As mulheres eleitas na esteira do bolsonarismo são a prova de que não adianta eleger qualquer uma para que a balança da igualdade tenha mais equilíbrio. São parlamentares que jogam contra as causas femininas ou pior. Ora servem de capacho, ora de pano de chão para a nojeira deste governo. O episódio mais recente é protagonizado pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP), em Guaratinguetá.
Enquanto um desequilibrado Jair Bolsonaro arranca a máscara e manda a repórter Laurene Santos calar a boca, o tico e o teco, que habitam o espaço quase oco do cérebro da parlamentar, maquinam o que fazer para mostrar subserviência ao presidente e acenar à militância. Zambelli imita o mestre e tira a máscara. É o único tipo de revolução que as “mulheres do presidente” são capazes de promover.
Zambelli et caterva são cota do bolsonarismo (olha, tem até mulher!), servem a um projeto de poder, não à sociedade e muito menos às mulheres. Não à toa, sua atividade no Congresso se resume a pedidos de audiência pública para debater voto impresso, moção de aplauso ao assessor da presidência acusado de gesto racista, celebração do “dia da família” e, excrescência das excrescências, exigência de comprovação de estupro para que o aborto seja autorizado
Um dos esportes preferidos da direita bolsonarista é atacar mulheres, desfazer do feminismo e minimizar o machismo estrutural da nossa sociedade. Mas são os primeiros a levantar as bandeiras que adoram espezinhar quando lhes convêm. Gritam termos como mansplaining ou manterrupting para defender gente mentirosa como Nise Yamaguchi ou Mayra Pinheiro.
Mas o “feminismo bolsonarista” não para dois segundos em pé. A extrema direita é misógina e antifeminista por natureza, não se importa se o mundo é machista. E mulheres como Carla Zambelli estão no poder para garantir que tudo continue assim.
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