Mesmo afastado da presidência da CBF, Rogério Caboclo conseguiu demitir o seu ex-aliado e secretário-geral Walter Feldman.
Feldman recebeu na última segunda-feira (7) a carta de sua demissão do cargo. Portanto, quando Caboclo já havia sido afastado pelo Conselho de Ética. No entanto, o documento estava com data do dia 5, véspera da saída do dirigente.
O presidente afastado tinha a intenção, segundo integrantes da diretoria da CBF disseram à Folha, de demitir parte da direção da entidade, inclusive Feldman, após ter sofrido pressão para deixar o cargo e se defender das acusações de assédio sexual e moral, feitas por sua secretária.
Feldman, no entanto, já foi readmitido pela gestão do presidente em exercício, coronel Nunes. A informação foi publicada inicialmente pelo Uol e confirmada pela Folha.
O secretário-geral foi um dos primeiros a aconselhar Caboclo a se licenciar do cargo. Outros dirigentes do futebol nacional fizeram o mesmo. Estes foram chamados de traidores, aos berros, pelo agora presidente afastado.
Na última sexta-feira (4), quando a seleção brasileira jogou em Porto Alegre pelas Eliminatórias da Copa, os dois teriam discutido novamente o assunto. Diante de uma nova recusa de Caboclo, o secretário teria dito que trabalharia para o afastamento acontecer.
A articulação culminou na saída por 30 dias do dirigente, via Conselho de Ética, e evitou as demais demissões.
Essa não foi a primeira tentativa de afastar Caboclo do cargo. Nos últimos meses, ele estaria mais irritado do que o normal, o que respingou nas pessoas ao seu redor na entidade.
Na última sexta, mesmo dia do jogo do Brasil contra o Equador, o GE.com revelou que uma assessora especial da presidência protocolou uma denúncia formal no Conselho de Ética da CBF contra o então presidente. No domingo (6), ele foi afastado.
No mesmo dia, o Fantástico reproduziu áudios gravados pela funcionária, nos quais Caboclo faz perguntas de cunho pessoal e insinuações.
Feldman é importante peça da articulação da entidade com o governo federal para a realização da Copa América e deve continuar nessa função após o afastamento de Caboclo.
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