A juíza Luiza Barros Rozas Verotti, da 13ª vara da Fazenda Pública de São Paulo, deferiu pedido de liminar do governo João Doria (PSDB-SP) para determinar reintegração de posse da sede do sindicato dos metroviários de São Paulo, localizado na zona leste da capital.
Ela dá o prazo de cinco dias a partir desta quinta-feira (24) para que deixem o local. Na decisão, a magistrada autoriza o arrombamento do prédio e uso de força policial, caso necessário.
Wagner Fajardo, coordenador-geral do sindicato, diz ao Painel que pretendem resistir.
"Vamos resistir. A ideia é resistir", afirma. "A princípio, não [vão sair se a polícia chegar]. Porque é uma agressão muito grande. É injustificável do ponto de vista político, da ação sindical e até mesmo econômico, já que venderam a preço de banana", completa.
Como mostrou a coluna, o local em que está localizado o sindicato dos metroviários virou motivo de briga entre a categoria e o governador, cuja administração decidiu vender o terreno na rua Serra do Japi.
Os metroviários estão desde 1986 no local, cuja concessão tem sido renovada pelos governadores desde então. Eles construíram o prédio do sindicato no espaço, e dizem que o governo do estado colocou o terreno à venda como forma de pressão política sobre os metroviários, que estão em campanha salarial.
Eles acionaram a Organização Internacional do Trabalho apontando violação do direito à liberdade sindical por parte da gestão João Doria.
O governo afirma que a situação financeira do Metrô tem piorado e que a comercialização de terrenos e edifícios tornou-se necessária.
O terreno foi arrematado no final de maio por R$ 14,4 milhões pela empresa UNI 28 SPE, criada por Marco Antonio Melro, da construtora Porte, conhecida pelos altos prédios na região.
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