Linhas férreas que foram colocadas em funcionamento na segunda metade do século 19 estão passando por renovação pela primeira vez em municípios do Rio de Janeiro.
A renovação faz parte de um programa da MRS Logística, concessionária que administra 1.643 quilômetros de trilhos no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo.
Iniciado em 2022, o projeto GIV (Grandes Intervenções de Via) chegou no último dia 30 a 100 quilômetros de linhas renovadas, na região de Volta Redonda, Barra do Piraí, Barra Mansa e Quatis, no Rio.
Para atingir essa quilometragem de linhas férreas, foram necessários mais de 165 mil dormentes, em sua maioria de concreto (120 mil), mas também de aço (30 mil) e de madeira (15 mil), com uma equipe de 120 pessoas.
Gerente de projetos especiais da MRS, Paulo Gonzaga disse que renovar a ferrovia enquanto a concessionária mantém a operação rodando é um desafio diário. "Atuamos nos corredores mais densos da ferrovia, em trechos que não passavam por uma renovação completa desde sua construção, no final do século 19. Não é apenas uma obra, é um resgate da infraestrutura", afirmou.
Cerca de 20% do que o Brasil exporta e um terço de toda a carga transportada por trens no país passam pelos trilhos da MRS, que atua numa região que concentra praticamente metade do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
Barra do Piraí teve um dos principais entroncamentos nos primórdios das ferrovias brasileiras, e a história de sua região foi retratada num documentário lançado em 2022.
"Entroncamentos - Vida e Memória nas Estações Ferroviárias do Vale do Paraíba" mostra, a partir de depoimentos de personagens que viveram às margens da ferrovias, fotos e vídeos antigos o período de ascensão e declínio da ferrovia na cidade do Rio, que chegou a ter o maior entroncamento da América Latina.
O filme volta à década de 1850, quando a Estrada de Ferro Dom Pedro 2º, uma das primeiras do país, foi extremamente importante para o desenvolvimento da produção cafeeira e do próprio Vale do Paraíba.










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