela turma mais liberal da economia, à qual Tebet é mais ligada, é que Pochmann tente promover no IBGE algum tipo de redirecionamento de estatísticas de preços e pobreza. O exemplo citado é o que aconteceu no INDEC, o similar argentino do órgão, nos anos Cristina Kirchner”. (Globo)

Meio em vídeo. Em um momento de boas notícias na economia, o governo decide colocar no comando do IBGE um nome de quem todo mundo desconfia. Um nome que pode minar a credibilidade dos dados que o Brasil anuncia para o mundo. Confira o que pensa Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

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Boa notícia na economia. A agência de classificação de risco Fitch anunciou ontem a elevação do rating soberano do Brasil de “BB-” para “BB”, com perspectiva estável. A mudança é a primeira desde 2018. “A atualização do Brasil reflete um desempenho macroeconômico e fiscal melhor do que o esperado em meio a sucessivos choques nos últimos anos, políticas proativas e reformas que apoiaram isso e a expectativa da Fitch de que o novo governo trabalhará para melhorias adicionais”, diz a agência. Apesar de o governo defender “um afastamento da agenda econômica liberal dos governos anteriores”, a Fitch espera que desvios sejam contidos pelo “pragmatismo e pelos freios e contrapesos institucionais”. O rating indica se o emissor de um título de dívida é um bom ou mau pagador e quais as chances de um calote. Também abre caminho para novos investimentos. A revisão — que deixa o país a dois degraus do grau de investimento, perdido em 2015, sob Dilma Rousseff — foi anunciada pouco mais de um mês depois de a S&P Global Ratings rever a perspectiva de “estável” para “positiva”, mas manter a nota “BB-”. Das três grandes, falta a Moody’s se manifestar. Com o anúncio da Fitch e a decisão do Federal Reserve (Fed) de elevar a taxa de juros nos EUA ao maior patamar em 22 anos, entre 5,25% a 5,50%, o dólar caiu 0,46%, a R$ 4,7276, menor valor desde abril de 2022. (g1)

Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a harmonia entre os poderes é a saída para que o país reconquiste o selo de bom pagador. “Temos potencial de recursos naturais, recursos humanos, reservas cambiais, tecnologia, parque industrial. Não tem cabimento o Brasil viver o que viveu nos últimos anos”, afirmou. (Metrópoles)

A revisão da Fitch confirma o sentimento positivo em relação ao país, mas ainda há um longo caminho a percorrer para se livrar da classificação especulativa, segundo analistas. (Estadão)

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Suspeito de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, preso na segunda-feira, movimentou valores incompatíveis com seu salário entre 2019 e 2021. Levantamento da Polícia Federal revela entrada e saída de R$ 6,4 milhões nas contas bancárias de Maxwell, cujo salário como bombeiro era de R$ 10 mil. Em apenas três meses de 2021, a empresa de carros Rohden Imports, criada por ele naquele ano, movimentou R$ 5,3 milhões. O relatório da PF indica movimentações financeiras entre Maxwell e pessoas presas ou condenadas por estelionato, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e envolvimento com milícias. (Globo)

O delegado Giniton Lages foi o primeiro do caso Marielle. Foi também o responsável pelas prisões de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, um ano após o crime, em março de 2019. No mesmo dia, foi afastado do caso. Em entrevista ao Estadão ele diz que a PF, “de forma perspicaz, soube perceber a janela de oportunidade” para obter a delação. (Estadão)

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Horas depois de sair de um procedimento médico bem-sucedido no quadril, Lula foi às redes sociais para rebater Bolsonaro, que na véspera o chamou de “analfabeto” e “jumento”. “O que seria ofensivo seria comparar um jumento a ele, isso sim. Ofensivo aos jumentinhos, que não fazem mal a ninguém”, afirmou Lula, sem citar o nome do ex-presidente. O Palácio do Planalto informou que o procedimento “minimamente invasivo” correu bem. (Metrópoles)

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Em encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, a chefe do Banco do Brics, a ex-presidente Dilma Rousseff, defendeu o uso de moedas locais, como o yuan, nas negociações entre países emergentes. Antes da reunião, em São Petersburgo, às margens da Cúpula Rússia-África, Dilma negou especulações de que o banco emprestará dinheiro a Moscou, que está sob sanções internacionais do Ocidente devido à invasão da Ucrânia. (Folha)

Enquanto isso... Em entrevista à GloboNews, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que aceitaria um convite de Lula para visitar o país. Disse, ainda, que a oportunidade seria boa para reunir no encontro outros presidentes latino-americanos. Ele e Lula ainda não se encontraram. (g1)

Para ler com calma. Em meio à guerra na Ucrânia, Putin tem interesse nos Brics para driblar sanções e disseminar sua narrativa a respeito do conflito, dizem analistas. (BBC Brasil)

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