sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Alvaro Costa e Silva Com guarda armada, Paes vira o xerife Woody, FSP

 Eduardo Paes não esconde o orgulho de ter sido eleito quatro vezes prefeito do Rio, superando o padrinho Cesar Maia. Brincou no discurso de posse: "Primeiramente, tetra!". Mas indica que não ficará até o fim do mandato, desvinculando-se para concorrer ao governo estadual daqui a dois anos. É um sonho antigo, alimentado desde 2006, quando tentou o Palácio Guanabara e recebeu pouco mais de 5% dos votos. Em 2018 a derrota mais dolorosa: depois de liderar as pesquisas durante a campanha, perdeu a disputa para Wilson Witzel na reta final.

Paes deu uma lavada no candidato bolsonarista, Alexandre Ramagem. Elegeu-se no primeiro turno, atraiu lideranças evangélicas e soube jogar no terreno preferido da extrema direita, a segurança pública. Quer repetir a dose, impedindo que Cláudio Castro faça o seu sucessor.

Woody e Buzz Lightyear em cena de 'Toy Story 4' - Pixar/Divulgação

Não espanta que, ao anunciar um pacote de 46 decretos, o principal e mais controverso deles cria uma Força Municipal de Segurança, corporação complementar às polícias estaduais que usará arma de fogo e deverá agir com até 13 mil agentes em regiões de grande circulação de pessoas (Copacabana será a área-piloto), mas sem operar em territórios controlados por organizações criminosas.

Tudo a partir de 2026, quando será lançada a candidatura de Paes ao governo do estado com apoio de Lula. O curioso é que instituir uma guarda armada na cidade contraria os planos do Planalto para a segurança, descentralizando ainda mais o trabalho das polícias.

"Eu serei o xerife do programa", afirma Paes, dando o primeiro passo para transformar o Rio numa espécie de cidade-estado, como nos tempos da Guanabara. Um obstáculo já apareceu: a Associação Nacional das Guardas Municipais entrou na Justiça contra o projeto, alegando inconstitucionalidade.

Ao mesmo tempo, o xerife Woody do faroeste carioca enfrenta um cartel que classifica de "mafioso". O início da operação exclusiva do cartão Jaé nos transportes coletivos sob responsabilidade e bilhetagem da prefeitura teve de ser adiado pela quarta vez. No fim de 2024 o município foi obrigado a remanejar R$ 55,1 milhões do orçamento para subsidiar os ônibus.


Engenheiros do Metrô de SP reclamam de empresa espanhola em nova linha, FSP

 Engenheiros e arquitetos do Metrô de São Paulo contestam a decisão do governador Tarcísio de Freitas, que autorizou a empresa espanhola Acciona a fazer o planejamento da linha 16-Violeta. O trecho, de 16 km de extensão, ligará os Jardins à Cidade Tiradentes, no extremo da zona leste de São Paulo.

"Ficamos contrariados com a decisão que foi tomada sem termos sido consultados. Isso nos deixou ressabiados em relação à intenção do governo. Até porque tem toda aquela história de privatizar [todas as linhas do metrô]", disse ao Painel S.A. Luís Kolle, presidente da Ameasp (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô).

Passageiros na estação Ana Rosa, da linha Azul do metrô de São Paulo
Passageiros na estação Ana Rosa, da linha Azul do metrô de São Paulo - Zanone Fraissat/ Folhapress

Segundo Kolle, a estatal que controla a maioria das linhas do metrô, a Companhia do Metropolitano de São Paulo, já tem um corpo técnico competente dedicado há 30 anos a essa etapa de implementação da expansão do metrô.

O engenheiro diz que é comum que o governo entregue a etapa de estudos de viabilidade financeira para o setor privado. Mas é a primeira vez que a responsabilização pelo planejamento técnico da malha fique com outra empresa, e estrangeira.

"Os técnicos do metrô e da CPTM conhecem a fundo a cidade de São Paulo e toda essa região. A Acciona é uma empresa espanhola. Não faz sentido", disse.

A Acciona é acionista da concessionária Linha Uni, responsável pela obra da linha Laranja do metrô, que abriu crateras por São Paulo no ano passado.

Kolle diz que a Ameasp está em contato com outras entidades do setor para levar recomendações ao governo de São Paulo. A associação também cobra transparência no processo.

Em decisão publicada na semana passada, a Secretaria de Parcerias em Investimentos deu aval para que todo o estudo de aprofundamento do projeto da obra e da operação do ramal ficasse com a Acciona. A empresa receberá R$ 42,4 milhões para executar o trabalho.

Procurado, o governo de São Paulo não se manifestou até a publicação da reportagem.

Com Stéfanie Rigamonti

Petrobras bate recorde de produção de gasolina e diesel em 2024. FSP

 

São Paulo | Reuters

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17) que bateu recorde de produção em refinarias em 2024.

Segundo comunicado ao mercado, a estatal elevou a utilização da capacidade das instalações de 92%, em 2023, para 93,2%, no ano passado.

A imagem mostra o logotipo da Petrobras em uma parede de concreto. O logotipo é composto pelas letras 'BR' em verde e amarelo, seguidas da palavra 'PETROBRAS' em letras maiúsculas na cor verde.
Logotipo da Petrobras na sede da empresa no Rio de Janeiro. - Sergio Moraes/Reuters

A companhia afirmou que a produção de gasolina somou 24,4 bilhões de litros no ano passado, ante recorde anterior de 24,2 bilhões registrado em 2014.

Já a produção de diesel S-10 somou 26,3 bilhões de litros, superando recorde de 2023.

Segundo a empresa, o volume de petróleo do pré-sal em 2024 foi de 70% do total processado pela companhia, ante 66% em 2023.