O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), apresentou denúncia contra Igor Martins Pinheiro, 22, preso na quinta-feira (17) por furto de bicicleta em episódio que ganhou repercussão esta semana porque os donos do veículo acusaram falsamente um jovem negro pelo crime.
Igor possui 28 anotações criminais, sendo 14 por furtos a bicicletas. Ele foi denunciado por furto, crime sujeito a pena inicial de dois a oito anos de reclusão e multa. A denúncia foi feita na quinta-feira (17), mesmo dia da prisão do acusado, e divulgada na noite de sexta (18).
"O denunciado, no dia dos fatos, ao passar pela calçada movimentada onde a bicicleta estava estacionada em um bicicletário, logrou romper a corrente e o cadeado que travavam o veículo e, em seguida, evadiu-se do local", diz o Ministério Público, em nota.
Quando foi abordado por policiais, na quinta, Igor carregava em sua mochila um alicate de pressão, instrumento usado para romper as correntes de bicicletas. Após a prisão, a Polícia Civil afirmou que "imagens de câmeras de segurança ajudaram a identificar o suspeito".
O furto ocorreu no dia 12 de junho, em frente a um shopping no Leblon, zona sul do Rio. O instrutor de surfe Matheus Ribeiro, 22, esperava a namorada em frente ao local com sua própria bicicleta elétrica quando foi abordado pela professora de dança Mariana Spinelli e pelo designer Tomás Oliveira, que são brancos.
Ribeiro afirma ter tentado provar que a bicicleta era dele, com fotos antigas e a chave do cadeado. O casal só recuou depois de não ter conseguido abrir o cadeado da bicicleta com a chave que tinha. Tomás então pede desculpas diversas vezes e alega que “não estava acusando, só estava perguntando”.
“São coisas que encabulam o racista. Eles não conseguem entender como você está ali sem ter roubado dele, não importa o quanto você prove", escreveu Ribeiro, que denunciou o casal por racismo. “Ela não tem ideia de quem levou sua bicicleta, mas a primeira coisa que vem à sua cabeça é que algum neguinho levou."
A filmagem da câmera de segurança analisada pela polícia mostra Igor, que é branco, parado na esquina, disfarçando e olhando em volta antes de arrombar o cadeado, subir na bicicleta e sair pedalando entre os carros, em ação que dura pouco mais de um minuto.
Mariana e Tomás foram demitidos de seus empregos após a repercussão do caso e até o momento não se manifestaram publicamente. Ela trabalhana no estúdio de dança Espaço Vibre e ele era designer na papelaria Papel Craft.
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