domingo, 16 de julho de 2023

Elio Gaspari - A canetada onipotente e inócua do MEC com as escolas cívico-militares, FSP

 Os parlamentares e os economistas que tratam dos detalhes da Reforma Tributária prometem uma alvorada da economia nacional simplificando a coleta de impostos.

Que tenham boa sorte, mas devem se lembrar que essa ideia tem quase cinco séculos. Em maio de 1559, Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco, pedia ao rei de Portugal que se cobrasse "um só imposto, a saber, de cada dez, um".

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Votação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados - Gabriela Biló - 06.jul.23 /Folhapress

Duarte Coelho foi um craque e suas cartas a D. João 3º revelam um administrador clarividente. É dele a primeira argumentação para estimular investimentos estrangeiros sem amarras burocráticas.

A memória nacional é seletiva ao tratar dos coletores de impostos. Todo mundo aprendeu no colégio que, em 1556, os índios caetés capturaram e provavelmente comeram o briguento bispo Pedro Fernandes Sardinha. Pouca gente lembra que no mesmo repasto entrou também o provedor Antonio Cardoso de Barros, uma espécie de ministro da Fazenda e secretário da Receita.

Cardoso de Barros foi nomeado em 17 de dezembro de 1548 e hoje a data homenageia os servidores da Receita. Ele foi comido no dia 6 de junho de 1556.

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